Novos projetos do setor fotovoltaico estimulam investimentos da indústria brasileira
Perspectiva de aumento do uso de energia solar no País nos próximos anos deve criar demanda por produtos e serviços, trazendo novas oportunidades para empresas de diversos segmentos
Fonte: www.dci.com.br
Por: RICARDO CASARIN • SÃO PAULO
Usina do grupo Alexandria: companhia estima até R$ 200 milhões
em novos empreendimentos em 2019 FOTO:
A perspectiva de expansão dos projetos de energia solar no Brasil e o aumento da demanda por serviços e equipamentos têm motivado investimentos da indústria. Empresas esperam crescimento de até 40% da receita do segmento em 2019.
“Há uma participação crescente de fontes renováveis no País e existe um espaço grande para contribuir com nossos clientes, desenvolvendo uma consultoria mais profunda no segmento”, afirma o diretor geral América Latina da fabricante Fluke, Hector Trabucco.
Projeções da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) apontam que o setor deve ter um aumento de 44% na capacidade instalada em 2019, gerando até R$ 5,2 bilhões em novos investimentos. A entidade estima incremento de 88,3% do faturamento na comparação com 2018.
Esperando que esse cenário ofereça novas oportunidades, a Fluke, especializada em equipamentos de testes e medição na área industrial, lançou uma linha de produtos voltada para o setor fotovoltaico. “Podemos ter um papel importante ao ajudar a impulsionar esse mercado, identificando problemas e melhorando a eficiência dos equipamentos”, diz Trabucco.
A expectativa da companhia é de 25% de aumento das vendas nos produtos relacionados ao mercado de energia solar, como câmeras termográficas e ferramentas de controle. “Acredito que é um negócio que vai crescer muito mais ao longo dos próximos anos”, avalia o executivo.
A ABB, fabricante de tecnologias de energia e automação, firmou uma parceria com a Aldo, distribuidora de equipamentos de geração fotovoltaica, para a importação de inversores de energia e carregadores para veículos elétricos. “O mercado de mobilidade elétrica é novo, mas está em expansão e possuímos o know-how”, explica o diretor de marketing da divisão de produtos para eletrificação da ABB Brasil, Marcelo Vilela.
O executivo destaca que a companhia desenvolve produtos e soluções para o setor há dez anos e investe na infraestrutura para veículos elétricos no Brasil. “Já temos alguns marcos, como o corredor que liga as cidades de São Paulo, Campinas e Jundiaí, com pontos de recarga nas rodovias Anhanguera e Bandeirantes. Acreditamos no uso conjunto da mobilidade elétrica com a energia fotovoltaica.”
O presidente da Aldo, Aldo Teixeira, acredita que o programa Rota 2030 irá incentivar o mercado de veículos híbridos e elétricos no País. “As grandes montadoras já estão lançando esses produtos. O papel da Aldo será fornecer uma infraestrutura para pontos de carregamento, com insumos fornecidos pela ABB.”
O executivo afirma que a empresa teve 40% de crescimento na receita em 2018 e espera repetir o número nesse ano. “A área está avançando bastante e com a expectativa de melhora econômica do País, a tendência é que a indústria e o comércio façam mais investimentos na melhora da eficiência energética.”
Empreendimentos
O grupo Alexandria, que trabalha com projetos de usinas de energia elétrica, tem expectativa de R$ 120 milhões a R$ 200 milhões em novos empreendimentos em 2019. “Vai depender da demanda. Para 2020, o alcance pode ser em torno de R$ 500 milhões. Temos obtido um crescimento expressivo”, assinala o CEO da empresa, Alexandre Brandão.
A corporação já conta com usinas construídas em empresas como a Ambev, grupo Positivo Tecnologia e Mufato. “Atuamos majoritariamente em empreendimentos de autogeração. Além de energia fotovoltaica, trabalhamos com outras fontes, como o biogás.”
Atualmente, a Alexandria possui mais de 33,3 quilômetros em sistemas implantados, que somam R$ 20 milhões em valor patrimonial. O grupo lançou uma plataforma própria para investimentos digitais, lastreados em todos esses projetos de energia. “É uma forma de investir e obter ativos diretamente da empresa. Enquanto o processo tradicional tem muitos custos e é lento, essa plataforma busca facilitar e reduzir custos para o investidor”, explica o executivo.