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domingo, 31 de outubro de 2021

 

Relatório sobre a Lacuna de Emissões 2021




2021 tem sido um ano difícil para o planeta. Com a intensificação da mudança climática e os cientistas alertando que a humanidade está ficando sem tempo para limitar o aquecimento global a 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais. O Relatório sobre a Lacuna de Emissões de 2021: O Aquecedor está Ligado é a 12ª edição de uma série anual que fornece uma revisão da diferença entre onde se prevê que as emissões de gases de efeito estufa estejam em 2030 e onde deveriam estar a fim de evitar os piores impactos da mudança climática.

Promessas climáticas

O Relatório 2021 sobre a Lacuna de Emissões mostra que novas promessas climáticas nacionais combinadas com outras medidas de mitigação colocam o mundo no caminho certo para um aumento da temperatura global de 2,7°C até o final do século. Isso está bem acima dos objetivos do Acordo de Paris e levaria a mudanças catastróficas no clima da Terra. Para manter o aquecimento global abaixo de 1,5°C neste século, a meta aspiracional do Acordo de Paris, o mundo precisa reduzir pela metade as emissões anuais de gases de efeito estufa nos próximos oito anos. 

Se implementadas efetivamente, as promessas de emissões líquidas zero poderiam limitar o aquecimento a 2,2°C, mais próximo da meta bem abaixo do objetivo de 2°C do Acordo de Paris. Entretanto, muitos planos climáticos nacionais atrasam as ações para depois de 2030. O relatório conclui que a redução das emissões de metano dos setores de combustível fóssil, resíduos e agricultura poderia ajudar a fechar a lacuna de emissões e reduzir o aquecimento a curto prazo.

  Os mercados de carbono também poderiam ajudar a reduzir as emissões. Mas isso só aconteceria se as regras fossem claramente definidas e visassem reduções reais nas emissões, ao mesmo tempo em que fossem apoiadas por acordos para acompanhar o progresso e proporcionar transparência.

sábado, 30 de outubro de 2021

 

Resumo do Clima COP26 

(Grupo Banco Mundial)



Enfrentar as mudanças climáticas exigirá grandes mudanças sociais, econômicas e tecnológicas, muitas das quais são caras e exigirão grandes investimentos. Para alcançar nossos objetivos climáticos, será fundamental integrar o clima e o desenvolvimento e identificar projetos em nível de país que abordem a mitigação e adaptação e canalizem fontes e estruturas de financiamento apropriadas para esses projetos de maneira a maximizar o impacto. Esta é uma meta complexa tanto do lado do financiamento quanto do projeto, e precisará construir diagnósticos de mitigação e adaptação que mostrem a trajetória das emissões, as principais vulnerabilidades e as melhores intervenções climáticas. Esses são os pilares do novo Plano de Ação para Mudanças Climáticas (CCAP) do Grupo Banco Mundial, que lançamos em abril de 2021,

A comunidade mundial está empenhada em reduzir as emissões de gases de efeito estufa (GEE) e em tomar mais medidas para se adaptar às mudanças climáticas. Vemos isso com os países que anunciam metas de redução de GEE por meio de suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs); financiadores e investidores anunciando o alinhamento de seus fluxos de financiamento com os objetivos do Acordo de Paris; países e empresas se comprometendo com metas de emissões zero líquidas; e anúncios, como o mais recente da China, para interromper a construção de novas usinas termelétricas a carvão no exterior.

Ao mesmo tempo, os subsídios aos combustíveis fósseis estão aumentando, o carbono é tributado de maneira muito leve e decisões ousadas para desativar a frota existente de usinas movidas a carvão e interromper a construção de novas são raras. Muitos ativos de infraestrutura são construídos com padrões desatualizados, ou nenhum padrão, e o desenvolvimento urbano não gerenciado continua em áreas de risco, como planícies aluviais e zonas costeiras. Além disso, 760 milhões de pessoas - muitas delas vivendo nos países mais pobres e responsáveis ​​por menos de um décimo das emissões globais de GEE - continuam sem acesso à energia. Esses países precisam crescer e se desenvolver mais rapidamente, de forma resiliente e com baixo teor de carbono. Eles também precisam de grandes investimentos em adaptação e gestão de riscos, pois tendem a ser os mais afetados por eventos climáticos extremos e desastres naturais.

Nossa série de Resumos do Clima da COP26 apresenta as principais prioridades de nosso CCAP. Adicionamos ao nosso conjunto de diagnósticos centrais os Relatórios de Desenvolvimento Climático do País (CCDRs) , que já estamos lançando em 25 países. Esses relatórios fornecerão dados e diagnósticos importantes para identificar e priorizar ações que reduzam significativamente as emissões de GEE e criem adaptação e resiliência.

A ação climática precisa ser de propriedade do país, portanto, nosso CCAP prioriza o apoio aos países com suas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) e Estratégias de Longo Prazo (LTSs) , com o objetivo de ajudar os países a ter melhores ligações entre seus compromissos climáticos e suas metas de desenvolvimento.

Nosso CCAP prioriza a adaptação porque as mudanças climáticas e os desastres naturais afetam desproporcionalmente as populações mais pobres e vulneráveis. Nossa análise conclui que a mudança climática pode empurrar mais de 130 milhões para a pobreza até 2030 e fazer com que mais de 200 milhões de pessoas migrem até 2050. Investir na adaptação para ajudar países e empresas a se tornarem mais resilientes é, portanto, crítico.

Nas transições de sistemas, estamos nos concentrando nos sistemas de maior emissão - energia, manufatura, transporte, agricultura e uso da terra e cidades. Com a energia responsável por três quartos das emissões globais, nosso CCAP enfatiza a transição energética , onde estamos apoiando os países e clientes do setor privado a se afastarem dos sistemas de energia com alto teor de carbono por meio de uma transição justa.

A ação climática requer envolvimento em um espectro de atividades, incluindo apoio a políticas, criação de um ambiente propício para investimentos, desenvolvimento e concepção de projetos e, mais importante, financiamento de projetos. Requer a correspondência e, quando pertinente, a combinação de diferentes pools de capital - comercial, concessional e doações - para o componente apropriado de cada projeto realizado. Enquanto o mundo considera formas de aumentar o financiamento climático, é fundamental desenvolver projetos de alto impacto e considerar os parâmetros de intercâmbio entre fornecedores e usuários de capital climático. Parcerias e esforços de coordenação, inclusive por meio de plataformas de país, e o desenvolvimento de maneiras inovadoras de reunir recursos de fundações privadas e empresas que buscam cumprir seus compromissos líquidos zero serão essenciais para direcionar o financiamento disponível para resultados impactantes.

O Grupo Banco Mundial é uma plataforma sólida para apoiar os países em desenvolvimento em suas prioridades de clima e desenvolvimento. Somos o maior fornecedor de financiamento climático para países em desenvolvimento e, nos últimos quatro anos, fornecemos uma média anual de mais de US $ 21 bilhões em financiamento climático. Estamos indo além e nos comprometemos a fornecer US $ 25 bilhões anuais em média, líquido de mobilização, durante o período do CCAP de 21-25, por meio de projetos e programas impactantes que reduzem as emissões de GEE, promovem a adaptação, reduzem a pobreza e a desigualdade e melhoram o desenvolvimento resultados. Lidar com as mudanças climáticas é urgente e nossa abordagem traduz ambição em ação. 


A Mudança da Riqueza das Nações 2021: 

Gerenciando Ativos para o Futuro


Fonte: https://openknowledge.worldbank.org/handle/10986/36400



Agora está claro que um foco estreito no crescimento do produto interno bruto (PIB) é insuficiente para atingir as aspirações da humanidade por uma prosperidade sustentável. Ecossistemas em bom funcionamento e populações educadas são requisitos para o bem-estar sustentávelEsses e outros ingredientes frequentemente negligenciados da riqueza nacional devem ser tratados para que o caminho do desenvolvimento seja sustentável. The Changing Wealth of Nations 2021: Gerenciando ativos para o futuro fornece a contabilidade mais abrangente da riqueza das nações, uma análise aprofundada da evolução da riqueza e caminhos para construir riqueza para o futuroEste relatório - e o banco de dados global que o acompanha - estabelece firmemente a riqueza abrangente como uma medida de sustentabilidade e um componente-chave da análise do país. Ele expande a cobertura das contas de riqueza e melhora nossa compreensão da qualidade de todos os ativos, especialmente o capital natural. A riqueza - o estoque de capital produzido, natural e humano - é medida como a soma dos ativos que geram um fluxo de benefícios ao longo do tempo. As mudanças na riqueza das nações são importantes porque refletem a mudança nos ativos dos países que sustentam as receitas futuras. Os países acompanham regularmente o PIB como um indicador de seu progresso econômico, mas não a riqueza, e a riqueza nacional tem um impacto mais direto e de longo prazo na vida das pessoas. Este relatório fornece um novo conjunto de ferramentas e análises para ajudar os formuladores de políticas a enfrentar os riscos e orientar a ação coletiva. As contas de riqueza podem ser aplicadas em análises macroeconômicas a áreas de grande preocupação política, como mudanças climáticas e gestão de recursos naturais.

quarta-feira, 20 de outubro de 2021

 

Por quê os subsídios aos combustíveis fósseis são tão difíceis de eliminar ?


Fonte: www.nature.com



domingo, 10 de outubro de 2021

 

O reator nuclear que pode ser 'santo graal' da energia para China

Fonte; www.bbc.com




A China tem cerca de 50 usinas nucleares, mas nenhuma como a que será testada em Wuwéi


O reator que a China está prestes a testar é pequeno, mas tem uma importância enorme para o futuro energético do país e do mundo.

Perto da cidade de Wuwéi (província de Gansu, centro-norte), vai ser colocado em operação um reator nuclear com cerca de três metros de altura e capacidade para gerar dois megawatts, que é suficiente para abastecer cerca de mil residências.

Gerar tão pouca energia não parece um bom negócio frente às centenas de milhões de dólares que a China investiu neste projeto.

Mas é o tipo de reação nuclear e processamento que será testado que deixa os cientistas de todo o mundo ansiosos para ver seus resultados.

"A questão de hoje é: as tecnologias de suporte estão prontas para fazer do reator de sal fundido (MSR, na sigla em inglês) a tecnologia da próxima geração?", diz o engenheiro nuclear Charles Forsberg, do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês), nos EUA.

"O teste chinês é importante porque é o primeiro passo para repensar o caminho da energia nuclear: se as coisas mudaram e agora há outro rumo", explica ele à BBC News Mundo, serviço de notícias em espanhol da BBC.

Sal fundido e tório

Uma das melhores fontes para produzir eletricidade — apesar de ter tido sua imagem manchada por acidentes como Chernobyl ou Fukushima — é desde sua invenção a energia nuclear.

Gera mais eletricidade do que as outras, quase não emite dióxido de carbono, garante um abastecimento contínuo, usa combustíveis relativamente acessíveis e seus resíduos são muito mais controláveis ​​do que de outras fontes.

A maioria das usinas nucleares do mundo usa urânio como combustível.

As usinas termodinâmicas produzem vapor, e não dióxido de carbono


Mas o que está sendo testado na China é um método que, embora não seja novo, nunca foi testado em uma escala tão grande.

Eles estão usando sal fundido de fluoreto combinado com tório, um elemento químico encontrado em minerais que é "quatro vezes" mais abundante no planeta do que o urânio, diz Forsberg.

Em um reator, os dois elementos se combinam para produzir uma reação física (fissão) que gera mais calor do que o método tradicional, que utiliza urânio-235/238 combinado com plutônio.

"Os reatores de sal fundido fornecem calor a temperaturas mais altas do que outros reatores, entre 600°C e 700°C. O calor a temperaturas mais altas é mais valioso", afirma Forsberg.




Outra vantagem, em teoria, é que os resíduos radioativos podem ser eliminados no mesmo processo, evitando que caiam em mãos erradas, como fabricantes de armas nucleares.

E como esse tipo de processo não requer água, como nas usinas nucleares que utilizam urânio-235, o reator de sal fundido pode ser construído em locais remotos e, assim, evitar qualquer possível risco à população, como vimos em Chernobyl ou Fukushima.

Tudo isso o levou a ser descrito como o "Santo Graal" das fontes de energia.


O tório é quatro vezes mais abundante na Terra do que o urânio


Mas os especialistas dizem que tudo isso ainda precisa ser provado no teste chinês, por isso é tão importante.

"Com a necessidade crítica de reduzir as emissões de carbono e a crescente demanda mundial por eletricidade, é urgente comercializar tecnologias avançadas de reatores", diz o engenheiro nuclear Everett Redmond, do Instituto de Energia Nuclear dos Estados Unidos, à BBC News Mundo.

Para Forsberg, "o reator de sal fundido com tório/urânio-233 é o caminho alternativo" na indústria elétrica que usa fonte nuclear.

"Há grandes vantagens potenciais em termos de segurança e gerenciamento de resíduos, mas desafios técnicos importantes", diz o cientista do MIT.

O que vem por aí?

A China revelou em agosto que está prestes a realizar os primeiros testes em seu reator experimental construído no deserto de Gobi, na província de Gansu.

O país asiático investiu cerca de 3 bilhões de yuans (US$ 500 milhões) em um programa iniciado em 2011 para investigar o uso de sal fundido e tório/urânio-233.

O reator construído e operado pelo Instituto de Física Aplicada de Xangai (IFAS, na sigla em inglês) é o primeiro a testá-lo para um uso comercial: fornecimento de eletricidade.



A China construiu várias usinas de energia, mas a da província de Gansu é única no mundo

Outros países já haviam experimentado há décadas esse processo, mas acabou ficando apenas em ensaios porque não existia a tecnologia necessária para manejá-lo.

Não só requer que a fissão nuclear funcione bem, como também que o processo para obter calor e transportá-lo para uma usina termodinâmica opere corretamente. E que os testes de falha sejam controláveis.

"Muitos dos desafios do reator de sal fundido desapareceram devido aos avanços em outros campos ao longo de 50 anos", como a tecnologia de bombeamento necessária para esse tipo de reator, que já é usado em usinas solares, explica Forsberg.

Os operadores da IFAS esperam agora que tudo corra conforme planejado para levar a tecnologia a uma escala maior.

Por que é futurista?

A energia gerada pelo reator experimental de Wuwéi terá capacidade mínima de 2 megawatts para abastecer mil casas.

O plano é que até 2030 seja construído um reator que gere cerca de 370 megawatts, capacidade que forneceria eletricidade a mais de 185 mil residências.

Ao gerar uma temperatura mais alta, próxima a 700 ° C, um reator de sal fundido se torna mais valioso para a indústria elétrica.

No mesmo deserto da província de Gansu, a China já possui diversos projetos que buscam substituir energias poluentes

"O calor em uma temperatura mais alta resulta em ciclos de energia mais eficientes: uma fração maior de calor é convertida em mais eletricidade", explica o cientista do MIT.

E como em tese sua construção tem um custo semelhante a outras usinas nucleares existentes, o benefício aumenta.

"Se dois reatores têm características de custo idênticas, o reator que produz temperaturas mais altas gera um produto mais valioso", indica Forsberg.

A China garantiria então possuir a tecnologia mais avançada, segura e limpa para geração de energia do mundo.

Não exclusiva, pois Redmond explica que nos Estados Unidos algumas empresas também estão tentando criar reatores a sal fundido. Mas, sim, comprovada.

"Todos os projetos de reatores avançados têm grande potencial, por isso apoiamos e encorajamos o desenvolvimento acelerado, a demonstração e a implantação comercial de tecnologias de reatores avançados", acrescenta Redmond.

Mesmo assim, os cientistas que estão atentos ao que acontece na China ainda têm suas dúvidas: será que vai funcionar?

Mas o simples fato de uma ideia concebida há décadas estar prestes a ser colocada à prova faz com que todos se voltem para o pequeno reator de Wuwéi.