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terça-feira, 31 de outubro de 2017


Brasil alcança sétimo lugar em 

ranking eólico global


País ultrapassa Canadá em geração; produção elétrica alcança 10% de participação na matriz elétrica



TOP 11






O Brasil subiu mais uma posição e assumiu o sétimo lugar entre os países com maior geração de energia eólica no mundo, ultrapassando o Canadá, que caiu para a oitava posição. Em termos de expansão de potência, o País mantém o quinto lugar, com 2,5 GW em 2016.  Os dados são do “Boletim de Energia Eólica Brasil e Mundo – Base 2016” produzido pelo Ministério e Minas e Energia (MME).
A situação favorável da fonte eólica brasileira também é destaque no fator de capacidade (FC). De 2000 para 2016 o Brasil passou de um FC médio de 20% para 41,6%.  No mundo, esses indicadores foram de 22% e 24,7%, respectivamente. Observa-se que de um FC abaixo do mundial em 2000, o Brasil evoluiu para um indicador 68% superior.
Dentre os estados brasileiros, o Rio Grande do Norte apresentou a maior proporção na geração eólica em 2016, com 34,7%, seguido do Ceará com 18,8%. No fator de capacidade, o Piauí teve o maior indicador (48,4%).
Para  2026, a previsão do Plano Decenal de Energia é que a capacidade instalada eólica brasileira chegue a 25,8 GW (inclusive geração distribuída), respondendo por 12,5% do total. A Região Nordeste (NE) deverá ficar com 90% da capacidade eólica total.
Considerando a geração  total de cada país,, a Dinamarca apresenta a maior participação de geração eólica, de 42,5%, seguida de Portugal (22,1%), e Espanha (18%).
Os dados são do boletim “Energia Eólica no Brasil e Mundo” elaborado pela Secretaria de Planejamento e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), que também aborda fatos e dados históricos a fim de compreender desde a origem do vento até os equipamentos utilizados para geração da energia eólica. Além da logística dos fabricantes, licenciamento ambiental, qualificação de mão-de-obra e inclusão social nos parques.

domingo, 29 de outubro de 2017

ATLAS DO POTENCIAL EÓLICO BRASILEIRO

Simulações de 2013








O Atlas do Potencial Eólico Brasileiro, publicado em 2001 e concebido para a altura de 50 metros (altura suficiente para as tecnologias dos aerogeradores da época), foi, sem dúvida, um importante marco para o desenvolvimento do setor eólico no Brasil. Com o passar dos anos, o mercado eólico brasileiro experimentou crescimento significativo, tanto devido à implantação do Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – Proinfa, quanto aos resultados alcançados pelos leilões de energia. Ao longo do tempo, a tecnologia de aerogeradores desenvolveu-se significativamente disponibilizando modelos de maiores potências e dimensões para operação em alturas mais elevadas, quando comparados aos modelos comercializados em 2001. O então Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação – MCTI, através da Secretaria de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação – Setec e da Coordenação Geral de Tecnologias Setoriais – CGTS, tomou a iniciativa de promover a atualização do Atlas do Potencial Eólico Brasileiro de 2001, considerando alturas superiores a 50 metros e as novas tecnologias disponíveis comercialmente. Nesse sentido, foi aprovado, pelo Comitê Gestor do Fundo Setorial de Energia – CT-ENERG, um projeto de encomenda vertical ao Centro de Pesquisas de Energia Elétrica – Cepel, implementado pela Financiadora de Estudos e Projetos – Finep, por meio do Convênio de nº 01.09.539.00, sob o título “Atualização do Atlas Eólico Brasileiro”.
Para a realização deste projeto, o Cepel estabeleceu parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – Inpe para alocação da infraestrutura e de profissionais do Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos – CPTEC. A partir do trabalho conjunto entre o Cepel e o CPTEC, foi possível estimar o potencial eólico para todo o território nacional através do uso de modelos numéricos utilizados para previsões do tempo. Considerando a complexidade de tais modelos e a necessidade de abranger todo o território brasileiro, o processamento das informações contou amplamente com o uso do supercomputador do CPTEC.
Dentre os diversos modelos numéricos utilizados pelo CPTEC para previsão do tempo, o modelo de mesoescala Brams (Brazilian developments on the Regional Atmospheric Modeling System) foi escolhido para estimar a velocidade e a direção do vento em todo o país, para as alturas de 30, 50, 80, 100, 120, 150 e 200 metros. Tal escolha foi baseada tanto no fato deste modelo ser o resultado da consolidação de várias adaptações do modelo Rams (Regional Atmospheric Modeling System) para as condições climáticas brasileiras, quanto na existência de um grande número de meteorologistas que o utilizam para previsão do tempo em todo o Brasil. Como o modelo Brams apresenta melhores resultados para simulações realizadas com base numa grade de 5 km x 5 km, escolheu-se esta resolução para a elaboração do presente Atlas.
O caráter inovador da utilização do modelo Brams exclusivamente para previsão da velocidade e da direção do vento em todo o território nacional trouxe diversos desafios ao longo do projeto. Para a obtenção de um ano típico, que representasse informações médias de um período e não de um ano específico, decidiu-se que seriam simulados os anos de 2012, 2013, 2014 e 2015. A partir dos dados simulados e, posteriormente, ajustados com dados medidos, seria, então, obtido o ano típico para o período dos quatro anos mencionados. Uma grande preocupação ao longo da elaboração do presente Atlas foi a questão da comparação dos resultados das simulações geradas pelo modelo Brams com dados efetivamente medidos. Apesar da vasta rede climatológica distribuída por todo o Brasil, disponibilizada pelo Inpe [1], os melhores dados para comparação e ajuste dos resultados das simulações obtidas com o modelo Brams são aqueles provenientes de estações anemométricas específicas para empreendimentos eólicos. Uma das grandes vantagens de se utilizar estes dados está nas alturas de medição, que coincidem com as alturas dos aerogeradores disponíveis comercialmente no Brasil. Através do apoio do MCTI e da Empresa de Pesquisa Energética – EPE, 12 empreendedores autorizaram o uso de informações anemométricas oriundas de 39 parques eólicos e relativas ao período dos anos simulados. As autorizações concedidas para o uso de dados anemométricos provenientes de parques eólicos em operação no Brasil, considerados de alta qualidade, possibilitaram ajustes importantes com relação aos resultados simulados nas principais áreas de comprovado potencial.
Tendo em vista a complexidade do projeto decorrente do uso inovador do modelo Brams, os problemas de ordem técnica, que foram resolvidos ao longo de sua execução, e a data de encerramento do Convênio com a Finep, só foi possível realizar a simulação e o ajuste dos dados referentes ao ano de 2013. Adicionalmente aos problemas já mencionados, a simulação, usando o modelo Brams, para todo o território nacional, é altamente intensiva no uso de recursos computacionais. Uma vez que o supercomputador do Inpe, assim como os profissionais que o operam, atendem diversas demandas (entre elas, as previsões diárias do tempo), a disponibilidade para realizar as simulações destinadas à elaboração de um Atlas Eólico não é ilimitada, o que trouxe algumas restrições na velocidade de execução do trabalho.
As simulações com o modelo Brams referentes ao ano de 2013, a comparação dos resultados obtidos com dados medidos e a subsequente realização de ajustes constituem marcos significativos do trabalho de elaboração do presente Atlas Eólico. Após a conclusão destas etapas, foram produzidos mapas temáticos relativos às médias anuais, obtidas a partir de simulações para o ano de 2013. Adicionalmente, tornou-se possível, para a sociedade, a consulta web das informações em ambiente georreferenciado.
O ambiente web de consulta aos dados foi desenvolvido de forma a fornecer aos usuários a possibilidade, não somente, de visualização das informações de cada mapa temático, mas também de fazer comparações entre dois temas distintos, além de outras funcionalidades de mapas disponíveis em um ambiente georreferenciado. Por meio de um único click, é possível obter todas as informações contidas nos mapas temáticos, tanto para um ponto específico, quanto para uma região previamente definida. O presente Atlas disponibiliza, de forma inédita, toda a base de dados consolidados e georreferenciados em ambiente web para livre consulta.
Nesta publicação são apresentadas as metodologias desenvolvidas para a elaboração dos ajustes dos resultados obtidos com o modelo Brams, para a avaliação estatística do resultado final e para as interpolações necessárias à confecção dos mapas temáticos. Também é descrita a metodologia utilizada para a estimativa do potencial eólico brasileiro, considerando as restrições que impedem a instalação de parques eólicos (áreas de proteção ambiental, florestas, rios etc.). A consolidação das simulações para o ano de 2013, apresentada, nesta publicação, através dos mapas temáticos e da consulta web, representa um importante marco para a elaboração de um Atlas Eólico que consistirá de um período maior de anos simulados.
Para dar continuidade ao desenvolvimento do presente trabalho, visando à obtenção do ano típico, pretende-se realizar o ajuste e a validação estatística dos resultados para os anos de 2012, 2014 e 2015 (cujas simulações com o modelo Brams já estão concluídas) nos mesmos moldes do que foi efetuado para o ano de 2013. Adicionalmente, pretende-se realizar simulações em resolução de microescala em sítios com elevado potencial para abrigar parques eólicos.

[1] A base de dados meteorológicos do Inpe, é formada por dados de estações meteorológicas convencionais e automáticas do INMET e de outras instituições, dados de aeroportos (METAR) do DECEA, relatórios climatológicos do INMET e do DECEA, estudos acadêmicos e agrícolas para locais específicos e campos de dados interpolados obtidos a partir de todas as observações disponíveis na base de dados do CPTEC.

sábado, 28 de outubro de 2017


EMISSÕES DOS SETORES DE ENERGIA, PROCESSOS INDUSTRIAIS E USO DE PRODUTOS PERÍODO 1970 - 2015 

Coordenação Técnica Instituto de Energia e Meio Ambiente - IEMA













A fim de prover fácil acesso a dados consistentes da evolução histórica das emissões antrópicas de gases de efeito estufa (GEE) associadas às suas fontes emissoras no Brasil, o Observatório do Clima, no fi nal de 2013, apresentou a primeira versão do Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG), contemplando as emissões nacionais no período 1990-2012 para os setores de (i) Mudança de Uso da Terra, (ii) Agropecuária, (iii) Energia, (iv) Processos Industriais e Uso de Produtos e (v) Resíduos. Neste processo, o Instituto de Energia e Meio Ambiente (IEMA) realizou o trabalho técnico referente às estimativas das emissões dos setores de Energia e de Processos Industriais e Uso de Produtos (PIUP). 
Em 2016, foi desenvolvida a quarta versão do SEEG, que revisou as estimativas para o período 1990-2015, incluiu as estimativas de emissões para o ano de 2015, revisou e aprimorou as estimativas de emissões nacionais para o período entre 1970 e 1989 e a distribuição das emissões por Unidade da Federação, ao longo de todo o período 1970-2015. Foi também lançado em 2015 um novo módulo denominado SEEG Monitor Elétrico, uma ferramenta de informação com atualização diária sobre a composição da matriz elétrica brasileira e suas emissões de gases de efeito estufa. Com base nos dados do SEEG, este documento traz análises sobre as emissões dos setores de Energia e de PIUP. Além disso, discute desafi os que se apresentam à mitigação de emissões. Tais descrições analíticas dividem-se em quatro partes, abordando os maiores segmentos emissores dentro do universo de Energia e PIUP: transportes, geração de energia elétrica, indústria e produção de combustíveis. Buscou-se mostrar a importância relativa de cada um desses segmentos no conjunto das emissões nacionais, os perfi s de emissão por tipo de atividade ou outros detalhamentos encontrados, e questões a respeito do futuro dessas emissões. Este documento apresenta ainda uma interpretação das metas propostas na contribui- ção nacionalmente determinada (NDC) brasileira para os setores de Energia e de PIUP e procura contextualizá-las em relação às emissões históricas de GEE e às projeções de emissões do Plano Decenal de Expansão de Energia 2024 (EPE/MME, 2015).

 EMISSÕES DE GEE DOS SETORES DE ENERGIA E DE PROCESSOS INDUSTRIAIS E USO DE PRODUTOS


O forte crescimento das emissões do setor de energia, aliado ao decréscimo das taxas de desmatamento na Amazônia – fator este que tem reduzido as emissões oriundas da mudança de uso da terra –, modificou significativamente a participação de cada setor no total das emissões brasileiras nos últimos anos. Isso ocorreu sobretudo a partir de 2004, ano em que as emissões associadas à mudança de uso da terra atingiram seu máximo. O setor de energia, que representava apenas 7,9% das emissões em 2004, passou para 23,6% em 2015 (Figura 2)



segunda-feira, 23 de outubro de 2017


Produção de energia eólica no Brasil cresce mais de 25% até agosto, diz CCEE


Fonte: https://br.reuters.com

Redação Reuters / Por Roberto Samora





A produção de energia eólica em operação comercial no Sistema Interligado Nacional (SIN) aumentou 25,7 por cento entre janeiro e agosto de 2017 ante o mesmo período do ano passado, informou nesta sexta-feira a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

A produção das usinas da fonte chegou a 4.032 MW médios, frente aos 3.208 MW médios gerados no mesmo período do ano passado.

A representatividade da fonte eólica em relação a toda energia gerada no período pelas usinas do Sistema alcançou 6,5 por cento em 2017, enquanto a energia hidrelétrica representou 73,8 por cento do total e as usinas térmicas responderam por 19,7 por cento, segundo a CCEE.

Ao final de agosto, a CCEE contabilizou 470 usinas eólicas em operação comercial no país, que somavam 11.951 MW de capacidade instalada, incremento de 25,5 por cento frente ao potencial das 374 unidades geradoras existentes em agosto de 2016, informou a câmara em nota.

O boletim indica que, por Estado, o Rio Grande do Norte segue na liderança da produção eólica no país com 1.316,7 MW médios de energia entregues em 2017, aumento de 26,5 por cento em relação ao mesmo período do ano passado. Em seguida, aparece a Bahia com 833 MW médios produzidos (alta de 26,4 por cento).

A geração eólica no Nordeste tem ajudado a região a lidar com uma severa escassez de água que tem limitado a geração hidrelétrica.

O Rio Grande do Sul alcançou 583,5 MW médios (+21 por cento) em energia eólica, seguido pelo Ceará, com 552 MW médios (alta de 2,8 por cento) e o Piauí com 443,6 MW médios, aumento de 48 por cento frente à geração alcançada em 2016.



domingo, 22 de outubro de 2017

Ebook Veículo Elétrico – O caminho da mobilidade sustentável

Fonte:www.organicsnewsbrasil.com.br



O Organics News Brasil (ONB) lança o Ebook Veículo Elétrico – O caminho da mobilidade sustentável, uma publicação online e gratuita que visa mostrar a importância dos veículos elétricos para o desenvolvimento sustentável e da economia verde no mundo.
Elaborado pelo editor de energia Walter Santos, autor dos blogs neWS Energia, O Que Vem Por Aí e Autos Elétricos, o ebook explica o conceito de veículo elétrico, as inovações e os investimentos das grandes montadoras na mudança das suas frotas.





sábado, 21 de outubro de 2017

POR QUE A CHINA ESTÁ LIDERANDO A REVOLUÇÃO  DE ENERGIA RENOVÁVEL
Investimentos no país e no exterior podem impulsionar avanços tecnológico que servirão de exemplo para outros países


Fonte:http://epocanegocios.globo.com



TRABALHADORES PASSAM POR PAINÉIS SOLARES E TURBINAS EÓLICAS EM UMA DAS MUITAS USINAS QUE
 PRODUZEM ENERGIA RENOVÁVEL NA CHINA (FOTO: ARQUIVO/REUTERS)

A China está no centro de uma transformação global impulsionada por avanços tecnológicos e pela queda do custo das energias renováveis. No início de 2017, o gigante asiático anunciou que iria investir US$ 360 bilhões em energia renovável até 2020 e acabar com os planos para construir 85 usinas de carvão. Em março, as autoridades chinesas informaram que o país estava superando as metas oficiais na busca por eficiência energética e na participação de fontes limpas em sua matriz energética. E, em julho, a agência reguladora de energia lançou novas medidas para reduzir a dependência do país em relação ao carvão.

Os chineses são responsáveis por uma participação cada vez maior da demanda global por energia, ao mesmo tempo em que cai o consumo mundial. Fatores como o aumento da eficiência energética em edifícios residenciais, industriais e comerciais e a menor demanda de energia no transporte, devido à proliferação de veículos autônomos e ao compartilhamento de viagens, explicam essa redução. 

De acordo com o relatório, "Além do superciclo: como a tecnologia está remodelando a oferta e a demanda por recursos naturais", produzido pelo Instituto McKinsey, essas tendências estão diminuindo o crescimento da demanda de energia primária. Se a adoção rápida de novas tecnologias continuar, essa demanda poderá atingir o pico em 2025. E com o uso de energia menos intensivo e o aumento da eficiência, a produtividade da energia na economia global poderia aumentar entre 40% e 70% nas próximas duas décadas.

Enquanto a demanda de energia está diminuindo, a participação da China está aumentando. Em 2035, a China pode representar 28% da demanda mundial de energia primária, hoje acima de 23%, enquanto os Estados Unidos poderiam representar apenas 12% em 2035, abaixo dos 16% de hoje.

No seu 13º Plano Quinquenal, o governo chinês pretende reduzir a intensidade energética em 15% entre 2016 e 2020. E eles já estão em vias de atingir esse objetivo. No Congresso Nacional do Povo da China, no início deste ano, o primeiro-ministro chinês Li Keqiang informou que a intensidade de energia da China caiu apenas 5% no ano passado.

As energias renováveis são uma das razões para a redução na intensidade do uso de recursos da China. Com a esperança de se tornar um líder mundial no campo, o país está investindo mais de US$ 100 bilhões em energia renovável em seu território todos os anos. É o dobro do investimento norte-americano e mais do que o investimento anual combinado dos EUA e da União Europeia. Isso faz da China o mercado mais atrativo do mundo em energia.

Além disso, a China investe US$ 32 bilhões – mais do que qualquer outro país – em fontes renováveis no exterior, com as empresas chinesas assumindo a liderança nas cadeias globais de valor de energia renovável. No Brasil, a China será o maior investidor em projetos diversos, mas principalmente em energia.

A State Grid Corporation, – companhia chinesa que já investiu R$ 2,4 milhões no Rio de Janeiro – planeja desenvolver uma rede de energia que se baseia em turbinas eólicas e painéis solares em todo o mundo. Os fabricantes de painéis solares estimam uma vantagem de custo de 20% em relação aos seus concorrentes dos EUA, devido a economias de escala e desenvolvimento de cadeia de fornecimento mais avançado. E os fabricantes chineses de turbinas eólicas, que gradualmente preencheram suas lacunas de tecnologia, agora representam mais de 90% do mercado doméstico chinês, em comparação com apenas 25% em 2002.

É possível que eles enfrentem desafios à medida que a China deixa de usar os combustíveis fósseis para dar cada vez mais espaço aos renováveis dentro de um setor de recursos global em mudança. Sua economia ainda é altamente dependente do carvão, o que implica custos consideráveis à medida que se muda a capacidade para outros recursos, como o gás natural e as energias renováveis.

Outro fator é a construção de painéis solares e parques eólicos, que está criando uma grande quantidade de resíduos. Os produtores chineses estão se sentindo mais pressionados a reduzir custos e melhorar a eficiência para compensar o crescimento lento da demanda global.

Apesar desses obstáculos, a inovação tecnológica deve ajudar os produtores chineses a obter ganhos de produtividade e os consumidores a economizar. De acordo com a McKinsey, até 2035, as mudanças na oferta e demanda das principais commodities poderiam resultar em economia de custos total de US$ 900 bilhões para US$ 1,6 trilhão.

A escala dessas economias dependerá não somente da rapidez com que a nova tecnologia é adotada, mas também da forma como os formuladores de políticas e as empresas se adaptam ao seu novo ambiente. Mas, acima de tudo, dependerá da China.

E a sua experiência na redução da intensidade energética pode servir de roteiro para os países em desenvolvimento. E seus investimentos em energias renováveis no país e no exterior podem criar avanços tecnológicos que reduzirão os custos para os consumidores em todos os lugares.

quinta-feira, 19 de outubro de 2017

Potência solar

Há mais de dez mil sistemas de geração distribuída, crescimento que continua a grande velocidade


Fonte: https://oglobo.globo.com/opiniao/potencia-solar-21962859#ixzz4vy1JwLht stest 



Em 2016, 83% da energia elétrica do Brasil vieram de fontes renováveis, principalmente hidrelétricas. A geração solar representa apenas 0,02% da matriz elétrica. Entretanto, o Brasil tem vários dos ingredientes para se converter em uma potência solar nos próximos anos.

Os níveis de radiação em algumas zonas do país estão entre os mais altos do mundo. E, com os mais de oito milhões de quilômetros de extensão, o potencial técnico total está estimado em quase 30 mil GW para geração solar, cerca de 200 vezes a capacidade instalada atual.

O país conta com cerca de 80 milhões de pontos de consumo, que ajudam a criar condições para garantir a demanda. Adicionalmente, o marco regulatório permite que cada um destes consumidores instale geração distribuída para uso próprio e contribua para a rede com os excedentes.
Considerando só este potencial, seria possível gerar dois terços da demanda de eletricidade do país. Atualmente, já há mais de dez mil sistemas de geração distribuída, um crescimento que continua a uma velocidade impressionante.

As complementaridades com outras formas de energia permitem potencializar o uso no Brasil. As hidrelétricas são um respaldo natural para a geração, já que permitem “armazenar” no sistema a energia solar excedente do dia e fornecê-la à noite. Alternativamente, é possível utilizar o bombeamento de água, na base da energia solar, como uma alternativa nas regiões mais secas.
Considerando que o Brasil possui uma das maiores reservas do mundo de silício, principal matéria-prima para a fabricação de painéis fotovoltaicos, somado a sua capacidade industrial, é possível pensar em uma produção industrial local do equipamento. Um movimento que serve de exemplo é o Programa Proalcool, que converteu o Brasil nos anos 80 em uma potência mundial da indústria do etanol.

O horizonte para a energia solar no Brasil é animador, mas alguns elementos dessa equação devem ser fortalecidos. Os preços dos sistemas fotovoltaicos caíram 80% nos últimos dez anos. Porém, os projetos são intensivos em capital inicial e têm custos de manutenção e funcionamento baixos. É necessário contar e diversificar as fontes de financiamento com prazo e taxas que atendam aos fluxos necessários para viabilizar este tipo de investimento.

Também é necessário difundir de maneira mais eficiente a informação sobre a possibilidade de geração distribuída, os requisitos necessários para a realização das conexões e as alternativas de financiamento existentes.
O próprio setor público pode ser um poderoso utilizador e apoiador dessa tecnologia, adotando a energia solar distribuída, ampliando o alcance e conduzindo um movimento amplo de conscientização sobre os benefícios do uso, reduzindo assim gastos no fornecimento em escolas, universidades, postos de saúde e hospitais. Adicionalmente, a demanda por sistemas fotovoltaicos pode potencializar a incipiente indústria e as capacidades locais.

Arturo D. Alarcón é especialista da Divisão de Energia do Banco Interamericano de Desenvolvimento no Brasil


terça-feira, 17 de outubro de 2017




Centros de Energia de Baixo Carbono

Pesquisa colaborativa com a indústria e o governo em áreas-chave da tecnologia para lidar com as mudanças climáticas
Fonte: http://energy.mit.edu/lcec/

Nas próximas décadas, espera-se que a demanda global de energia aumente dramaticamente , impulsionada pelo crescimento populacional mundial e pelo aumento do padrão de vida no mundo em desenvolvimento. Ao mesmo tempo, as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) devem ser drasticamente reduzidas para evitar os piores efeitos das mudanças climáticas. Dirigir-se a este duplo desafio requer ação simultânea em múltiplas frentes de tecnologia e política, o que, por sua vez, exige uma colaboração ampla e sustentada entre as partes interessadas da academia, da indústria, do governo e das comunidades filantrópicas e de ONGs.
Reconhecendo isso, a iniciativa MIT Energy Initiative (MITEI) lançou uma série de centros de pesquisa focados em enfrentar os desafios energéticos mais urgentes do mundo de todos os ângulos possíveis. Os Centros de Energia de Baixo Carbonoempregam um modelo exclusivamente inclusivo que atrai parceiros de muitos setores para desenvolver soluções implantáveis ​​que possam atender às necessidades energéticas globais de forma sustentável. Cada Centro trabalha para avançar a pesquisa em uma área de tecnologia específica. Estas áreas são: captura, utilização e armazenamento de carbono; sistemas de energia elétrica; biosciência da energia; armazenamento de energia; materiais em energia e ambientes extremos; sistemas avançados de energia nuclear ; fusão nuclear; e energia solar.
Os Centros foram anunciados pela primeira vez em outubro de 2015 como um elemento central do Plano de Ação sobre Mudanças Climáticas do Instituto .
Coletivamente, o propósito dos Centros é:
  • Convocar membros de um conjunto diversificado de empresas globais, entidades governamentais e outras organizações para identificar as necessidades de pesquisa mais urgentes do mundo real em cada uma das suas áreas de energia com baixo carbono;
  • Promover a colaboração entre e entre os membros e os pesquisadores do MIT unidos por um desejo comum de avançar caminhos específicos de tecnologia de energia com baixa emissão de carbono;
  • Desenhe conexões entre e entre os pesquisadores do MIT de uma variedade de disciplinas cujo trabalho pode avançar na pesquisa ao longo desses caminhos;
  • Aproveitar os conhecimentos dos membros do Centro sobre questões de mercado e políticas e levar esses conhecimentos a conceitos e tecnologias desenvolvidas no laboratório;
  • Sintetizar o conhecimento dentro de cada Centro através do diálogo contínuo entre pesquisadores e membros;
  • Divulgar insights , descobertas e recomendações aos membros e à sociedade, informando orientações de P & D, bem como debates de políticas públicas e esforços de design; e, finalmente,
  • Acelerar o avanço de tecnologias e soluções em cada área de energia com baixa emissão de carbono - muito mais rapidamente do que poderia ser alcançado por qualquer entidade que trabalhasse sozinha.

VANTAGEM DO MIT

Ao longo da última década, o Instituto, através do MITEI, trabalhou lado a lado com um grupo diversificado de partes interessadas da indústria, do governo e dos setores filantrópico e de ONGs para enfrentar importantes desafios energéticos e climáticos. Graças às nossas colaborações estreitas com esses parceiros, o MIT desenvolveu uma profundidade incomparável e ampla experiência em uma ampla gama de disciplinas críticas para o avanço da inovação relacionada à energia.
Aproximadamente 30% da faculdade do MIT trabalha com o MITEI em temas de energia e clima, e o MITEI ajudou a canalizar mais de US $ 600 milhões em contribuições para pesquisa e educação relacionadas à energia - grande parte do que contribuiu para o desenvolvimento e implantação de energia de baixa emissão de carbono tecnologias e aumentar a eficiência dos sistemas de energia convencionais. Como resultado, o MIT está em posição única para impulsionar importantes iniciativas nessas áreas.
O MITEI também possui um histórico significativo de trabalho em países em desenvolvimento - nomeadamente através do seu Centro Tata de Tecnologia e Design, que se aproxima dos desafios das comunidades com recursos limitados. Como o crescimento absoluto e relativo do uso de energia e as emissões de GEE serão dominados pelo mundo em desenvolvimento nas próximas décadas, nossa capacidade de encontrar soluções que funcionem lá é crucial. O MIT oferece conhecimentos muito necessários para enfrentar os desafios únicos de energia e clima do mundo em desenvolvimento, caracterizados pelo rápido crescimento da demanda e pela sensibilidade ao custo severo, bem como pela liderança comprovada em forjar os tipos de parcerias de pesquisa internacionais necessárias para mover a agulha em uma base global escala.

ESTRUTURA DOS CENTROS DE ENERGIA DE BAIXO CARBONO DO MIT ENERGY INITIATIVE

Os Centros de Energia de Baixo Carbono combinam a abordagem comprovada do consórcio do MIT com programas de pesquisa adaptados que equipam o corpo docente do MIT com membros do Centro. No campus, esses Centros buscam se concentrar e amplificar a pesquisa de energia inovadora do Instituto, promovendo a colaboração interdisciplinar e inspirando novas orientações de pesquisa em benefício da sociedade. MITEI traz professores e alunos juntos de todos os Centros sob um guarda-chuva administrativo compartilhado para garantir que os recursos sejam usados ​​de forma eficiente para o máximo de impacto do mundo real.
À medida que o MITEI desenvolveu um recorde de cultivo de colaborações entre a indústria, a academia e o governo para avançar a pesquisa, aprendemos que a incerteza é um dos maiores inibidores do progresso. Para abordar e mitigar as incertezas inerentes a um ambiente de mercado e regulamentar em constante mudança, cada Centro de Energia de Baixo Carbono é apoiado por uma equipe dedicada de pesquisa focada em monitoramento, rastreamento e relatórios sobre a evolução do desempenho e potencial econômico das tecnologias emergentes. Esta equipe fornece orientação e definição para o espaço de oportunidade que cada Centro está explorando.
Os co-diretores da Faculdade liderarão cada Centro com o apoio de um Comitê Diretor da Faculdade e um Comitê Consultivo dedicado, composto pelo comitê de direção e representantes de cada um dos membros do Centro. Com a contribuição desses comitês, os diretores estabelecem grandes temas de pesquisa, criam um portfólio de projetos - dos avanços necessários na ciência básica para inovações implantáveis ​​na engenharia - e avaliações de políticas e tecnologia de comissões focadas em mover sistemas de energia com baixa emissão de carbono para o uso diário.

Economia de Energia no Horário de Verão é Possível?


Fonte: http://leonardo-energy.org.br


Em 15 de outubro, as regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste do país adiantaram o relógio em uma hora devido ao horário de verão. Com esta ação, estima-se que nos 234 municípios da área de concessão da CPFL Paulista haja uma economia de energia aproximada de 41,3 mil MWh de energia elétrica, sendo o suficiente para abastecer 17,2 mil famílias por um ano com um consumo mensal de 200 kWh.
Um fator informado pela empresa é que além da economia no consumo de energia, outro ganho está na diminuição dos riscos de sobrecarga no sistema elétrico no horário de pico (entre 18h e 21h).
O horário de pico ainda é o mesmo?


Na verdade, o padrão de consumo do brasileiro se modificou nesses últimos anos, alterando também os antigos horários de pico.
De acordo com a pesquisadora da FGV Energia Mariana Weiss, devido à presença de aparelhos de ar condicionado nas casas brasileiras, houve uma alteração no horário de pico de gasto de energia ele´trica que passou a ser das 10h as 17h, momento em que a temperatura tende a ser mais elevada.
Ainda no ano de 2017 o horário diferenciado foi efetivado devido à situação critica nos reservatórios das usinas hidrelétricas, porém ainda existem controvérsias com relação à economia gerada por esta ação.
Conforme publicado na revista exame, para Celio Bermann, coordenador do programa de pós-graduação em energia da USP e presidente da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético, o deslocamento de uma hora não traduz em uma economia de energia expressiva. “O horário de verão não resolve o problema dos dois horários de pico, e isso diminui a importância de sua adoção no Brasil”, diz.
O que deve ser feito
Para que o horário de verão seja realmente eficaz e tenha os resultados de economia de energia esperados, os cidadãos brasileiros devem rever os seus hábitos de consumo e incentivar os mais jovens a economizar energia, fazendo com que a redução do consumo não ficasse somente restrita ao horário de verão.



sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Célula solar orgânica gera corrente alternada diretamente



Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/






O segredo da célula solar de corrente alternada está na ordenação dos spins dos elétrons. [Imagem: Luis Hueso]


Eletrodos magnéticos
Uma equipe da Alemanha, China e Espanha desenvolveu uma célula solar que usa materiais magnéticos como eletrodos para produzir a corrente elétrica de saída.
É uma técnica inédita que ajudou a elevar a eficiência da célula solar orgânica em 14% e ainda trouxe uma melhoria inesperada: a geração direta de corrente alternada.
"O dispositivo é simplesmente uma célula fotovoltaica fabricada de um material orgânico - fulereno C60 - equipada com eletrodos magnéticos de cobalto e níquel," detalhou o professor Luis Hueso, da Fundação Basca de Ciências.
Os eletrodos magnéticos produzem corrente com uma propriedade adicional conhecida como "corrente de spin", na qual os elétrons têm todos o mesmo momento angular.
fulereno C60, também conhecido como buckyball, é uma molécula oca em forma de bola com 60 átomos de carbono.
A combinação de ambos não é coincidência, uma vez que o fulereno é um material fotovoltaico que permite controlar a direção do spin, o que por sua vez aumenta a eficiência da célula solar porque a torna capaz de gerar uma corrente maior. Como Hueso explica, "os spins das células solares comuns são 'desordenados', mas graças ao magnetismo conseguimos ordená-los para que uma maior corrente possa ser coletada".
Estrutura da célula solar orgânica que gera corrente alternada. [Imagem: Xiangnan Sun et al. - 10.1126/science.aan5348]


A outra vantagem verificada na nova célula solar foi mais inesperada: ela é capaz de gerar corrente alternada diretamente. Hoje, os painéis solares geram corrente contínua, que deve ser transformada em corrente alternada para sua inserção na rede elétrica. Além de equipamentos adicionais, o processo consome uma parte da energia gerada.
"A reversão da corrente ocorre na própria célula solar quando os elétrons criados pela luz interagem com os contatos magnéticos, cujos spins foram ordenados," explicou Hueso.
Ainda há trabalho a fazer, sobretudo porque outros materiais orgânicos já demonstraram uma eficiência maior do que os fulerenos para fazer a ordenação de spins. É nisso que a equipe pretende trabalhar a seguir, de forma a conseguir células solares de corrente alternada com a maior eficiência possível.

Bibliografia:

A molecular spin-photovoltaic device
Xiangnan Sun, Saül Vélez, Ainhoa Atxabal, Amilcar Bedoya-Pinto, Subir Parui, Xiangwei Zhu, Roger Llopis, Fèlix Casanova, Luis E. Hueso
Science
Vol.: 357 (6352), 677-680
DOI: 10.1126/science.aan5348