Tiago Reis, para o Procel Info
Rio de Janeiro – Com o aumento da tarifa de energia elétrica os consumidores brasileiros buscaram, durante todo o ano de 2015, alternativas para reduzir o consumo e evitar sustos ao receber a conta de energia. Entre as medidas mais adotadas para esse fim, está a substituição de lâmpadas e luminárias por modelos mais eficientes e econômicos. E neste quesito, o LED é imbatível. A tecnologia, que é referência mundial em eficiência energética, ganhou muito espaço no mercado brasileiro no ano passado. Mesmo assim, ainda existem muitas dúvidas sobre esse tipo de lâmpada. Muitos consumidores ainda resistem a essa tecnologia principalmente pelo desconhecimento e pelo, ainda, elevado preço das lâmpadas de LED.
A reportagem do
Procel Info esteve na Rua dos Lustres, tradicional polo de artigos de iluminação localizado no bairro de Benfica, na Zona Norte do Rio de Janeiro, e pôde constatar que a falta de informação ainda é uma das barreiras enfrentadas pelo LED. Segundo o gerente da loja Casarão Lustres, Alexandre Vieira, as vendas das lâmpadas de LED mais que dobraram após os reajustes das contas de energia, mas muitas pessoas ainda têm dúvidas na hora da compra e acabam optando por modelos mais baratos.
“Orientamos nossos vendedores para esclarecerem todas as dúvidas das pessoas que procuram as lâmpadas de LED. A procura aumentou bastante neste ano, mas ainda falta muita informação. Além disso, o preço ainda pesa na hora da compra”, revela Vieira.
E boa parte dessas dúvidas surgiram após a proibição da fabricação e a retirada gradativa do mercado das lâmpadas incandescentes, tipo mais popular e barato de lâmpadas vendidas no Brasil. Por meio de uma portaria do Governo Federal de 2010, esse tipo de lâmpada começou a sair de circulação em 2012 devido à sua baixa eficiência e alto consumo de energia. Atualmente, são comercializadas apenas as lâmpadas de 25 e 40 Watts, mas elas só poderão ser vendidas até o dia 30 de junho de 2016.
Desde então, a população tem testado alternativas para suprir a falta das incandescentes. Entre as opções, além do LED, estão as fluorescentes e as halógenas. Mas as de LED, apesar do custo maior em relação às outras duas opções, possui uma economia média de mais de 85% em comparação com a incandescente, sem contar que esse tipo de lâmpada pode durar 50 mil horas. Para efeito de comparação, uma fluorescente é 75% mais econômica que de uma incandescente e possui uma durabilidade de 10 mil horas. Já a economia proporcionada por uma halógena é de 30%, com duração média de seis mil horas. Na comparação direta entre o LED e as fluorescentes, o LED leva grande vantagem. Em média é 1/3 mais econômica que as fluorescentes e com vida útil cinco vezes maior.
As lâmpadas de LED são mais econômicas que as fluorescentes e halógenas
Mesmo com essas vantagens, o LED ainda não virou uma unanimidade entre os consumidores. Mesmo mais econômicas e com uma durabilidade maior, o preço elevado desse tipo de lâmpada, que pode custar até dez vezes mais do que uma incandescente, ainda é uma barreira para uma maior popularização do LED. Para os comerciantes Rafael Furtado e Selma Lima, o custo para a instalação de uma iluminação 100% de LED ainda é muito alto. O casal, que tem uma loja de roupas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, estava pesquisando alternativas para substituir a iluminação do comércio e reduzir a conta de energia. Mas o alto valor das luminárias de LED fez o casal desistir de colocar toda a iluminação do estabelecimento em LED.
“O preço ainda é muito alto. Pensávamos em colocar o LED em toda a loja, mas isso, no momento, não será possível. Vamos colocar somente na vitrine. No futuro, se o preço cair, colocamos em toda a loja”, afirma Rafael Furtado.
Opinião semelhante tem o eletricista José Carlos Carvalho. Com quase 40 anos de atuação no setor, Carvalho afirma que mesmo com a divulgação das vantagens do LED, muitas pessoas ainda resistem a essa nova tecnologia. “O preço ainda assusta”, diz o profissional.
O desconhecimento dos benefícios do LED faz com que muitas pessoas façam a opção por produtos mais baratos em vez dos mais eficientes. E neste caso, o risco é muito grande de comprar 'gato por lebre' e o barato pode sair muito caro. Como existem diversos tipos de produtos de LED, especialistas aconselham a aquisição de lâmpadas certificadas com o Selo Procel de Economia de Energia, que atesta a qualidade e a eficiência do produto. Atualmente, já são certificadas 64 tipos de lâmpadas de LED, entre os modelos de bulbo e tubular, de 15 fabricantes diferentes.
“Tem muita coisa ruim, principalmente no mercado informal. Por isso, o consumidor tem sempre que levar em consideração a procedência para não correr o risco de jogar dinheiro fora e levar um produto ruim para casa”, esclarece Viera.