Veículos elétricos a passos lentos
Participação desses veículos na frota brasileira não deve ser significativa em 2030, segundo estudo da EPE
Fonte: https://brasilenergia.editorabrasilenergia.com.br
Mesmo com a redução de IPI para veículos híbridos e elétricos e descontos para híbridos com motor flex, a participação de veículos híbridos plug in (que utiliza um motor elétrico e um motor a explosão) e elétricos no mercado brasileiro ainda deverá ser irrelevante do ponto de vista estatístico até 2030. No caso dos modelos híbridos não plug in, há expectativa de que esses modelos alcancem 4,2% dos licenciamentos em 2030. O desempenho para o lento crescimento ainda está relacionado com as dificuldades de viabilidade técnico-econômica e o grau de incentivos governamentais.
Por outro lado, os veículos flex fuel representarão 88% do mercado nacional daqui a 12 anos. No ano passado, essa categoria correspondia a 73% da frota de veículos leves do país. Os números fazem parte do Estudo sobre demanda de energia veículos leves 2018-2030, elaborada pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e divulgado nesta sexta-feira (26/10).
O documento analisou diversos aspectos, como licenciamento de veículos, oferta interna de etanol, preço doméstico da gasolina e a preferência do consumidor no momento do abastecimento, além do cenário econômico, para basear o levantamento. Também foram considerados os impactos da implantação do RenovaBio, programa de política pública voltada para a expansão dos biocombustíveis na matriz energética nacional com foco na mitigação das emissões dos gases de efeito estufa.
O estudo prevê que, no Brasil, deverá prevalecer o desenvolvimento nacional da tecnologia híbrida com motorização flex fuel, o que deve impactar o perfil de licenciamento de novos veículos leves. Assim, a estimativa é que, até 2020, os híbridos devem ser veículos importados a gasolina e, a partir do ano seguinte, passam a ser produzidos pelas montadoras nacionais com tecnologia flex fuel.
Demanda
Em função da projeção de aumento da frota de veículos flex no país, a demanda por gasolina e etanol também devem crescer no período analisado, porém, em níveis distintos. A diferença se justifica pela variação preferência do motorista de veículos flex fuel. A expectativa é de que a demanda de etanol hidratado aumente 6,5% ao ano entre 2017 e 2030, atingindo volume de 32,8 bilhões de litro em 2030.
Já a demanda de gasolina C, que recebe a adição de 27% de etanol anidro, deve apresentar leve crescimento no período analisado, passando de 44,3 bilhões de litros, em 2017, para 46,1 bilhões de litros em 2030.