ANGRA 3 - Eletronuclear assina memorando de entendimento com CNNC para retomada
Uma comitiva da Eletronuclear, liderada pelo presidente Bruno Barretto, visitou a China na semana passada para se reunir com representantes de empresas do setor nuclear do país.
Uma comitiva da Eletronuclear, liderada pelo presidente Bruno Barretto, visitou a China na semana passada para se reunir com representantes de empresas do setor nuclear do país. Em Pequim, o dirigente brasileiro assinou um memorando de entendimento com o presidente da China National Nuclear Corporation (CNNC), estabelecendo as bases para uma possível participação da companhia chinesa na construção de Angra 3.
O memorando é um documento em que as partes se comprometem a estudar formas de trabalhar juntas para viabilizar determinado empreendimento, no caso, a terceira usina nuclear brasileira. No entanto, ele não estabelece obrigações. O acordo assinado entre a Eletronuclear e a CNNC determina, entre outras coisas, a criação de grupos de trabalho para analisar os diversos aspectos do reinício da construção da unidade.
A Eletronuclear também tem conversado com outras empresas sobre a retomada de Angra 3, como a EDF, da França, que tem visita à central nuclear de Angra programada para janeiro; a Korea Electric Power Corporation (Kepco), da Coreia do Sul, que vem ao Brasil em fevereiro; e a Rosatom, da Rússia.
O memorando é um documento em que as partes se comprometem a estudar formas de trabalhar juntas para viabilizar determinado empreendimento, no caso, a terceira usina nuclear brasileira. No entanto, ele não estabelece obrigações. O acordo assinado entre a Eletronuclear e a CNNC determina, entre outras coisas, a criação de grupos de trabalho para analisar os diversos aspectos do reinício da construção da unidade.
A Eletronuclear também tem conversado com outras empresas sobre a retomada de Angra 3, como a EDF, da França, que tem visita à central nuclear de Angra programada para janeiro; a Korea Electric Power Corporation (Kepco), da Coreia do Sul, que vem ao Brasil em fevereiro; e a Rosatom, da Rússia.
Bruno Barretto afirma que a viagem serviu para estreitar o relacionamento da Eletronuclear com o setor nuclear chinês, o que tem caráter estratégico, na medida em que a China vem investindo pesadamente na geração nuclear. “Existe um claro interesse dos chineses em investir no Brasil, o que pode render parcerias proveitosas para ambos os países, não apenas em projetos conjuntos, mas também na troca de experiências e em treinamento, por exemplo”, analisa.
Visita a central nuclear
Durante a estadia na China, a comitiva da Eletronuclear – que incluiu ainda o assessor de Desenvolvimento de Novas Centrais Nucleares, Marcelo Gomes, e o assistente técnico da Presidência e superintendente de Gerenciamento de Empreendimentos, José Augusto do Amaral – conheceu a central nuclear de Fuqing, da CNNC, que conta com três usinas em funcionamento e outra sendo comissionada. O sítio ainda receberá mais duas unidades, que estão em construção.
Visita a central nuclear
Durante a estadia na China, a comitiva da Eletronuclear – que incluiu ainda o assessor de Desenvolvimento de Novas Centrais Nucleares, Marcelo Gomes, e o assistente técnico da Presidência e superintendente de Gerenciamento de Empreendimentos, José Augusto do Amaral – conheceu a central nuclear de Fuqing, da CNNC, que conta com três usinas em funcionamento e outra sendo comissionada. O sítio ainda receberá mais duas unidades, que estão em construção.
Adicionalmente, os executivos foram à sede da China Nuclear Power Engineering Corporation (CNPEC), subsidiária da CNNC. Lá conferiram de perto o simulador do reator de água pressurizada HPR1000, o mesmo usado na central de Fuquing. No total, a CNNC tem 12 usinas nucleares em operação, que respondem por 9,7 gigawatts (GW) de potência instalada. Além disso, está construindo mais 11 unidades, que adicionarão 11,44 GW ao seu parque gerador.
Os executivos brasileiros também se reuniram em Pequim com dirigentes da State Power Investment Corporation (SPIC), corporação estatal de investimentos que, sozinha, tem usinas que respondem por 115,7 GW de potência, quase a capacidade instalada de todo o Brasil. A companhia já está presente no território brasileiro, sendo dona de dois parques eólicos no Nordeste.
A SPIC tem como subsidiária a State Nuclear Power Technology Company (SNPTC), empresa de construção e operação de usinas nucleares, que conta com quatro usinas em funcionamento (4,4 GW) no país asiático, além de mais seis sendo construídas (7,5 GW). A SNPTC também é um dos potenciais parceiros na construção de Angra 3.
Além disso, os gestores da Eletronuclear tiveram encontros com representantes de três bancos: o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), o China Development Bank (CDB) e o Export-Import Bank of China (Eximbank). “Estas instituições estão alinhadas com as empresas do setor nuclear chinês e expressaram interesse em apoiar a construção de Angra 3 e de futuras usinas nucleares no Brasil”, ressalta Marcelo Gomes.
Líder da expansão nuclear
Ele acrescenta que a China tem liderado a expansão do parque nuclear mundial. Segundo dados da Associação Nuclear Mundial (WNA, na sigla em inglês), o país opera, atualmente, 35 usinas nucleares e tem mais 20 unidades em construção. Outros 41 reatores já foram planejados. “Os chineses acumularam grande experiência no gerenciamento de projetos e vem construindo usinas nucleares sem atraso. Agora, estão começando a exportar tecnologia. Caso venham a trabalhar conosco, seriam bons parceiros”, comenta.
No entanto, Gomes faz questão de frisar que o reinício das obras de Angra 3 depende da aprovação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O CNPE se reúne no início de 2017, em data a ser definida, para deliberar sobre o assunto.
Caso a retomada das obras seja autorizada, a Eletronuclear trabalharia para fechar, até meados de 2017, o contrato com o parceiro internacional que concluiria o empreendimento. A meta é retomar a construção da usina em meados de 2018.
Sobre a Eletronuclear
Os executivos brasileiros também se reuniram em Pequim com dirigentes da State Power Investment Corporation (SPIC), corporação estatal de investimentos que, sozinha, tem usinas que respondem por 115,7 GW de potência, quase a capacidade instalada de todo o Brasil. A companhia já está presente no território brasileiro, sendo dona de dois parques eólicos no Nordeste.
A SPIC tem como subsidiária a State Nuclear Power Technology Company (SNPTC), empresa de construção e operação de usinas nucleares, que conta com quatro usinas em funcionamento (4,4 GW) no país asiático, além de mais seis sendo construídas (7,5 GW). A SNPTC também é um dos potenciais parceiros na construção de Angra 3.
Além disso, os gestores da Eletronuclear tiveram encontros com representantes de três bancos: o Industrial and Commercial Bank of China (ICBC), o China Development Bank (CDB) e o Export-Import Bank of China (Eximbank). “Estas instituições estão alinhadas com as empresas do setor nuclear chinês e expressaram interesse em apoiar a construção de Angra 3 e de futuras usinas nucleares no Brasil”, ressalta Marcelo Gomes.
Líder da expansão nuclear
Ele acrescenta que a China tem liderado a expansão do parque nuclear mundial. Segundo dados da Associação Nuclear Mundial (WNA, na sigla em inglês), o país opera, atualmente, 35 usinas nucleares e tem mais 20 unidades em construção. Outros 41 reatores já foram planejados. “Os chineses acumularam grande experiência no gerenciamento de projetos e vem construindo usinas nucleares sem atraso. Agora, estão começando a exportar tecnologia. Caso venham a trabalhar conosco, seriam bons parceiros”, comenta.
No entanto, Gomes faz questão de frisar que o reinício das obras de Angra 3 depende da aprovação do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE). O CNPE se reúne no início de 2017, em data a ser definida, para deliberar sobre o assunto.
Caso a retomada das obras seja autorizada, a Eletronuclear trabalharia para fechar, até meados de 2017, o contrato com o parceiro internacional que concluiria o empreendimento. A meta é retomar a construção da usina em meados de 2018.
Sobre a Eletronuclear
Subsidiária da Eletrobras, a Eletronuclear é a responsável por operar e construir as usinas termonucleares do país. Conta com duas unidades em operação na Central Nuclear Almirante Álvaro Alberto (CNAAA), com potência total de 1990 MW. Hoje, a geração nuclear corresponde a 3% da eletricidade produzida no país e o equivalente a um terço do consumo do Estado do Rio de Janeiro.
A Eletronuclear assinou um memorando de entendimentos com a China National Nuclear Corporation (CNNC) para a realização de estudos em conjunto para a retomada das obras da usina de Angra 3. O projeto está parado desde 2015, por abandono das obras pelas empreiteiras contratadas da estatal e investigadas pela Operação Lava Jato. De acordo com a Eletronuclear, o memorando prevê a criação de grupos de trabalho para "analisar os diversos aspectos do reinício da construção da unidade".
A estatal informou ainda que tem mantido conversas também com outras empresas, como a francesa EDF, a sul-coreana Korea Electric Power Corporation e a russa Rosatom. A Eletronuclear já investiu R$ 8,6 bilhões no projeto mas, diante das incertezas sobre sua conclusão, todo o valor já foi alvo de baixas contábeis. Em entrevista recente, o presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira Jr, disse não contar mais com a usina até 2021, prazo coberto pelo planejamento estratégico da companhia. Ele informou também que a paralisação da obra gera custos anuais de R$ 1,4 bilhão.
CRONOLOGIA DE ANGRA 3
1975 - Durante a ditadura militar, Brasil e Alemanha assinaram um acordo de cooperação na produção de energia nuclear, base para a construção das usinas em Angra dos Reis, no Rio
1983 - No governo de João Figueiredo (1979-1985), a construtora Andrade Gutierrez venceu a licitação da obra da usina nuclear de Angra 3
1986 - As obras foram paralisadas por falta de recursos públicos, custo alto e dúvidas quanto à conveniência e riscos da matriz energética nuclear
2009 - No governo Lula, é revalidada a concorrência ganha pela Andrade Gutierrez e as obras são retomadas em 2010. A previsão inicial de entrega era 2016
jul.2015 - PF deflagrou a 16ª fase da operação Lava Jato, batizada de Radioatividade. O foco das investigações eram contratos firmados por empresas envolvidas na Lava Jato com a Eletronuclear, as obras da usina de Angra 3 e o pagamento de propina a funcionários da estatal
ago.2015 - Cinco empreiteiras investigadas pela operação Lava Jato - Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez, Queiroz Galvão e Techint- desistem de contrato com a Eletronuclear por atrasos em pagamentos, e a obra é paralisada novamente
ago.2016 - Justiça do Rio condenou o ex-presidente da Eletronuclear Othon Luiz Pinheiro da Silva a 43 anos de prisão pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e organização criminosa durante as obras de Angra 3 .