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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

Biopneus: Pneus renováveis feitos de biomassa



    Planta em escala de laboratório produzindo isopreno renovável a partir de biomassa. [Imagem: UMN]


Pneus renováveis
Uma nova tecnologia para produzir pneus de automóveis usando matérias-primas vegetais - árvores e gramíneas - promete virar a indústria em direção ao uso de recursos renováveis.
Os pneus de carro são vistos como ambientalmente hostis porque são predominantemente feitos de combustíveis fósseis e não há muito o que fazer com eles depois que chegam ao final de sua vida útil. Contudo, até hoje não existem materiais alternativos em termos de preço e desempenho.
A equipe que desenvolveu o novo processo afirma que os pneus de carro produzidos a partir da biomassa serão idênticos aos pneus atuais, com a mesma composição química, cor, forma e desempenho.
"Nossa equipe criou um novo processo químico para fazer isopreno, a molécula-chave nos pneus de carro, a partir de produtos naturais como árvores, gramíneas ou milho. Esta pesquisa poderá ter um grande impacto sobre a multibilionária indústria de pneus de automóveis," disse o professor Paul Dauenhauer, da Universidade de Minnesota, nos EUA.
Isopreno biológico
Hoje, o isopreno é produzido separando-se termicamente moléculas no petróleo que são semelhantes à gasolina, em um processo chamado craqueamento. O isopreno é então separado de centenas de outros produtos e purificado. No passo final, o composto é posto para reagir consigo mesmo, formando cadeias longas que originam um polímero sólido que é o componente principal dos pneus de automóvel.
O isopreno de biomassa, por sua vez, é fabricado a partir de açúcares extraídos de plantas como gramíneas, árvores ou milho, em um processo de três passos "hibridizado", o que significa que ele combina a fermentação biológica, usando microrganismos, com a refinação catalítica convencional, que é semelhante à tecnologia de refinação do petróleo.
O primeiro passo é a fermentação microbiana dos açúcares da biomassa, como a glicose, para se obter um composto intermediário, chamado ácido itacônico. No segundo passo, o ácido itacônico reage com hidrogênio, gerando um produto químico chamado metil-THF (tetrahidrofurano). Esta etapa foi otimizada quando a equipe identificou uma combinação metal-metal única que serviu como um catalisador altamente eficiente.
Mas o grande avanço tecnológico do processo está no terceiro passo, quando o metil-THF é desidratado para gerar o isopreno. Usando um catalisador recentemente descoberto, chamado P-SPP (pentasil autoempilhado fosfórico), a equipe foi capaz de demonstrar uma eficiência catalítica de até 90%, com a maior parte do produto catalítico sendo isopreno.
Combinando as três etapas em um processo, o isopreno renovável pode ser obtido de forma renovável a partir da biomassa.
A tecnologia foi patenteada e está disponível para licenciamento pela Universidade.
Bibliografia:

Renewable Isoprene by Sequential Hydrogenation of Itaconic Acid and Dehydra-Decyclization of 3-Methyl-Tetrahydrofuran
Omar A. Abdelrahman, Dae Sung Park, Katherine P. Vinter, Charles S. Spanjers, Limin Ren, Hong Je Cho, Kechun Zhang, Wei Fan, Michael Tsapatsis, Paul J. Dauenhauer
Catalysis
Vol.: 7 (2), pp 1428-1431
DOI: 10.1021/acscatal.6b03335

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Células solares impressas como jornal

Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br/

Todo o processo é baseado em "tintas solares", que podem ser aplicadas por impressão comum. [Imagem: Hairen Tan et al. - 10.1126/science.aai9081]

Células solares impressas
Pesquisadores canadenses criaram uma técnica que permite fabricar células solares flexíveis por impressão, em um processo produtivo tão simples e barato quanto imprimir um jornal.
A equipe eliminou um obstáculo crítico de fabricação de uma classe emergente de geradores solares chamados células solares de perovskita, que recentemente mostraram ter eficiência para competir com as células de silício.
Esta tecnologia solar alternativa promete painéis solares de baixo custo, impressos na forma de folhas flexíveis, que permitirão transformar quase qualquer superfície em um gerador solar.
Camada Seletiva de Elétrons
Ao contrário das células solares de silício, que exigem um material ultrapuro, temperaturas superiores a 1.000º C e grandes quantidades de solventes, as células solares de perovskita consistem em uma camada de pequenos cristais sensíveis à luz de baixo custo. Como esses cristais podem ser misturados em um líquido para formar uma espécie de "tinta solar", eles podem ser impressos em vidro, plástico ou outros materiais usando um processo de impressão do tipo jato de tinta.
Mas havia um problema: para gerar eletricidade, os elétrons excitados pela energia solar precisam ser extraídos dos cristais para que possam fluir através de um circuito e produzir a corrente. Essa extração ocorre em uma camada especial chamada "Camada Seletiva de Elétrons", cuja fabricação exigia temperaturas elevadas, por volta dos 500 graus, o que vinha impedindo o desenvolvimento de processos fabris práticos.

Eficiência das células solares de perovskita
Hairen Tan e seus colegas da Universidade de Toronto desenvolveram agora uma nova reação química que permite fabricar uma camada seletiva de elétrons a partir de nanopartículas em solução, diretamente sobre a camada de cristais de perovskita. Embora ainda seja necessário algum calor, o processo fica sempre abaixo dos 150º C, inferior ao ponto de fusão de muitos plásticos.
As nanopartículas são revestidas com uma camada de átomos de cloro, o que as ajuda a se ligar à camada de perovskita acima. Esta forte ligação permite a extração eficiente de elétrons - a eficiência das células solares produzidas em laboratório pela equipe alcançou 20,1%.
Para comparação, as células solares de perovskita feitas com o método mais antigo de alta temperatura são apenas marginalmente melhores, chegando a 22,1%. As melhores células solares de silício atingem 26,3% de eficiência.
Outra vantagem foi um ganho significativo de estabilidade. As células solares de perovskita são instáveis, mostrando uma queda acentuada no desempenho após apenas algumas horas. As células fabricadas por Tan retiveram mais de 90% de sua eficiência após 500 horas de uso, insuficientes ainda para um produto comercial, mas mostrando que há muito espaço para viabilizar essa tecnologia de energia solar de baixo custo.
As novas células solares de perovskita alcançaram uma eficiência de 20,1% e podem ser fabricadas a baixas temperaturas. [Imagem: Kevin Soobrian]
Bibliografia:

Efficient and stable solution-processed planar perovskite solar cells via contact passivation
Hairen Tan, Ankit Jain, Oleksandr Voznyy, Xinzheng Lan, F. Pelayo García de Arquer, James Z. Fan, Rafael Quintero-Bermudez, Mingjian Yuan, Bo Zhang, Yicheng Zhao, Fengjia Fan, Peicheng Li, Li Na Quan, Yongbiao Zhao, Zheng-Hong Lu, Zhenyu Yang, Sjoerd Hoogland, Edward H. Sargent
Science
Vol.: 355, Issue 6326, pp. 722-726
DOI: 10.1126/science.aai9081
Startup mineira fabrica células solares tão finas e flexíveis quanto uma cartolina



Energia solar desce do telhado e ocupa espaço em ponto de ônibus





        
Fonte: sunew.com.br/wp-content/uploads/2016/06/2016.06.08SUNEW_Gazeta.pdf
Claudia Guadagnin, especial para Gazeta do Povo


O Brasil concorre em igualdade com outros países do mundo na área de pesquisas sobre filmes finos orgânicos capazes de converter energia solar em elétrica. Em cerca de oito meses de atuação, a startup mineira SUNEW, que produz e vende placas OPV – sigla em inglês para painéis fotovoltaicos orgânicos – já figura como uma das líderes globais neste segmento. Por ano, a companhia é capaz de fabricar até 400 mil m² dos materiais, produzidos em rolos. Esta condição aumenta a possibilidade de ganhos de escala e permite a personalização do produto conforme a necessidade do comprador
A capacidade de geração energética média dos filmes é de 60 megawatts/pico, mas o índice pode variar de acordo com a intensidade da tinta aplicada no substrato plástico. Composta por polímeros de carbono é a tinta que, em contato com a radiação solar, cria o sistema que libera elétrons e forma a corrente elétrica ligada à rede do usuário. O modelo de captação e distribuição energética funciona com a mesma lógica das tecnologias tradicionais, baseadas em placas de silício.  

As células solares em filmes finos e flexíveis podem ser aplicadas em diversos objetos.A variação do OPV, entretanto, garante ao sistema versatilidade suficiente para que se adapte a diferentes superfícies e conquiste novos mercados não tão acessíveis às soluções mais conhecidas, como as placas solares tradicionais. Na prática, os filmes podem ser aplicados de janelas de prédios, vidros de carros a mochilas e capas para tabletes, por exemplo.

Brasil na frente 

A tecnologia passou a ser investigada há cerca de duas décadas, mas já representa a maior promessa do mercado fotovoltaico para aumentar o aproveitamento solar e popularizar o setor . “Países como Alemanha, Japão e Inglaterra, por exemplo, já avançados no domínio do mercado solar, estão em fases de pesquisa e aplicação das OPVs semelhantes à nossa”, conta Marcos Maciel, diretor da SUNEW. Criada a partir da convergência de esforços entre o Centro Suíço de Eletrônica e Microssistema (CSEM) Brasil, BNDES, Tradener, CMU Energia e o fundo de investimento FIR Capital, a fábrica chegou a contar no início dos trabalhos, em 2011, com representantes de mais de uma dezena de países na equipe para acelerar o domínio do conhecimento. Hoje, o time formado por 20 químicos, físicos e engenheiros de materiais, além de membros do CSEM, continua plural, com integrantes de, pelo menos, cinco nações. Tecnologia chega ao mercado Neste ano, as novidades já começam a ganhar mercado. O primeiro teste dos filmes será feito na fachada do novo prédio da Totvs, em São Paulo, uma das maiores desenvolvedoras de softwares do mundo. O edifício, com previsão de ser entregue no início de 2017, terá filmes em OPV dentro dos vidros. Eles vão revestir 4 mil m² de área do empreendimento. A SUNEW ainda não estima o volume energético que as películas adicionarão à rede elétrica, mas adianta que a energia produzida deve manter em funcionamento os 3,5 mil notebooks da companhia. Os vidros custaram cerca de 40% a mais que os tradicionais, mas a economia mensal com a conta de luz deve recuperar o investimento em menos de dez anos. As montadoras também já estão no radar da startup mineira. A Fiat, por exemplo, está em fase avançada de testes para usar a tecnologia em modelos da marca. Instalada no teto do veículo, a película solar pode reduzir em até 3% o consumo de combustível, diminuindo, também, a emissão de CO2 (dióxido de carbono) à atmosfera. O sistema ainda garantiria, em dias quentes, energia suficiente para manter um ventilador interno funcionando com o carro desligado. Em dois anos, custo dos painéis pode cair pela metade 
Os custos da inovação ainda são altos, com valores que variam de R$ 1 mil a R$ 1,8 mil por m² instalado. Hoje, a matéria prima à base de carbono para produção das tintas é importada de países como Japão, Alemanha e Estados Unidos, mas o domínio da tecnologia por empresas nacionais e o ganho de escala trazido pela alta da demanda podem alterar o cenário e reduzir os preços pela metade dentro de dois anos. Até agora, foram investidos R$ 100 milhões nas pesquisas do OPV no Brasil. Daqui em diante, contudo, as perspectivas tendem a ser de lucro. “Nosso processo produtivo é simples, barato e quase dez vezes mais ecológico que o baseado nas placas solares”, diz Marcos Maciel, diretor da SUNEW. Segundo ele, são necessários dois anos de economia das placas solares para que o meio ambiente seja compensando pelo processo de confecção do sistema. “No caso dos filmes orgânicos, o tempo é inferior, porque consumimos bem menos energia”, diz. A intenção da tecnologia, no entanto, não é concorrer com a tradicional, e sim, fornecer mais oportunidades ao mercado. “Quanto mais o setor solar crescer no Brasil, melhor”, conclui Maciel.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

Parceria trará indústria de placas solares para Teresina / Piauí




Fonte:www.45graus.com.br/geral/parceria-trara-industria-de-placas-solares-para-teresina?mc_cid=b6914d67d8&mc_eid=ba0091c79d
Por: Rodrigo Antunes




Nova indústria deve gerar mais emprego e será instalada no bairro Socopo, zona leste da capital.




                 Placas fotovoltaicas serão fabricadas em Teresina. Foto: Full Energy


O Piauí receberá em breve uma indústria de placas fotovoltaicas (placas solares). Os acertos foram definidos em audiência no Palácio de Karnak nesta segunda-feira (13), após estreitamento de um acordo com o Governo do Estado e empreendimentos europeus do setor, representados pelo empresário italiano Paolo Roncali. 
Além da fábrica de produção de materiais para geração de energia fotovoltaica, estão sendo projetadas áreas de moradia e de saúde dentro de uma área projetada pelo governo denominada como Vale do Silício do Piauí, que deve ser instalada na região do bairro Socopo, zona leste da capital. Outra intervenção programada é o Centro de Inovação Tecnológica e Artes (CITA), que vai reunir pesquisadores acadêmicos e produtores e artistas culturais.
A implantação da usina no Piauí é um dos resultados das últimas agendas internacionais do Governo do Estado na Europa. 
“Quando eu estive na Holanda e na Itália nós tratamos de projetos relacionados a essa parte de energia. Agora recebemos aqui os empreendedores e acertamos a implantação, junto com o projeto chamado Vale do Silício do Piauí. Neste ambiente teremos a construção de uma fábrica de placas solares e produção de equipamentos de energia solar e uma usina de produção de energia solar com capacidade de cinco megawatts de potência”, informou Dias.
No acordo ficou firmado que o Estado se dispões em suas estruturas próprias, como escolas, hospitais, e sedes de administração, onde há grande consumo energia elétrica; de se comprometer em adquirir os equipamentos para produção de energia solar, produzidos no Piauí. Além disso, o governo se comprometeu em garantir os incentivos necessários através da Agência de Fomento e do Fundo da Previdência. Para Wellington Dias, a ação é um grande investimento, com rentabilidade de 25% sobre o valor investido.
“Fico muito feliz, é uma oportunidade de ter grupos de ponta do mundo em design, com condições de oferecer estruturas local para a produção de prédios modernos, que gerem energia e economia para empreendimentos de diferentes setores”, pontuou o governador.
De acordo com o secretário de Mineração Petróleo e Energias Renováveis, Luís Coelho, a fase agora é de firmar o termo de compromissos mútuos entre o Estado e as empresas. Ele acredita que o ramo da energia solar, além de rentável, é sustentável. “Teresina ganha e a população ganha também afinal trata-se de um investimento moderno, nós estamos trabalhando com energia fotovoltaica”, afirmou dizendo ainda que objetivo é de também criar avenidas com instalações movidas por energia solar, gerando emprego, melhores condições de moradia, e avanço técnológico.
“Nós vamos traçar planejamento. Quanto mais rápido melhor. A empresa tem interesse de vir logo e o governo de investir. Já pontuamos de onde virão os recursos. Está tudo pontuado para dar certo”, concluiu o secretário.
Lixo que gera energia

Outro setor de investimentos apontados pelo empresariado europeu se refere à gestão de resíduos. A proposta é implantar a longo prazo nos municípios do Piauí mecanismos que garantam o aproveitamento do lixo orgânico para a geração de energia. A técnica, já aplicada em países da Europa como a Alemanha, extrai de resíduos sólidos descarados e em decomposição gases que podem gerar energia. O metano é um desses biogases que são produzidos naturalmente e que podem ser convertidos em energia elétrica. 


terça-feira, 21 de fevereiro de 2017

Ar-condicionado que não gasta energia pronto para o mercado


Fonte:http://www.inovacaotecnologica.com.br



O material tem a forma de uma folha flexível, que se amolda a superfícies curvas, como o telhado de uma casa. [Imagem: CU Boulder]

Ar-condicionado sem gasto de energia
O conceito de refrigeração passiva, em que o o calor é mandado direto para o espaço, ficou ainda melhor e muito próximo do uso real.
Engenheiros da Universidade do Colorado, nos EUA, criaram um irradiador de calor na forma de um metamaterial fino e flexível, que pode ser fabricado em larga escala com as tecnologias disponíveis.
O material funciona como uma espécie de sistema de ar condicionado, resfriando objetos, casas e outras estruturas de forma contínua, dia e noite, com consumo zero de energia ou água.
Quando aplicado sobre uma superfície, o filme de metamaterial esfria o objeto embaixo refletindo a energia solar incidente de volta para o espaço, ao mesmo tempo em que permite que o objeto libere seu próprio calor na forma de radiação térmica infravermelha.
Resfriamento radiativo passivo
O metamaterial é um híbrido de polímero e vidro com apenas 50 micrômetros de espessura - pouco mais do que uma folha de papel alumínio usada na cozinha - e pode ser fabricado a custo baixo em rolos, o que o torna uma tecnologia viável em grande escala tanto para aplicações residenciais quanto comerciais.
O material tira proveito do resfriamento radiativo passivo, o processo pelo qual os objetos perdem calor naturalmente na forma de radiação infravermelha, sem consumir energia. A radiação térmica proporciona algum resfriamento noturno natural e é usada para o resfriamento residencial em algumas áreas. Contudo, o resfriamento durante o dia, sob luz solar direta, vinha sendo historicamente um desafio a vencer - para uma estrutura exposta à luz solar, mesmo uma pequena quantidade de energia solar diretamente absorvida é suficiente para anular a radiação passiva.
Yao Zhai e seus colegas venceram o desafio sintetizando um material de dupla ação: ele reflete quaisquer raios solares incidentes de volta para o espaço, ao mesmo tempo fornecendo um meio de escape para a radiação infravermelha. Para isso, sobre um substrato de polímero foram depositadas microesferas de vidro que dispersam a luz visível e irradiam luz infravermelha. Em seguida, uma película de prata garante a máxima reflectância espectral.
"Tanto a formação do metamaterial de polímero e vidro, quanto o revestimento de prata, são fabricados em escala industrial em processos de rolo a rolo," disse Ronggui Yang, membro da equipe.
Ilustração da estrutura do metamaterial, cujas partes ativas são microesferas de vidro e uma película de prata. [Imagem: CU Boulder]

Quem quer vender?
Durante os testes de campo, o metamaterial demonstrou uma potência média de resfriamento radiativo de 110 watts por metro quadrado (W/m2) durante 72 horas contínuas, e de 90 W/m2 em luz solar direta ao meio-dia. Esse poder de resfriamento é aproximadamente equivalente à eletricidade gerada usando células solares em uma área similar, mas o resfriamento radiativo tem a vantagem de funcionar continuamente dia e noite.
"Apenas 10 a 20 metros quadrados deste material no telhado poderiam muito bem esfriar uma casa no verão", disse o pesquisador Gang Tan.
A equipe pretende construir imediatamente um protótipo de resfriamento passivo de 200 metros quadrados na própria universidade, para demonstrar a tecnologia aos interessados em comercializá-la.
Bibliografia:

Scalable-manufactured randomized glass-polymer hybrid metamaterial for daytime radiative cooling
Yao Zhai, Yaoguang Ma, Sabrina N. David, Dongliang Zhao, Runnan Lou, Gang Tan, Ronggui Yang, Xiaobo Yin
Science
DOI: 10.1126/science.aai7899

Custo da energia solar bate recorde de baixa na Índia

Fonte: http://www.energia.sp.gov.br/2017/02/custo-da-energia-solar-bate-recorde-de-baixa-na-india/
A Índia prevê expandir em cinco vezes a capacidade gerada por energias renováveis até 2027



A Índia acaba de ultrapassar o patamar de 50GW de capacidade instalada de energias renováveis (excluindo hidrelétricas) e deve continuar investindo forte na solar porque seus preços estão baixando. As ofertas iniciais para o primeiro grande leilão solar de 2017 mostram um recorde de baixa: US$ 53.50/MWh, 16% menor em relação ao ano anterior, em comparação com o recorde de baixa oferta de US$ 63.80/MWh.
O projeto de Plano Nacional de Eletricidade da Índia, lançado em dezembro de 2016, prevê expandir em cinco vezes a capacidade gerada por energias renováveis para 258GW até 2027. Isso reduziria a atual participação de 66% das térmicas na geração de energia na Índia para 43%, fazendo com que a meta do ministro indiano de Energia, Piyush Goyal, de acabar com as importações de carvão seja praticamente uma certeza.
“A meta de expansão das energias renováveis na Índia ficou substancialmente mais acessível para ser alcançada”, disse Tim Buckley, diretor de Estudos de Finanças de Energia do Instituto de Economia e Análise Financeira de Energia (IEEFA). “Os custos por unidade de energia estão caindo. Esses preços são comercialmente viáveis e provavelmente serão reduzidos novamente em 2018, e novamente em 2019, já que os custos da energia solar continuam a cair globalmente em 10% ao ano”, prevê.
Os fatores que estão favorecendo a queda no custo da eletricidade solar na Índia são muitos. Em primeiro lugar, os preços do módulo solar caíram 30% em relação a 2016. Em segundo lugar, o Reserve Bank of India fez uma sucessão de cortes nas taxas desde 2015, uma vez que a inflação caiu quase pela metade após a eleição de 2014 do primeiro-ministro Modi. Isto causou a queda no custo dos financiamentos. Em terceiro lugar, a taxa de câmbio da Índia se estabilizou, permitindo que os custos dos módulos em dólar gerem um valor menor em rupias. Em quarto lugar, o acesso ao capital global para projetos de infraestrutura renovável na Índia está se expandindo rapidamente. Em quinto lugar, os instaladores indianos estão aprendendo com a prática e agora estão instalando os maiores projetos solares do mundo, como o projeto Adani de 648MW, usando as mais recentes tecnologias. Um sexto fator é que a proposta solar é apoiada pela Corporação de Energia Solar da Índia (SECI), uma entidade do governo central que fornece uma contraparte inteiramente bancável, contornando as utilidades públicas não-bancáveis (DISCOMs). O sétimo fator é que a proposta permite que a tarifa inicial tenha uma proteção de inflação parcial por meio da indexação.
“Por trás de tudo isso está a visão clara do ministro da Energia Piyush Goyal. A política energética da Índia deu transparência, longevidade e certeza para o setor solar”, comemora Buckley.
As necessidades de investimento do setor elétrico indiano na próxima década estão se aproximando de US$ 1 trilhão – uma oportunidade de investimento suficientemente grande para chamar a atenção das grandes multinacionais que historicamente negligenciaram os 1,3 bilhões de pessoas na Índia e a taxa de crescimento econômico anual de 7%. O primeiro grande leilão de energia solar na Índia atraiu ofertas de conglomerados de energia da Índia (por exemplo, o grupo Adani, Aditya, Hero, em parceria com a Foxconn de Taiwan), as principais empresas de serviços públicos globais (ENEL da Itália, GDF da França) e também as empresas especializadas em energias renováveis indianas (ReNew Power) apoiadas por financiadores globais (ADB, Goldman Sachs e JICA do Japão).
A Autoridade Central de Eletricidade da Índia (CEA) divulgou seu Projeto de Plano Nacional de Eletricidade em dezembro de 2016 e a conclusão clara foi que a Índia não precisava construir nenhuma nova usina de carvão na próxima década até 2027. Esta conclusão foi reforçada com o recente relato do CEA de que a média da taxa de utilização das usinas termelétricas nos nove meses até dezembro de 2016 caiu para uma baixa decrescente de 59,6%.
Em dezembro de 2016 a Índia inaugurou a maior usina solar do mundo, com capacidade instalada para 648 MW.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

União Europeia dá ultimato a cinco países do continente por poluição do ar

Fonte:agenciabrasil.ebc.com.br/





A  concentração  de  dióxido  de  nitrogênio (NO2) está  acima  dos  limites  estabelecidos  em  cidades europeias como Paris (foto) , Roma, Milão, Turim,  Londres  e  Berlim  Divulgação/Prefeitura de Paris


A Comissão Europeia deu um ultimato à Alemanha, França, Itália, Espanha e ao Reino Unido para tomarem atitudes contra a poluição excessiva do ar por dióxido de nitrogênio (NO2). A concentração da substância está acima dos limites estabelecidos por Bruxelas em cidades como Roma, Milão, Turim, Berlim, Londres e Paris, uma contaminação que é causada sobretudo por automóveis, principalmente por aqueles movidos a diesel. As informações são da Agência Ansa.
Segundo um comunicado da Comissão Europeia, os cinco países não fizeram nada para conter as recorrentes violações dos padrões de poluição do ar por NO2, substância que "constitui um grave risco para a saúde".
Se os cinco países não agirem dentro de dois meses, o Poder Executivo da União Europeia (UE) ameaça levar a questão à Corte de Justiça do bloco. Ainda de acordo com a Comissão, mais de 400 mil pessoas morrem todos os anos na UE por doenças causadas pela poluição do ar.
Entre o fim de 2015 e o início de 2016, cidades como Milão, Roma e Nápoles chegaram a restringir a circulação de veículos na área urbana devido aos altos índices de concentração de poluentes. Além disso, a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, vem promovendo uma "guerra" contra os automóveis e pretende reduzir pela metade o número de carros privados que circulam na capital.


Um imposto "de carbono" sobre o consumo é a saída que  estamos procurando?

Fonte: www.greenbiz.com





Nives Dolsak

Professor
Universidade de Washington

Aseem Prakash

Professor de Ciência Política
Universidade de Washington



É possível reduzir as emissões de carbono sem prejudicar o crescimento econômico e destruir empregos?
A recente onda de pedidos executivos , incluindo um para suspender as atuais avaliações ambientais de projetos de infra-estrutura e outro para revogar dois regulamentos para cada novo pedido , sugere que a Casa Branca vê os regulamentos como assassinos de trabalho.
De fato, algumas abordagens regulatórias são problemáticas. Por exemplo, se as empresas são obrigadas a reduzir os gases de efeito estufa que geram em um determinado território, uma empresa simplesmente poderia relocar suas atividades intensivas em emissões para países com regras menos rigorosas. Conseqüentemente, as regulamentações de redução de emissões são marcadas como assassinos de trabalho, e as emissões não vão necessariamente cair de qualquer maneira.
Outros argumentam que as regulamentações que impõem limites às emissões de carbono podem realmente beneficiar a economia estimulando inovações tecnológicas limpas e criando empregos verdes. Os trabalhos na mineração do carvão podem declinar, mas os trabalhos novos serão criados na energia solar e eólica, a raciocínio vai.
O problema é que os novos empregos podem não estar localizados em torno de campos de carvão . Mesmo se eles são, mineiros de carvão pode não ter as habilidades, ou pode ter dificuldade em adquiri-los rapidamente , para efetivamente aproveitar as oportunidades criadas pelas indústrias de energia solar e eólica .
Existe uma saída para este debate sobre economia versus meio ambiente? Sim: políticas baseadas no consumo . Estas políticas destinam-se a desencorajar o consumo de produtos e serviços intensivos em carbono.
Eles podem assumir diferentes formas. Os governos podem decretar impostos sobre o consumo de carbono, que tributam os produtos à sua intensidade de carbono, independentemente de onde foram produzidos. Isso exigiria um imposto sobre o carbono em casa e um imposto de ajuste de fronteira sobre as importações. Para mobilizar o apoio da comunidade empresarial, o imposto sobre o carbono pode ser projetado para ser neutro em termos de receita : isto é, acompanhado de reduções de impostos em outros lugares. Na esfera privada, as empresas poderiam aderir a programas que exigem que eles exibam rótulos de carbono que indicam a quantidade de carbono emitido na produção de produtos de consumo.
Politicamente, uma abordagem baseada no consumo nivelará o campo de atuação entre produtores nacionais e estrangeiros e nos afastará do debate improdutivo sobre a relação entre regulamentações ambientais e crescimento econômico. Ecologicamente, pode nos ajudar a reduzir nossa pegada de carbono.

Regulamentação ambiental e custo econômico

Desde a década de 1970, políticos - tipicamente republicanos - têm alegado que as regulamentações ambientais matam empregos e prejudicam o crescimento econômico Em 11 de janeiro, a Câmara dos Deputados dos Estados Unidos aprovou a encarnação mais recente de um projeto de lei, Lei de Responsabilidade Regulatória de 2017 , para reformar como as agências reguladoras federais criam e aplicam novas regras. Este projeto visa simplificar o processo regulatório, que o Congresso considera ineficiente, de alto custo e administrado por uma burocracia não eleita.
Paralelamente, o presidente Donald Trump nomeou várias pessoas profundamente cético em relação a regulamentos, especificamente regulamentos ambientais . Trump vê sua escolha para chefiar a EPA, Scott Pruitt, como "um líder nacional contra a guerra da EPA contra o carvão".
Um  argumento  para este tipo de postura antiregulatory é que os regulamentos ambientais incentivar indústrias altamente poluentes para se deslocar para países em desenvolvimento levemente reguladas, a chamada hipótese da poluição paraíso . Os críticos também sugerem que os regulamentos sufocam a inovação e prejudicam a produtividade e, conseqüentemente, tornam as empresas americanas pouco competitivas nos mercados globais.
Em contraste, os defensores das regulamentações alegam que os críticos exageram os custos de cumprimento e enfatizam a saúde e outros benefícios do ar e da água limpos . Por exemplo, as estimativas da indústria do custo da regulação de dióxido de enxofre de 1990 foi 15 vezes o custo real.
Além disso, alguns sugerem que os regulamentos devidamente projetados realmente podem estimular a inovação, a chamada hipótese de Porter-Linde . Como a poluição representa a questão dos resíduos de recursos, qualquer política para reduzir o desperdício aumentará os lucros. Limites regulamentares sobre a quantidade de gás metano escapamento das operações de petróleo e gás, por exemplo, beneficiaria tanto o ambiente e da indústria, porque ajuda a conservar uma mercadoria valiosa.

Consumo e emissões

Enquanto isso, alguns estudiosos sugeriram que todo o debate regulatório-crescimento é menos relevante de qualquer maneira por causa do que os economistas chamam de "dissociação". Embora o uso de energia mais alto historicamente tenha se traduzido em maior crescimento para a economia de uma nação, há sinais de que essa estreita correlação, ou acoplamento, está enfraquecendo. Essa dissociação sugere que as economias podem continuar a crescer, mesmo que a quantidade de energia necessária diminua - um ponto até o presidente Barack Obama ecoou em um artigo recente sobre energia limpa.
Um estudo recente da Brookings , por exemplo, descobriu que nos Estados Unidos entre 2000 e 2014, mais de 30 estados desvincularam seu crescimento e suas emissões de carbono. Os esforços de regulamentação, como os padrões de carteira renovável, que exigem que as empresas de electricidade utilizem energias renováveis, bem como o gás natural substituindo o carvão para a produção de electricidade, contribuíram para a dissociação.
Mas essa ênfase na dissociação ignora como os regulamentos influenciam a pegada de carbono de nossos padrões de consumo. Os estudiosos descobriram que as emissões de consumo de produtos nos países desenvolvidos exceder as emissões geradas na produção e transporte desses produtos. Em outras palavras, as emissões da queima de gasolina são atribuídas a mim quando eu dirigir um carro. Mas as emissões geradas no processo de fabricação deste carro no exterior não são atribuídas a mim. Este tipo de carbono fudging não ajuda a causa da mitigação.
E suponha que as regulamentações levem as empresas a relocalizar suas atividades causadoras de emissões no exterior, e começamos a importar seus produtos em vez de produzi-los em casa. Neste caso, a nossa pegada de carbono não desceu. Os estudiosos chamam esses "vazamentos de carbono".
Vimos isso acontecer com o Protocolo de Kyoto das Nações Unidas para reduzir os gases de efeito estufa. Uma vez que estabeleceu metas obrigatórias de redução de emissões baseadas no território para os países desenvolvidos, criou um incentivo para que as empresas transferissem as suas actividades intensivas em emissões para países sem metas obrigatórias. Isso suporta o argumento "regulamentos como assassinos de trabalho".

Confrontação do carbono no consumo

As políticas centradas no consumo, como os impostos sobre o carbono e os rótulos de carbono, podem ajudar a reduzir as fugas de carbono - se o sistema de mercado permitir que os consumidores façam escolhas informadas e criem incentivos para que os produtores respondam a essas escolhas.
Suponha, por exemplo, que os Estados Unidos impusessem uma tarifa de carbono ao aço importado da China, porque as siderúrgicas chinesas usam altos-fornos obsoletos e com alto consumo de energia. Os tratados comerciais globais e a Organização Mundial do Comércio (PDF)  permitirão que os produtos importados fabricados com diferentes tecnologias de produção sejam sujeitos a tarifas (ou ajustes de impostos nas fronteiras)? Embora a legalidade das tarifas de carbono seja uma questão complexa, alguns sugerem que, enquanto esses impostos sobre o carbono mantêm um nível de concorrência entre os produtores nacionais e estrangeiros, eles podem ser  compatíveis com os regimes comerciais existentes.
Os esforços de regulamentação conduzidos pela empresa , como rótulos (PDF),  que indicam a pegada de carbono dos produtos de consumo podem ter êxito se os consumidores tiverem informações precisas e agirem sobre ela. Esta é uma área onde o movimento ambiental poderia ter grande impacto. Mesmo que um pequeno subconjunto de consumidores possa começar a tomar medidas ambientalmente responsáveis, em vez de esperar que o governo o faça, poderia motivar a ação corporativa. Pense em alimentos orgânicos, que inicialmente apelou para uma pequena parte da população. Mas o movimento orgânico espalhou-se além de Whole Foods; Walmart é o maior varejista orgânico dos EUA
Isso não quer dizer que os ambientalistas não devem mais pressionar por regulamentos como o EPA Clean Power Plan para reduzir as emissões de carbono das usinas. No entanto, as estratégias de advocacia devem ser temperadas com realidades políticas.
Além disso, os rótulos de carbono são frequentemente os esforços voluntários de empresas privadas que não precisam de aprovação regulamentar, e um imposto de carbono baseado no consumo pode ser promulgada no nível estadual, mesmo no nível da cidade. Por exemplo, a província da Colúmbia Britânica promulgou seu próprio imposto de carbono neutro em termos de receita , que foi compensado por cortes de impostos em outras partes da economia. Esta abordagem local ou regional pode ser especialmente importante na era Trump, onde se espera que o governo federal seja hostil aos esforços de mitigação.
O argumento do desacoplamento nos leva a acreditar que podemos continuar com nosso estilo de vida libertador de carbono e ainda assim desfrutar de crescimento econômico. Um imposto sobre o consumo de carbono, ao contrário, desencorajará o uso de bens intensivos em carbono, independentemente de serem fabricados em casa ou no exterior. Se for feita neutra em termos de receitas, então a oposição política a este imposto será menor. Importante, este imposto pode afastar-nos do debate improdutivo que prejudica a economia contra o ambiente.