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terça-feira, 28 de março de 2017

Baterias ecológicas: Três tecnologias baratas e duráveis


Fonte: inovação tecnológica

Verde de bilhões de dólares
Enquanto as baterias dos aparelhos eletrônicos retomam sua indesejável mania explosiva, sem alternativas à vista à atual tecnologia de íons de lítio, um outro campo do armazenamento de energia continua florescendo com um vigor invejável.
As baterias estacionárias estão sendo desenvolvidas para atuar junto à rede elétrica, guardando grandes quantidades de energia de forma química, em grandes tanques.
Isso deverá amenizar o problema da intermitência das fontes renováveis de energia e abrir caminho para a geração distribuída, em que cada consumidor poderá se transformar em um produtor de energia.
Como a geração nessas duas fontes pode ser errática, as baterias líquidas - nas quais a energia é guardada não na própria bateria, mas em tanques - deverão eliminar as oscilações e garantir que a rede de distribuição receba sempre um suprimento constante de eletricidade.
Como é um setor emergente, tem havido uma preocupação de que ele já nasça mais verde do que as fontes de energia que deverão ser substituídas, e pelo menos tão ecológico quanto as fontes solar, eólica ou das ondas e marés. Aqui estão três dessas novas tecnologias estão se candidatando para ocupar essa posição. Quem vencer, deverá herdar um mercado na casa das centenas de bilhões de dólares.

Bateria de água do mar




Com vistas ao uso residencial, a equipe está usando sua célula básica (esquerda) para construir pequenas baterias de água do mar (direita). [Imagem: UNIST]
Os engenheiros do Instituto de Ciência e Tecnologia de Ulsan, na Coreia do Sul, estão trabalhando em uma bateria que usa água do mar.
A bateria usa sódio como meio de armazenamento da eletricidade. A vantagem é que o uso da água do mar reduz o risco de incêndios, já que essa tecnologia exige temperaturas de funcionamento muito elevadas, na casa das centenas de graus.
Como não exige nenhuma fonte externa de energia para funcionar, exceto a água e o sal, a bateria sul-coreana poderá ser fabricada em escala menor, podendo servir a indústrias e até residências, e como sistema de suprimento de energia de emergência.
Para demonstrar essa possibilidade, além dos protótipos em larga escala, a equipe pretende construir versões portáteis, capazes de produzir cerca de 20 Wh - para comparação, uma família de quatro pessoas consome cerca de 10 Wh por dia.

Bateria atóxica e não-corrosiva





No protótipo a energia está em frascos minúsculos - na prática deverão ser tanques do tamanho dos usados em refinarias. [Imagem: Kaixiang Lin]
A equipe da Universidade de Harvard, nos EUA, está apostando em uma bateria de fluxo redox que armazena a eletricidade em moléculas orgânicas dissolvidas em água com pH neutro.
Essa nova química permite fabricar uma bateria não-corrosiva e atóxica com um tempo de vida excepcionalmente longo
O protótipo funcionou por mais de 1.000 ciclos perdendo apenas 1% de sua capacidade original, menor até do que as baterias de lítio.
"Como conseguimos dissolver os eletrólitos em água neutra, esta é uma bateria de longa duração que você poderia colocar em seu porão. Se ela vazar no chão, não vai corroer o concreto, e, como o meio é não-corrosivo, você pode usar materiais mais baratos para construir os componentes das baterias, como os tanques e bombas," disse o professor Roy Gordon.

Bateria de ureia




  
[Imagem: Michael Angell et al. - 10.1073/pnas.1619795114]
Para construir sua biobateria, Michael Angell e Hongjie Dai, da Universidade de Stanford, nos EUA, estão apostando na ureia, o mesmo composto usado para fabricar fertilizantes.
"Então, essencialmente, o que você tem é uma bateria feita com alguns dos materiais mais baratos e mais abundantes que você pode encontrar na Terra. E ela de fato tem bom desempenho," disse Dai. "Quem teria pensado que você poderia pegar grafite, alumínio, ureia e construir uma bateria que pode ciclar por um tempo bastante longo?"
O protótipo de demonstração da bateria carrega em 45 minutos e já suportou milhares de ciclos. O objetivo da equipe é chegar a uma versão que possa durar por pelo menos 10 anos, para justificar os investimentos em sistemas de armazenamento de energia em larga escala.
Bibliografia:

A Neutral pH Aqueous Organic/Organometallic Redox Flow Battery with Extremely High Capacity Retention
Eugene S. Beh, Diana De Porcellinis, Rebecca Gracia, Kay Xia, Roy G Gordon, Michael Aziz
Energy Letters
Vol.: 114 (5) 834-839
DOI: 10.1021/acsenergylett.7b00019

High Coulombic efficiency aluminum-ion battery using an AlCl3-urea ionic liquid analog electrolyte
Michael Angell, Chun-Jern Pan, Youmin Rong, Chunze Yuan, Meng-Chang Lin, Bing-Joe Hwang, Hongjie Dai
Proceedings of the National Academy of Sciences
DOI: 10.1073/pnas.1619795114


segunda-feira, 27 de março de 2017


A AIE encontra as emissões de CO2 estáveis pelo terceiro ano consecutivo, mesmo com a economia global crescendo em 2016

Fonte:https://www.iea.org/newsroom/news/2017/march/iea-finds-co2-emissions-flat-for-third-straight-year-even-as-global-economy-grew.html



Renováveis, troca de carvão a gás e melhorias na eficiência energética contribuíram para travar o crescimento das emissões no ano passado. (Fotografia: Getty Images)


As emissões globais de dióxido de carbono relacionadas à energia ficaram estáveis ​​por um terceiro ano consecutivo em 2016, mesmo com o crescimento da economia global, de acordo com a Agência Internacional de Energia, sinalizando uma dissociação contínua das emissões e da atividade econômica.Este foi o resultado do crescimento da geração de energia renovável, troca de carvão para gás natural, melhorias na eficiência energética, bem como mudanças estruturais na economia global.
As emissões globais do setor de energia ficaram em 32,1 gigatoneladas no ano passado, o mesmo que nos dois anos anteriores, enquanto a economia global cresceu 3,1%, segundo estimativas da AIE. As emissões de dióxido de carbono diminuíram nos Estados Unidos e na China, os dois maiores consumidores e emissores de energia do mundo, e permaneceram estáveis ​​na Europa, compensando aumentos na maior parte do resto do mundo.
A maior queda veio dos Estados Unidos, onde as emissões de dióxido de carbono caíram 3%, ou 160 milhões de toneladas, enquanto a economia cresceu 1,6%. O declínio foi impulsionado por um aumento no fornecimento de gás de xisto e mais atraente energia renovável que deslocou o carvão. As emissões nos Estados Unidos no ano passado estavam em seu nível mais baixo desde 1992, período em que a economia cresceu 80%.
"Esses três anos de emissões planas em uma economia global crescente sinalizam uma tendência emergente e isso é certamente uma causa de otimismo, mesmo que seja muito cedo para dizer que as emissões globais atingiram definitivamente o pico", disse Fatih Birol, Diretor Executivo da AIE . "Eles também são um sinal de que a dinâmica do mercado e os avanços tecnológicos importam. Isto é especialmente verdadeiro nos Estados Unidos, onde os abundantes suprimentos de gás de xisto se tornaram uma fonte de energia barata. "



Em 2016, as energias renováveis ​​forneceram mais de metade do crescimento da demanda global de eletricidade, sendo a hidroelétrica responsável pela metade dessa participação. O aumento global da capacidade nuclear do mundo no ano passado foi o maior desde 1993, com novos reatores na China, Estados Unidos, Coréia do Sul, Índia, Rússia e Paquistão. A demanda de carvão caiu mundialmente, mas a queda foi particularmente acentuada nos Estados Unidos, onde a demanda caiu 11% em 2016. Pela primeira vez, a geração de eletricidade a partir do gás natural foi maior do que a do ano passado nos Estados Unidos.
Com as políticas adequadas e grandes quantidades de reservas de xisto, a produção de gás natural nos Estados Unidos poderia continuar a crescer fortemente nos próximos anos. Isto poderia ter três consequências principais: poderia impulsionar a fabricação doméstica, fornecer gás mais competitivo para a Ásia através de exportações de GNL e fornecer suprimentos de gás alternativos para a Europa. As perspectivas dos EUA e do gás natural serão exploradas em detalhes no próximo World Energy Outlook 2017.
Na China, as emissões caíram 1% no ano passado, à medida que a demanda de carvão diminuiu, enquanto a economia cresceu 6,7%. Esta tendência teve várias razões: uma parte crescente das energias renováveis, do nuclear e do gás natural no sector da electricidade, mas também uma mudança do carvão para o gás no sector industrial e imobiliário, impulsionada em grande parte pelas políticas governamentais de combate à poluição atmosférica.
Dois terços do crescimento da demanda de eletricidade na China, que cresceu 5,4%, foi fornecido por energias renováveis ​​- principalmente hidrelétricas e eólicas - bem como nucleares. Cinco novos reatores nucleares foram conectados à rede na China, aumentando sua geração nuclear em 25%.


"Na China, bem como na Índia, o crescimento do gás natural é significativo, refletindo o impacto das medidas de qualidade do ar para combater a poluição, bem como a diversificação energética", disse o Dr. Birol. "A participação do gás no mix global de energia está perto de um quarto hoje, mas na China é de 6% e na Índia apenas 5%, o que mostra que eles têm um grande potencial para crescer".
Na União Europeia, as emissões foram praticamente estáveis ​​no ano passado, uma vez que a procura de gás aumentou cerca de 8% ea procura de carvão diminuiu 10%. As energias renováveis ​​também desempenharam um papel significativo, mas menor. O Reino Unido viu uma troca significativa de carvão para gás no setor de energia, graças ao gás mais barato e um piso de preço de carbono.
As forças do mercado, as reduções de custos tecnológicos e as preocupações com as alterações climáticas e a poluição atmosférica foram as principais forças por trás desta dissociação das emissões e do crescimento econômico. Enquanto a pausa no crescimento das emissões é uma notícia positiva para melhorar a poluição do ar, não é suficiente para colocar o mundo em um caminho para manter as temperaturas globais de subir acima de 2 ° C. A fim de aproveitar ao máximo o potencial das melhorias tecnológicas e das forças do mercado, são necessárias políticas consistentes, transparentes e previsíveis em todo o mundo.

sexta-feira, 24 de março de 2017

Na Holanda todos trens elétricos estão funcionando com energia eólica

Fonte:http://engenhariae.com.br/meio-ambiente/na-holanda-todos-trens-eletricos-estao-funcionando-com-energia-eolica/









A
empresa responsável pelas ferrovias da Holanda, chamada NS anunciou que 100% dos trens elétricos de passageiros serão agora movidos à energia eólica.

“Desde 1º de janeiro, 100% dos nossos trens estão funcionando com energia eólica”, disse o porta-voz NS, Ton Boon. “Então, de fato, atingimos nosso objetivo um ano antes do planejado”.
Em 2015, o objetivo era conseguir que toda a frota de trens elétricos da NS fosse movida a energia eólica em janeiro de 2018. Metade da frota já utilizava a fonte de energia, mas para completar a meta, eles precisavam construir mais parques eólicos ou comprar energia eólica de países vizinhos, como a Dinamarca.
Mas, graças a um aumento do número de parques eólicos em todo o país, foi possível atingir essa meta mais cedo. De acordo com os especialistas, cerca de 600.000 passageiros por dia estão viajando graças à energia eólica. Os holandeses têm uma longa história com a energia eólica, afinal, utilizam moinhos de vento para drenar água e moer grãos desde os séculos 17 e 18. Mas agora a nação está usando turbinas eólicas mais sofisticadas para gerar eletricidade.
De acordo com Eneco e NS, um moinho de vento funcionando por uma hora pode alimentar um trem por cerca de 200 km. Embora os trens sejam geralmente considerados sustentáveis em comparação a outros veículos, a frota consome anualmente 1,2 bilhão de kWh de energia eólica– o equivalente à quantidade de eletricidade consumida por todas as famílias de Amsterdã em um ano.
“A locomoção é responsável por 20% das emissões de CO2 na Holanda e se queremos manter as viagens, é importante que o façamos sem sobrecarregar o ambiente”, disse o gerente de contas da Eneco, Michel Kerkhof. “Este contrato oferece a todos os cidadãos holandeses a opção de uma viagem neutra ao clima, independentemente da distância”.
As empresas agora esperam reduzir a energia usada por passageiro em mais de 35% até 2020 em relação a 2005. No ano passado, a Costa Rica obteve 250 dias sem queimar qualquer combustível fóssil, em grande parte graças às suas usinas hidrelétricas, geotérmicas e eólicas.
A Escócia também foi capaz de gerar mais energia eólica do que todo o país poderia usar em um dia particularmente ventoso em 2016. E a Dinamarca obteve 42% de sua eletricidade nacional em 2015, apesar de ter dois de seus maiores parques eólicos off-line.
Então, o planeta ainda pode estar se aquecendo, mas finalmente passamos o ponto onde as energias renováveis têm mais capacidade de geração de energia do que os combustíveis fósseis pela primeira vez.



Queda histórica de usinas a carvão reacende esperanças sobre metas climáticas

Fonte:http://www.observatorioeco.com.br/index.php/2017/03/queda-historica-de-usinas-a-carvao-reacende-esperancas-sobre-metas-climaticas/






O número de usinas a carvão em desenvolvimento em todo o mundo teve uma queda dramática em 2016, principalmente por causa de mudanças nas políticas energéticas de países na Ásia, segundo um novo estudo divulgado pelo Greenpeace, Sierra Club e CoalSwarm. O relatório Boom and Bust 2017: Rastreando o Pipeline Global de Usinas a Carvão é o terceiro levantamento anual dessa natureza. As descobertas relatadas na edição deste ano incluem um declínio de 48% nas atividades pré-construção em geral, uma queda de 62% no início de novas obras e uma redução de 85% em novas permissões para usinas de carvão na China.


As razões para quedas tão acentuadas incluem uma dramática restrição a novos projetos de usinas de carvão pelas autoridades centrais chinesas e uma redução financeira por parte de apoiadores de usinas a carvão na Índia. Apenas na China e na Índia, mais de 100 projetos estão congelados.
Além do declínio no desenvolvimento de novas plantas, a pesquisa também apurou um recorde de 64 gigawatts no fechamento de usinas de carvão nos últimos dois anos, principalmente na União Europeia e nos EUA – o equivalente a quase 120 grandes unidades a carvão.
De acordo com o relatório, a combinação da desaceleração no lançamento de novas usinas e a elevação do número de fechamentos das unidades obsoletas traz a possibilidade de manter o aumento da temperatura global abaixo de 2° C acima dos níveis pré-industriais “dentro do alcance possível”, desde que os países continuem a acelerar a ação.
“Este foi um ano instável e incomum”, disse Ted Nace, diretor da CoalSwarm. “Não é normal ver o congelamento de projetos em dezenas de locais, mas as autoridades centrais na China e os banqueiros na Índia passaram a reconhecer a construção excessiva de usinas de carvão como um grande desperdício de recursos. A mudança dos combustíveis fósseis para fontes limpas no setor de energia é positiva para a saúde, a segurança climática e os empregos. Todos os sinais indicam que essa mudança não deve parar.”
“O aumento vertiginoso das energias limpas e a redução no número de projetos de usinas a carvão são mais uma prova de que o carvão não é apenas danoso para a saúde pública e o meio ambiente – ele é ruim para a economia”, sintetizou Nicole Ghio, da área de Campanhas Internacionais de Clima e Energia do Sierra Club. “Os mercados estão exigindo energia limpa e nenhuma retórica de Donald Trump será capaz de parar a queda do carvão nos EUA e em todo o mundo”.
“2016 marcou um verdadeiro ponto de viragem”, analisa Lauri Myllyvirta, ativista global sênior de Carvão e Poluição do Ar no Greenpeace. “A China quase interrompeu novos projetos de carvão depois que o surpreendente crescimento das energias limpas os tornou redundantes, com todas as necessidades de energia adicionais cobertas de fontes não-fósseis desde 2013. Os fechamentos de antigas usinas de carvão levaram a grandes reduções de emissões, especialmente nos EUA e no Reino Unido, enquanto a Bélgica e o Ontário ficaram inteiramente isentos de carvão e três países do G8 anunciaram prazos para a eliminação do carvão”.
O relatório destaca o Japão, Coréia do Sul, Indonésia, Vietnã e Turquia como países que não conseguiram desenvolver seus setores de energia renovável em sintonia com seus pares e continuam a construir e planejar novas usinas de carvão altamente poluentes. 









quinta-feira, 23 de março de 2017

Biobateria: Planta eletrônica viva armazena energia


Fonte:www.inovacaotecnologica.com.br




    Esta rosa é também uma bateria - mais precisamente, um supercapacitor.                                                      [Imagem: Thor Balkhed]

Biobateria

No final de 2015, pesquisadores suecos conseguiram um feito surpreendente: eles construíram circuitos eletrônicos totalmente funcionais no interior de plantas vivas.
Agora, o grupo substituiu o hidrogel semicondutor que eles haviam usado para construir os fios e transistores por um material especialmente projetado e otimizado para a bioeletrônica.
O material demonstrou seu potencial ao polimerizar no interior de uma roseira sem qualquer indutor externo. Ele é sugado pela planta, como se fosse água, e então endurece depois de seguir pelos canais naturais do vegetal.
O líquido que fluiu para dentro da rosa criou longos fios condutores, não só na haste da flor, mas em toda a planta, incluindo as pétalas e as folhas.

Os fios que formam o sistema de armazenamento de energia formam-se nos veios naturais da planta. [Imagem: Eleni Stavrinidou et al. - 10.1073/pnas.1616456114]

Planta-bateria
Devido às características do material polimérico, a rede de fios que se estrutura no interior da planta forma um supercapacitor, um dispositivo de armazenamento de eletricidade.
"Nós conseguimos carregar a rosa repetidamente por centenas de vezes, sem qualquer perda no desempenho do dispositivo. Os níveis de energia armazenada que alcançamos são da mesma ordem de magnitude que as dos supercapacitores. A planta pode, sem qualquer forma de otimização do sistema, alimentar uma bomba de íons, por exemplo, e vários tipos de sensores," explicou a pesquisadora Eleni Stavrinidou, da Universidade de Linkoping.
A pesquisa está em estágio inicial e experimentos adicionais serão necessários para verificar se os supercapacitores poderão conviver pacificamente com as plantas - em caso positivo, a equipe terá criado uma técnica promissora para a colheita de energia, eventualmente lançando as bases para a criação de células de combustível no interior de plantas.
Bibliografia:

In vivo polymerization and manufacturing of wires and supercapacitors in plants
Eleni Stavrinidou, Roger Gabrielsson, K. Peter R. Nilsson, Sandeep Kumar Singh, Juan Felipe Franco-Gonzalez, Anton V. Volkov, Magnus P. Jonsson, Andrea Grimoldi, Mathias Elgland, Igor V. Zozoulenko, Daniel T. Simon, Magnus Berggren
Proceedings of the National Academy of Sciences
Vol.: 114 no. 11 - 2807-281
DOI: 10.1073/pnas.1616456114
 

sexta-feira, 17 de março de 2017




Diretora-Presidente Maria Antonieta Alves Chiappetta, Engª Bárbara Cavalcante(convidada), Diretor Luciano Ramos Brasileiro e Advogado/ProfºCristiano Carrilho


                Profº Cristiano Carrilho apresentando painel "Mudanças Climáticas"




Fonte:www.robsonsampaio.com.br/focca-promove-debate-sobre-as-mudancas-climaticas/

Focca promove debate sobre as mudanças climáticas


Para falar sobre o tema estava presente a presidente da Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental – seção PE, Bárbara Cavalcante. O evento é promovido pelo Núcleo de Desenvolvimento Sustentável da Faculdade e marca o Dia Nacional de Conscientização das Mudanças Climáticas, celebrado todo dia 16 de março.


quarta-feira, 15 de março de 2017

Biomassa é a segunda maior fonte de energia em 2016

Fonte:http://www.mme.gov.br





A biomassa voltou a ser a segunda fonte de geração mais importante do Brasil na Oferta Interna de Energia Elétrica (OIEE) - toda a energia necessária para movimentar a economia – com o registro de 8,8% em 2016, superando os 8,1% de participação do gás natural.  As informações são do Boletim Mensal de Energia (referência - dezembro/2016) elaborado pelo Ministério de Minas e Energia (MME).
De um total de geração de 54 TWh por biomassa em 2016, o bagaço e a palha da cana contribuíram com 36 TWh, ou 67%. Compõem a biomassa o bagaço e a palha da cana, os resíduos de madeira da produção de celulose, o biogás, a casca de arroz, dentre outros pouco significativos.
O bom desempenho da bioeletricidade e de outras fontes como hidráulica e eólica, continuam impulsionando o crescimento da participação de renováveis no País. Segundo o boletim, o Brasil fechou o ano de 2016 com o total de 82,7% de fontes renováveis na Oferta Interna de Energia Elétrica, contra o indicador de 75,5% verificado em 2015. 

terça-feira, 14 de março de 2017


Siemens e Gamesa devem ter aval da UE para fusão em energia eólica, dizem fontes
Fonte:http://br.reuters.com/article/businessNews/idBRKBN1692C0



BRUXELAS (Reuters) - A companhia de engenharia alemã Siemens e a espanhola Gamesa devem obter aprovação incondicional de autoridades antitruste da União Europeia para criar o que seria a maior produtora global de turbinas eólicas, disseram duas fontes com conhecimento do assunto nesta quinta-feira.
As empresas anunciaram o negócio em junho, em meio a uma recente onda de consolidação na indústria de energia eólica conforme as empresas buscam cortar custos e seguir competitivas.
A companhia fruto da fusão, com um valor de mercado de 10 bilhões de euros, combinará a o peso da Siemens na energia eólica offshore, em alto-mar, com a forte presença da Gamesa em mercados emergentes como Índia, México e Brasil.
A empresa ultrapassaria dinamarquesa Vestas como líder em participação de mercado. Outros nomes do setor incluem a norte-americana GE, a alemã Enercon e a Nordex, além de chinesas.
Pelo negócio, a Siemens pagará 1 bilhão de euros em dinheiro aos acionistas da Gamesa para ficar com 59 por cento da nova companhia.
Houve especulações no mercado de que a Comissão Europeia poderia demandar concessões para aprovar o acordo, mas as companhias conseguiram convencer o regulador de que o negócio não afetará a competição, disse uma das fontes.
A Comissão deve anunciar sua decisão em 13 de março.
Um porta-voz da Comissão Europeia e a Gamesa não quiseram comentar. A Siemens disse que não comenta rumores de mercado e especulações.
(Por Foo Yun Chee; reportagem adicional de Jens Heck em Frankfurt e Jose Elías Rodríguez em Madri)


Nova técnica para armazenar eletricidade de fontes renováveis


Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br







Armazenar o vento e a luz do Sol
As baterias de fluxo, adequadas para armazenar eletricidade em grandes tanques, podem se tornar 1.000 vezes mais estáveis do que os protótipos feitos até agora graças a um novo composto químico que acaba de ser descoberto.
Se essa possibilidade for confirmada nos testes de campo, isto pode significar o passo definitivo para a criação dessas grandes baterias destinadas a armazenar a eletricidade gerada pelas fontes intermitentes de energia, como eólica e solar.
Em vez de ser um componente fechado, como as baterias de celulares, as baterias de fluxo redox usam a eletricidade para produzir compostos químicos, que podem ir sendo guardados em tanques - para aumentar a capacidade da bateria, basta construir mais tanques.
Quando a eletricidade é necessária - à noite ou quando o vento não estiver soprando - basta reverter a reação e pegar a eletricidade de volta. A configuração mais promissora consiste em grandes baterias que recebem eletricidade de várias fontes intermitentes, e liberam uma quantidade média contínua 24 horas por dia, 7 dias por semana.
Eletricidade em compostos químicos
O grande desafio para essa área tem sido sintetizar compostos químicos que sejam estáveis para que a energia possa ser guardada por longos períodos, e que permitam fazer e desfazer a reação de forma rápida.
Christo Sevov e seus colegas das universidades de Utah e Michigan, nos EUA, identificaram agora compostos que são 1.000 vezes mais estáveis do que os compostos disponíveis e usados nos protótipos atualmente em testes.
"Nosso primeiro composto tinha uma meia-vida entre oito e 12 horas. O composto que simulamos mostrou-se estável na ordem de meses," disse o professor Matthew Sigman, coordenador da equipe - meia-vida é o período no qual metade do químico terá se decomposto e desperdiçado a energia.




Decomposição controlada
Melhor do que isso, o composto só se decompõe quando duas moléculas interagem uma com a outra. "Estas moléculas não podem se decompor se não se juntarem. Você pode configurá-las para evitar que elas se juntem," disse a professora Melanie Sanford, referindo-se a um parâmetro-chave das moléculas, um fator que descreve o peso de um componente molecular que pode ser usado como uma espécie de escudo contra a outra molécula.
O anólito - um eletrólito que funciona como ânodo - mais interessante é baseado na molécula orgânica piridínio, que não contém metais e é dissolvida em um solvente orgânico, aumentando ainda mais a sua estabilidade. Outros compostos apresentaram meias-vidas mais longas, mas este anólito fornece a melhor combinação de estabilidade e potencial redox, que está diretamente relacionado à quantidade de energia que ele pode armazenar.
O próximo passo é sintetizar o composto em quantidades suficientes para testá-lo na prática.
Bibliografia:

Physical Organic Approach to Persistent, Cyclable, Low-Potential Electrolytes for Flow Battery Applications
Christo S. Sevov, David P. Hickey, Monique E. Cook, Sophia G. Robinson, Shoshanna Barnett, Shelley D. Minteer, Matthew S. Sigman, Melanie S. Sanford
Journal of the American Chemical Society
DOI: 10.1021/jacs.7b00147

sexta-feira, 10 de março de 2017

Apesar dos promissores resultados obtidos pelas políticas de incentivo ao aproveitamento da fonte solar, ainda há muito o que avançar para que o Brasil possa ocupar lugar de destaque no cenário mundial de energia solar





Fonte: www2.ctee.com.br/brasilsolarpower/2016/zpublisher/materia/?url=rodrigo-limp-nascimento-consultor-legislativo-a-evoluc-o-da-energia-solar-no-brasil-20170309
Rodrigo Limp Nascimento Artigos e Entrevistas
09/03/2017
O cancelamento pelo Ministério de Minas e Energia (MME) do leilão de contratação de energia de reserva, composto por empreendimentos com base nas fontes solar e eólica, a apenas 5 dias de sua realização no final de 2016, suscitou preocupação no setor de energia solar por afetar a credibilidade e a previsibilidade de investimentos. Nesse contexto, busca-se analisar o panorama da fonte solar no país, bem como verificar alternativas para que o seu desenvolvimento ocorra de forma mais robusta.
A discussão sobre o aproveitamento da fonte solar no Brasil ganha ainda mais importância se considerarmos o compromisso firmado pelo País na COP 21, realizada em Paris no ano de 2015. O compromisso prevê a redução de emissões de gases de efeito estufa na proporção de 37% e 43%, em 2025 e 2030, respectivamente, considerando níveis de 2005, o que demandará aumento da capacidade de geração a partir de fontes renováveis, incluindo a fonte solar. Além disso, é importante destacar que a energia solar fotovoltaica está entre as fontes que mais geram empregos por MW instalado, fator ainda mais relevante no atual momento de alto desemprego no país.
Quanto ao cancelamento do leilão por parte do MME, mesmo reconhecendo a importância de se manter o aproveitamento da fonte em contínua expansão e o ainda incipiente setor produtivo em atividade, ao observarmos as projeções de demanda e balanço físico divulgadas pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) para os próximos anos, verifica-se um excesso de oferta de cerca de 9 GW médios em 2019. Dessa maneira não há como não concordar com tal cancelamento, sendo adequado, é claro, que tivesse ocorrido com maior antecedência.
Apesar de termos terminado 2016 sem contratação no ambiente regulado de energia de fonte solar, espera-se que, com a melhora da economia do país e a consequente aumento da demanda por energia, o governo volte a realizar leilões de energia solar com regularidade e condições atrativas para investidores. Até o fim de 2016, existiam instalados 81 MW de energia solar fotovoltaica no Brasil, sendo 24 MW de geração centralizada e 57 MW de geração distribuída. Esse nível de capacidade ainda é muito pequeno se compararmos com os países líderes mundiais em produção, não colocando o Brasil entre os 20 maiores produtores do mundo. A baixa capacidade instalada chama ainda mais atenção se verificarmos o potencial brasileiro de aproveitamento da fonte solar, bem superior aos dos principais países líderes em produção.
Analisando os países com maior aproveitamento da fonte solar, como Alemanha, Japão, China e Estados Unidos, verifica-se que os investimentos se baseiam principalmente em fortes políticas públicas de incentivos, como benefícios fiscais e eficientes mecanismos regulatórios. Dentre os incentivos dados, destaca-se o estabelecimento de generosas tarifas para remunerar a energia gerada pelos painéis solares, mecanismo esse conhecido como “feed-in-tariff”. O Brasil, mesmo que tardiamente, adotou diversas políticas de incentivo à fonte solar, como a realização, a partir de 2014, de leilões de compra de energia específicos para a fonte solar, o estabelecimento de descontos nas tarifas de uso de até 80% para os empreendimentos e a possibilidade de comercialização direta de energia com consumidores com carga acima de 500 kW.
Outro importante incentivo, talvez o principal na geração distribuída, ocorreu com a edição pela ANEEL da Resolução nº 482, de 2012, que criou o sistema de compensação de energia, mecanismo conhecido como net-metering. Por esse sistema, é possível que os consumidores que instalem painéis solares fotovoltaicos de capacidade até 5 MW possam compensar a energia injetada na rede do montante de energia consumido. Diferentemente de outros países, ainda não é possível que os geradores, pelo sistema de compensação de energia, possam ser remunerados pelo excedente de energia gerado, sendo esse um possível ponto de aperfeiçoamento da legislação.
Em 2015 a ANEEL modificou sua regulamentação, criando a possibilidade de instalação de geração distribuída em condomínios (empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras), além de criar afigura da “geração compartilhada”, que permite que interessados se unam em consórcios ou em cooperativas, instalando micro ou minigeração distribuída e, dessa forma, utilizem a energia gerada para redução das faturas dos consorciados ou cooperados.
O sistema de compensação de energia vigente resulta, pelo fato de a nossa tarifa ser monômia, na concessão de um subsídio cruzado entre os consumidores sem geração para aqueles com geração distribuída. Tal subsídio ocorre pelo fato de a compensação da energia incluir a parcela da tarifa correspondente ao uso do fio, sendo tais valores alocados para os demais consumidores que não participam do sistema de compensação de energia.
Entretanto, caso a compensação ocorresse apenas na parcela da energia em si, o que seria mais lógico do ponto de vista de alocação de custos, a expansão da fonte provavelmente não se viabilizaria, pois o prazo de retorno dos investimentos na instalação de painéis solares praticamente dobraria. Nesse sentido, torna-se adequado manter o incentivo dado. Apesar de os valores totais gastos atualmente com o incentivo serem praticamente irrelevantes, não significa que o modelo não possa ser aperfeiçoado, principalmente pela perspectiva de grande crescimento do uso da fonte.
De forma a proporcionar maior eficiência na concessão do incentivo, é necessário que o subsídio no fio tenha um prazo de vigência, sendo reavaliada a sua necessidade após tal período. Com isso, evitar-se-ia o que ocorre com muitos dos subsídios existentes no setor elétrico brasileiro, por vezes desnecessários e com grande dificuldade de serem reduzidos ou modificados.
Com vistas a proporcionar maior justiça entre os pagantes de tal subsídio, entende-se adequado o seu pagamento por meio do encargo setorial Conta de Desenvolvimento Energético - CDE, responsável pelos demais subsídios do setor. A CDE é rateada entre os consumidores de todo o país, não sobrecarregando os consumidores localizados em áreas com maior aproveitamento da fonte. Dessa forma, proporciona-se também maior transparência dos valores efetivamente gastos com o incentivo, pois, atualmente, cada distribuidora faz sua contabilização de forma independente, o que dificulta uma análise de custo benefício do incentivo dado.
Embora nos primeiros dois anos após a edição da Resolução ANEEL nº 482, de 2012, o avanço na geração solar fotovoltaica tenha sido tímido, a partir de 2015 houve expressivo aumento na quantidade de unidades consumidoras com geração, passando de 327 unidades no final de 2014 para 8.633 unidades em fevereiro de 2017. Apesar do crescimento verificado, o número de unidades consumidoras com geração distribuída no Brasil representa apenas 0,01% do total de unidades consumidoras, ou seja, uma a cada dez mil unidades consumidoras possui geração. Para termos uma ideia do quanto ainda podemos avançar, destacamos exemplo da Austrália, em que uma a cada seis residências possui painéis solares fotovoltaicos instalados.
Um ponto relevante que precisa de melhorias no sistema de compensação de energia consiste na tributação que ocorre no sistema de compensação de energia. Com relação ao ICMS cobrado, destacamos que o Confaz publicou o Convênio ICMS nº 16, de 2015, autorizando os estados a conceder isenção do ICMS incidente sobre a energia fornecida pela distribuidora à unidade consumidora na quantidade correspondente à soma da energia injetada na rede de distribuição pela mesma unidade consumidora, ou seja, cobrando o tributo apenas sobre o consumo líquido da unidade consumidora.
Desde então, 21 estados decidiram por aplicar as alíquotas de ICMS apenas no consumo líquido das unidades consumidoras, o que contribui para o desenvolvimento da geração distribuída. É essencial que todos os estados sigam o mesmo caminho, isentando da cobrança a parcela equivalente ao montante de energia injetado na rede. A cobrança de ICMS sobre o consumo bruto da unidade consumidora aumenta o custo médio da geração solar em aproximadamente 20%, além de resultar em uma arrecadação indevida do tributo pelo estado, fruto do aumento nas tarifas de energia dos consumidores sem geração, causado pelo já citado subsídio cruzado existente no sistema de compensação de energia.
Quanto à incidência de PIS/Pasep e COFINS, destaca-se importante avanço com a edição da Lei nº 13.169, de 2015, que determinou que esses tributos federais passassem a incidir sobre o consumo líquido da unidade consumidora.  Entretanto, tal dispositivo legal não acompanhou as alterações promovidas pela ANEEL no sistema de compensação de energia, que permitiram a compensação por condomínios (empreendimentos de múltiplas unidades consumidoras) e consórcios ou cooperativas (geração compartilhada).
O Projeto de Lei de Conversão nº 29, de 2016, referente à Medida Provisória nº 735, de 2016, incluiu dispositivo que promovia tal adequação, de forma a isentar da cobrança dos tributos a parcela da energia consumida equivalente à injetada na rede por condomínios ou por consórcios. Entretanto, tal dispositivo foi vetado pelo Presidente da República, cabendo ainda a apreciação do veto pelo Congresso Nacional. De forma a contribuir com o desenvolvimento da fonte solar e tornar a legislação coerente com o modelo regulatório vigente, entende-se adequado que tal veto seja rejeitado.
Com relação aos desafios para um maior aproveitamento da fonte solar, temos o ainda alto investimento necessário para instalação dos painéis solares fotovoltaicos. Nesse ponto, faz-se importante a criação por bancos públicos de linhas de crédito com condições favoráveis, especialmente para pessoas físicas.
Uma interessante proposta, que merece análise mais detalhada, também visando mitigar a questão do alto investimento inicial, consta no Projeto de Lei do Senado - PLS nº 371, de 2015. O PLS, aprovado Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI) autoriza o uso de recursos do Fundo de Garantia de Tempo de Serviço (FGTS) para aquisição e instalação de equipamentos destinados à geração de energia elétrica a partir de fontes renováveis em residências.
Para que a geração distribuída tenha maior adesão, é necessário que se promovam campanhas informativas sobre o uso da energia solar e as formas de acesso às redes das distribuidoras. Com esse intuito, destaca-se a publicação pela ANEEL de caderno temático com informações sobre a mini e microgeração distribuída, esclarecendo o mecanismo de compensação e faturamento da energia.
Outra importante iniciativa, que acontece com frequência em países que desenvolveram com sucesso o aproveitamento da energia solar, consiste na implantação de painéis solares para geração de energia elétrica em edifícios públicos. Merece menção o projeto desenvolvido pelo MME de instalação de painéis fotovoltaicos no telhado de seu edifício sede, que proporcionará uma economia de aproximadamente R$ 70 mil ao ano em energia elétrica ao Ministério.
Fica claro, pelo exposto, que, apesar dos promissores resultados dos últimos anos, ainda há muito o que avançar para que o Brasil possa se tornar um dos grandes produtores de energia solar fotovoltaica.
Rodrigo Limp Nascimento é consultor legislativo da Câmara dos Deputados, engenheiro e mestre em economia