MEIO AMBIENTE
Plataforma do governo fomenta economia de baixo carbono
COP 22
Iniciativa reunirá especialistas para estabelecer medidas inovadoras capazes de garantir o financiamento para ações de baixa emissão de gases de efeito estufa
por Portal BrasilPublicado: 09/11/2016 21h27Fonte: Portal Brasil, com informações do MMA
O governo federal e instituições
internacionais
lançaram, nesta quarta-feira (9), na 22ª Conferência das Partes
(COP 22) sobre Mudança do Clima, em Marrakech, no Marrocos, a Lab Brasil para o
Financiamento do Clima. A medida mobiliza projetos voltados para o
desenvolvimento de uma economia de baixo carbono.
A plataforma reunirá especialistas do
setor público, da iniciativa privada e da sociedade civil com o objetivo
estabelecer medidas inovadoras capazes de garantir o financiamento para ações
de baixa emissão de gases de efeito estufa. A primeira chamada para ideias com
foco no Brasil receberá propostas até 16 de dezembro.
As áreas de florestas, agricultura e
energia foram apontadas como prioritárias. Esses setores são considerados
essenciais para o cumprimento das metas nacionais de corte de emissões. Por
isso, a iniciativa foi lançada no Espaço Brasil na COP 22, reunião mundial que
ocorreu no Marrocos para definir os detalhes do novo
acordo climático em vigor.
“O intuito é reforçar o diálogo com o
setor financeiro para explorar oportunidades”, afirmou o diretor de Mudanças
Climáticas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Adriano Santhiago.
Liderança
A comunidade internacional considerou
o Brasil um dos mais atuantes na agenda ambiental. “A liderança brasileira é
mostrada o tempo todo de maneira bastante pragmática e inventiva”, avaliou o
assessor para Financiamento Climático do Departamento de Estado dos Estados
Unidos, Ricardo Nogueira, no lançamento da Lab Brasil. “Essa iniciativa será
uma forma de conseguir acesso ao mais alto escalão e tornará os projetos mais
atrativos e financiáveis”, acrescentou.
Considerado um dos mais robustos, o
compromisso brasileiro é reduzir 37% das emissões de carbono até 2025, com
indicativo de chegar a 43% em 2030. Diversas ações já estão em curso em
território nacional para cumprir a meta e, segundo Santhiago, a Lab Brasil
contribuirá para acelerar o processo.
“O País tem muita ambição na agenda
climática e essa será uma importante ferramenta para estabelecer redes e
estabelecer ações”, explicou.
Financiamento
A Lab Brasil faz parte de uma
plataforma maior, o Global Innovation Lab, endossado pelo G7, grupo que reúne
as principais economias mundiais: Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França,
Itália, Japão e Reino Unido. Desde o lançamento, em 2014, o Lab atraiu cerca de
US$ 600 milhões (R$ 1,9 bilhão) em compromissos de financiamento para projetos
pilotos em energias renováveis, eficiência energética, agricultura inteligente
e de uso da terra.
Agora foi aberta uma nova frente de
trabalho focada no Brasil. Com isso, as propostas serão selecionadas de acordo
com critérios estabelecidos pelo Global Lab e por seu potencial para apoiar a
implementação da meta brasileira de corte de emissões. Essa meta é a chamada
Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC) do País, apresentada no contexto
do Acordo de Paris, concluído por mais de 190 países no ano passado e já em
vigor desde o dia 4 de novembro.
A COP 22
Até o dia 18 de novembro,
representantes dos mais de 190 países signatários da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) estão reunidos em Marrakech, na
COP 22, para regulamentar o Acordo de Paris.
Esse pacto estabelece que o aumento
da temperatura média global deve ficar bem abaixo de 2ºC. A partir disso, essas
nações estão trabalhando, de agora em diante, nos detalhes necessários para que
esse compromisso seja alcançado.