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domingo, 6 de novembro de 2016

Carro elétrico depende de política
 pública para vingar no Brasil

Fonte: www.gazetadopovo.com.br

Atualmente, são apenas cerca de 2,5 mil veículos elétricos num universo de mais 

de 40 milhões de automóveis a combustíveis fósseis circulando no país

     
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Enquanto alguns países da Europa já se preparam para dar adeus aos 
veículos à combustão, o Brasil ainda tem um longo caminho a percorrer 
para tornar sua frota mais verde– hoje são cerca de 2,5 mil veículos apenas
 num universo de mais de 40 milhões de automóveis. Por enquanto, temos 
isenção de 35% do imposto de importação para carros elétricos e híbridos.
 Além disso, está em tramitação no Senado um projeto de lei que dá um
 bônus para a aquisição de carros exclusivamente elétricos. O benefício é
 equivalente à parcela do Imposto sobre Produto Industrializado (IPI) que cabe
 à União.
Mas será preciso ir além, defendem especialistas. “Infelizmente o Brasil não
 é uma Noruega. Carro elétrico é política pública. Depende de incentivos, 
regulação e, não menos importante, infraestrutura”, afirma Ricardo Takahira, 
membro da Comissão Técnica de Veículos Elétricos e Híbridos da SAE BRASIL 
(Sociedade de Engenheiros da Mobilidade).
É preciso, criar um ecossistema favorável em três frentes: indústria, 
infraestrutura e mercado. “Nossa economia é muito dependente da indústria 
automotiva. 
Os veículos a combustão têm uma cadeia produtiva completa no país. Essa
 transição tem de ser feita de forma planejada. Para conseguir colocar o carro
 elétrico na prateleira do consumidor brasileiro, precisamos de leis e subsídios
 do governo”, afirma Ricardo Guggisberg, presidente da Associação Brasileira 
dos Veículos Elétricos (ABVE).

“Brasil será arrastado”

Por esta, e outras razões, a universalização desse novo modelo de mobilidade
 que vemos surgir se dará de forma bastante assimétrica no Brasil, acredita
 Wanderlei Marinho, professor convidado de pós-graduação em engenharia
 automotiva do Instituto Mauá de Tecnologia. Pelo lado da conectividade,
 por exemplo, a parte da infraestrutura vai prescindir de um sistema de 
comunicação eficiente, com internet rápida para permitir o grande fluxo 
de dados e informações que esses novos sistemas vão exigir. “O Brasil 
será arrastado para esse processo, mas isso não é completamente ruim”, 
afirma. Segundo ele, o fato de não estarmos na vanguarda traz a oportunidade 
de implantar um processo mais amadurecido no país. Mas é preciso começar logo.