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quarta-feira, 22 de novembro de 2017

20 países planejam abandonar o uso do carvão até 2030  



Fonte: http://www.udop.com.br





De acordo com o Fundo de Defesa Ambiental nos EUA, as usinas de energia movidas a carvão são a principal fonte de poluição do ar. Os ambientalistas também afirmam que a queima de carvão contribui para a chuva ácida e libera grandes quantidades de dióxido de carbono, contribuindo para o aquecimento global.




Uma das principais fontes de energia no mundo, o carvão pode deixar de alimentar os fornos de usinas de 20 países até 2030. Trata-se do compromisso firmado pela Aliança para o Abandono do Carvão, anunciada ontem, durante a Conferência do Clima da Organização das Nações Unidas (COP 23). Canadá e Reino Unido encabeçam a iniciativa, que conta com o apoio de Bélgica, Dinamarca, Holanda, Etiópia, El Salvador, Finlândia, França, Itália, Ilhas Marshall, Portugal e México, entre outras nações.


Curiosamente, estados americanos, como Havaí, Califórnia, Nova York, Oregon e Washington, fazem parte do grupo. O presidente Donald Trump alega que medidas de incentivo a fontes alternativas de energia e de redução da emissão de gases do efeito estufa prejudicam os interesses energéticos de seu país. Por esse motivo, retirou os Estados Unidos do Acordo de Paris, cujo livro de regras, com informações sobre como cada país cumprirá o pacto, por exemplo, está sendo discutido nesta edição da conferência.



Líder climático mundial, Mohamed Adow avalia que a iniciativa é um grande recado ao presidente norte-americano. "É uma refutação a Donald Trump vinda do Reino Unido e do Canadá, dois dos aliados mais próximos dos Estados Unidos, para mostrar que sua obsessão por energia suja não se disseminará", disse. Outros grandes usuários do material fóssil — China, Alemanha e Rússia — não se filiaram à aliança. Mas a expectativa do grupo é de que eles cheguem a 50 membros até a próxima conferência climática da ONU, que será realizada em 2018, na cidade polonesa de Katowice, uma das mais poluídas da Europa.



A aliança foi anunciada pouco depois de dois eventos emblemáticos sobre o uso do carvão na COP 23. Na última terça-feira, o governo dos Estados Unidos e representantes de empresas de energia realizaram um evento, paralelo à conferência, a fim de promover os "combustíveis fósseis e a energia nuclear na mitigação climática". Manifestantes contrários à iniciativa invadiram o local e comprometeram a realização das palestras por ao menos uma hora.



Ontem, ao abrir as negociações ministeriais da conferência, o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, advertiu que não será possível para o planeta manter um futuro baseado em combustíveis de origem fóssil. "Temos que parar de apostar em um futuro insustentável, que coloca em risco nossas economias e sociedades (%6) Em 2016, foram investidos US$ 825 bilhões em combustíveis de origem fóssil e setores de alta emissão de gases do efeito estufa, mas essas emissões são as que provocaram efeitos catastróficos no planeta", justificou.



Anfitriã da COP 23, a Alemanha admite que o abandono do carvão não é fácil para o país, que obtém 40% de sua eletricidade por meio dessa fonte de energia. "Há grandes conflitos em nossa sociedade, e temos que resolvê-los de forma razoável. É por isso que as discussões são duras", justificou a chanceler Angela Merkel. O Brasil não se pronunciou oficialmente sobre a Aliança para o Abandono do Carvão. No país, o material é responsável por 3,61% da matriz energética, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). No mundo, de acordo com a Agência Internacional de Energia, 40% da produção de energia do vêm do carvão mineral, cuja queima emite quase um terço do gás carbônico na atmosfera.