Energia eólica já tem mesma capacidade instalada de Itaipu
Na “safra dos ventos”, período que vai de junho a novembro,
a geração eólica já chega a atender quase 14% do Brasil e mais de 70% do
Nordeste em alguns dias.
O Brasil acaba de
ultrapassar a expressiva marca de 14 GW de capacidade instalada de energia
eólica. Já são 14,34 GW de capacidade instalada em 568 parques eólicos e mais
de 7.000 aerogeradores em 12 estados. Para comparação, podemos, por exemplo,
citar que esta é a mesma capacidade instalada de Itaipu, a maior usina
hidrelétrica do Brasil. Veja abaixo como está dividida a capacidade instalada e
o número de parques por estado:
A fonte eólica tem mostrado um
crescimento consistente, passando de menos de 1 GW em 2011 para os 14 GW de
agora, completamente conectados à rede de transmissão. Em média, a energia
gerada por estas eólicas equivale atualmente ao consumo residencial médio de
cerca de 26 milhões de habitações (80 milhões de pessoas).
“Gosto sempre de lembrar que o
Brasil passou do 15º lugar no Ranking de Capacidade Instalada de energia eólica
em 2012 para a 8ª posição no ano passado, segundo o Global Wind Energy Council.
Também é importante mencionar que, no ano passado, a Bloomberg New Energy
Finance estimou o investimento do setor eólico no Brasil em US$ 3,57 bilhões
(R$ 11,4 bilhões), representando 58% dos investimentos realizados em renováveis
no País (eólica, solar, biomassa, biocombustíveis e resíduos, PCH e outros).
Considerando o período de 2010 a 2017, o investimento já passa dos US$ 30
bilhões. Estes são alguns dos dados que mostram a importância do setor eólico,
nossa capacidade de crescer, fazer investimentos e trazer benefícios para o
Brasil”, explica Elbia Gannoum, Presidente Executiva da ABEEólica.
A energia eólica já está
chegando a atender quase 14% do Sistema Interligado Nacional – SIN. O dado está
no último Boletim Mensal de Dados do ONS, referente ao mês de setembro e que
mostra que, no dia 19 de setembro, uma quarta-feira, a energia eólica chegou ao
percentual de 13,98% de atendimento recorde do SIN.
No caso específico do Nordeste,
os recordes de atendimentos a carga já ultrapassam 70%. O dado mais recente de
recorde da região é do dia 13 de setembro, uma quinta-feira, quando 74,12% da
demanda foi atendida pela energia eólica, com geração média diária de 7.839,65
MWmed e fator de capacidade de 76,58%. Nesta data, houve uma máxima às 8h, com
82,34% de atendimento da demanda e 85,98% de fator de capacidade. Vale
mencionar também que, nesse mesmo dia, o Nordeste foi exportador de energia
durante todo dia, uma realidade totalmente oposta ao histórico do submercado
que é por natureza importador de energia.
Nos primeiros oito meses do ano
de 2018, as eólicas geraram uma quantidade de energia 19% superior ao gerado no
mesmo período do ano passado, de acordo com dados consolidados do boletim
InfoMercado mensal da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica. A CCEE
também informou que durante o mês de agosto, as usinas eólicas registraram a
maior produção de energia da história ao alcançar 7.017 MW médios. A produção
elevou a representatividade da fonte, em relação a toda energia gerada no
período pelas usinas do Sistema, para 11,5% em 2018.
Até 2024, serão instalados mais
4,46 GW em 186 novos parques eólicos, levando o setor à marca de 18,80 GW,
considerando apenas leilões já realizados e contratos firmados no mercado
livre. Com novos leilões, estes montantes se elevarão. “Sobre novas
contratações e sobre o futuro da energia eólica, acho sempre importante
explicar que nossa matriz tem a admirável qualidade de ser diversificada e
assim deve continuar. Cada fonte tem seus méritos e precisamos de todas. É
preciso que isso fique claro. Do lado da energia eólica, o que podemos dizer é
que a escolha de sua contratação faz sentido do ponto de vista técnico, social,
ambiental e econômico, já que tem sido a mais competitiva nos últimos leilões.
Além disso, acreditamos ser uma escolha lúcida quando se tem ideais de uma
sociedade mais justa e de um futuro mais sustentável e de respeito à natureza”,
explica Elbia Gannoum.
O sucesso da energia
eólica no Brasil
Para produzir energia eólica,
são necessários bons ventos: estáveis, com a intensidade certa e sem mudanças
bruscas de velocidade ou de direção. O Brasil tem a sorte de ter uma quantidade
enorme deste tipo de vento, o que explica em grande medida o sucesso da eólica
no Brasil nos últimos anos. Para comparação, podemos citar que a média mundial
do fator de capacidade (medida de produtividade do setor) está em torno de 25%.
No Brasil, nos últimos doze meses (de set/17 a ago/18), o fator de capacidade
médio foi de 42,5%, atingindo picos de superiores a 60% em um mês e tendo
passado dos 80% no caso dos recordes registrados pelo ONS no Nordeste em um
dia.
Um outro ponto favorável do
desenvolvimento da fonte eólica no Brasil é o fato de a cadeia produtiva ser
80% nacionalizada gerando empregos aqui e produzindo com alta tecnologia e
investimento.
“Todos estes números positivos
mostram não apenas um setor consolidado, mas também que a energia eólica tem um
futuro promissor no Brasil. A energia produzida pelos ventos é renovável; não
polui; possui baixíssimo impacto ambiental; contribui para que o Brasil cumpra
o Acordo do Clima; não emite CO2 em sua operação; tem um dos melhores
custos benefícios na tarifa de energia; permite que os proprietários de terras
onde estão os aerogeradores tenham outras atividades na mesma terra; gera renda
por meio do pagamento de arrendamentos; promove a fixação do homem no campo com
desenvolvimento sustentável; gera empregos que vão desde a fábrica até as
regiões mais remotas onde estão os parques e incentivam o turismo ao promover
desenvolvimento regional”,resume Elbia Gannoum, Presidente da ABEEólica.
Comentário CO2Energia: Queiram ou não queiram os "governantes". Energias EÓLICA E SOLAR serão a Redenção do Nordeste brasileiro.