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segunda-feira, 11 de janeiro de 2016




Chuva de otimismo no setor elétricowww.impresso.diariodepernambuco.com.br/cadernos/economia/capa_economia/
Volume de água nas últimas semanas no país pode dar alívio à produção de energia em 2016 e deve controlar mais a alta nos preços

Publicação: 11/01/2016 03:00

Nível de água nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste poderá terminar com patamares superiores a 50% (CAIO CORONEL/CB/D.A PRESS)
Nível de água nos reservatórios do Sudeste/Centro-Oeste poderá terminar com patamares superiores a 50%
A expectativa de que o volume de chuvas nos últimos dias se mantenha durante o período úmido, até abril, pode trazer alívio ao setor elétrico em 2016. Se no início de 2015 a discussão setorial tinha como assunto principal o risco de racionamento, o começo do novo ano traz o El Niño como foco de atenções. Por isso, a percepção, neste momento, é de que a pressão de custos sobre o setor será menor do que a registrada em 2014 e 2015. Como consequência, o preço da energia deve ter alta controlada.

Institutos de climatologia preveem que a intensidade do fenômeno El Niño permanecerá elevada até o início do outono. Com isso, o volume de chuvas na região Centro-Sul do país tende a atingir patamares mais altos durante o verão. Historicamente, os meses de dezembro a fevereiro correspondem a 50% da chuva que atinge a região Sudeste/Centro-Oeste no ano.

“Não será um período úmido excepcional, mas também não será ruim. Será um período úmido dentro da média e dessa forma sairemos com reservatórios mais elevados do que em 2014 e 2015”, destaca a diretora de produtos e conteúdo da Climatempo, Patrícia Madeira.

Confirmadas as expectativas de chuva para os próximos meses, o nível de água armazenada nos reservatórios do submercado Sudeste/Centro-Oeste poderá terminar o período úmido com patamares superiores a 50%. Desde o mês passado o indicador se mantém próximo de 30%.

Os dados do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) revelam que a situação dos reservatórios na região Sudeste/Centro-Oeste, responsável por 70% da capacidade de armazenamento do país, apresentou melhoria desde junho de 2015. A partir de julho, os dados de fechamento de cada mês já eram mais positivos do que os números de 2014, uma situação explicada basicamente pela afluência mais favorável e pela estratégia do ONS de preservar os reservatórios, a partir do acionamento das térmicas.

Outro ponto que justifica a melhoria no nível de água dos reservatórios, e que continuará a ter peso importante no balanço do setor elétrico, é a redução da demanda. “Saímos de um consumo realizado de 63 mil MW médios em 2013 e chegamos a 65 mil MW médios em 2014. O projetado para 2015, em janeiro, era de 67 mil MW médios, mas o número em 2015 ficará próximo de 64 mil MW médios. Perderemos algo como 3 mil MW médios ou dois anos de crescimento de demanda”, explica o diretor da consultoria PSR, Luiz Barroso.

Os números da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) até novembro apontam queda de 2,1% na demanda de 2015 em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. O resultado é influenciado principalmente pela retração na cadeia industrial, de -5,1%, e pela região Sudeste/Centro-Oeste, com queda de 2,7%. As duas categorias são, nas respectivas divisões por classe de consumo e geográfica, as mais importantes do país em termos de demanda.