A cana-energia...
Fonte:https://www.novacana.com/n/cana/variedades/especial-cana-energia-revolucao-sucroenergetica-201015/
Os números são fantásticos, difíceis de acreditar e parecem ter saído da imaginação
de algum usineiro em crise. Mas a realidade é que o setor sucroenergético está
presenciando o que pode ser o início de uma revolução que vai mudar a rotina
das usinas e o mercado de etanol e eletricidade no Brasil.
A cana-energia foi por muito tempo uma desconhecida do setor, mas os novos
resultados e a maturação dos projetos despertaram no mercado um interesse sem
precedentes pela planta.
Para separar sonho e realidade é preciso conhecer os resultados que as empresas
estão obtendo com a nova espécie e os motivos que fazem ela ser tão atraente.
Qual é a explicação para os números superlativos da cana-energia e porque as
empresas que já testaram a planta estão multiplicando suas apostas numa
velocidade inédita?
O segredo da cana-energia
Rizoma, este é o segredo da planta. As maiores vantagens da nova variedade
são explicadas pelo desenvolvimento desses caules subterrâneos.
A cana-energia, assim como a grama e o bambu, é uma planta rizomática.
Esses rizomas são como os colmos, repleto de gemas, mas que ficam em
contato direto com o solo. Cada gema dá origem a uma nova planta.
A cana-de-açúcar selvagem também possuía rizomas, mas como nos
últimos 100 anos a busca se concentrou em variedades com
maior teor de açúcar, a planta foi perdendo essa característica.
Dois focos de desenvolvimento para a cana-energia
Apesar de altamente desejado, o elevado teor de fibra traz um problema
significativo: a potência das moendas instaladas nas usinas não é suficiente
para moer cana com teor de fibra acima de 20%. As saídas passam por
melhores moendas, mistura da cana-energia com cana tradicional ou, o
desenvolvimento de uma variedade intermediária com teor de fibra menor.
Este é um dos motivos por que os principais programas de desenvolvimento
da cana-energia estão apostando em dois tipos de cana-energia. A cana-energia
tipo 1 possui teores de fibras inferiores a 20%, mantendo os níveis de açúcar
acima dos 13%. Já a cana-energia tipo 2 possui baixíssimo nível de açúcar
(sacarose menor que 6%) e altíssimo teor de fibra, podendo ultrapassar 30%.
É importante notar que apesar dessa segmentação, a cana-energia não
deve conquistar espaço algum nas usinas açucareiras. Mesmo contendo mais
açúcar por hectare, a pureza é menor. “O tipo de açúcar da cana-energia
tem dificuldades de cristalização. Cana-de-açúcar é para açúcar; cana-energia
é para energia”, frisa Rubio.