O castigo virou riqueza em forma de energia
Fonte:especiais.jconline.ne10.uol.com.br/nordesterenovavel/panorama.php
Região nordeste brasileiro detém 90% dos novos investimentos em energias renováveis
Pelos agrestes e sertões, um queimava a terra já seca, o outro arrastava o que houvesse sobre ela. Abrandamento só no litoral, onde garantiam brisa e pele dourada. Sol e vento no Nordeste costumavam remeter, paradoxalmente, a castigo ou diversão. Hoje são também riqueza. O que a natureza deu em abundância à região serve de combustível limpo para gerar eletricidade. Ao longo da última década, as mais diferentes paisagens nordestinas foram adornadas por sequências de torres eólicas: 79,5% de todas as que existem no País. Até as modernas placas fotovoltaicas, que convertem a luz do sol em energia, antes de custo elevado, começam a se espalhar pela caatinga. O que foi parte do motivo da pobreza da região agora é seu mais novo tesouro.
O desabrochar desse potencial aconteceu justamente enquanto todo o Brasil começou a sofrer com a escassez do que sempre faltou ao Nordeste: água. A irregularidade das chuvas pelo País afetou até um dos maiores complexos de reservatórios do mundo, o Sistema Cantareira – responsável por abastecer a cidade de São Paulo. Seu nível chegou a ficar 20% abaixo do volume útil em janeiro de 2015, de acordo com a Agência Nacional de Águas (ANA). Com a matriz energética brasileira 60% baseada na produção hidrelétrica, a falta de água se tornou um problema também para a geração de energia de Norte a Sul.


Distribuição dos investimentos pelo Nordeste
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