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domingo, 28 de abril de 2019

Investimento de R$ 3,5 bilhões em energia limpa em Pernambuco






Pernambuco irá sediar o complexo solar fotovoltaico, considerado o maior do país. O investimento será de R$ 3,5 bilhões e deverá gerar, apenas no período de construção, cerca de mil postos de trabalho diretos. O acordo para o empreendimento ficar no estado foi selado pelo governador Paulo Câmara e o secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Bruno Schwambach, durante reunião realizada ontem com o presidente da Solatio Energia, Pedro Vaquer Brunet, e Elvira Damau, sócia da empresa, responsável pelo aporte financeiro do complexo.

Localizado em São José do Belmonte (distante 474 km do Recife), o complexo fotovoltaico terá sete usinas, com capacidade instalada para gerar 1.100 Megawatts (MW) e perspectiva de entrar em operação comercial no início de 2021, com plena operação em 2022. O parque da Solatio foi projetado para ser o maior em território nacional e uma das principais referências no mundo. As obras serão iniciadas no primeiro bimestre de 2021, e a expectativa da empresa é contratar 400 trabalhadores somente nas proximidades do empreendimento.

“É um investimento que dialoga com o que a gente quer, que é a energia limpa. Um investimento importante em um momento difícil, quando ninguém está investindo, e a Solatio está vindo a Pernambuco, gerando emprego e renda. Nós estamos sempre dialogando com empresas e investidores, que têm a certeza de que o nosso estado os ajudará a avançar em seus projetos”, destacou o governador Paulo Câmara.

Já Schwambach ressaltou que o estado está preparado para receber o empreendimento por conta dos investimentos de infraestrutura que estão sendo realizados. “Temos buscado ativamente os empreendedores, seja para participar dos leilões ou implantar projetos mirando o mercado livre. Dentro do nosso programa de energia, é preciso destacar o Atlas Eólico e Solar, um mapeamento feito especificamente ao investidor, que mostra o potencial de Pernambuco para geração de energia através de fontes renováveis. Fora isso, o governo estadual tem incentivado a geração distribuída com o PE Solar”, observou o secretário.
De acordo com informações do governo de Pernambuco, o conjunto de investimentos previstos, a ser distribuído numa área de 2.270 hectares, está em sintonia com o plano de longo prazo lançado pelo estado, ainda em 2013, quando promoveu o primeiro leilão de energia solar do país, precedendo, inclusive, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

A Solatio Energia conta com 20 anos de experiência no setor fotovoltaico e, atualmente, trabalha com projetos que representam investimentos da ordem de R$ 16 bilhões no Brasil. A empresa atua no país desde 2009 e hoje executa projetos solares na América Latina. Até agora foram 6,6 GW produzido, totalizando 14.591.302 MWh em energia gerada. No final de 2017, a empresa foi vencedora de dois dos cinco projetos de usinas solares anunciados para Pernambuco dentro do leilão de energia A-4, realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). “Dos 1,1 mil megawatts-pico, 80 mwp correspondem ao leilão que vencemos em dezembro de 2017, com previsão de entrarmos em operação em janeiro de 2021. Os restantes são fruto de um contrato no mercado livre”, disse o presidente da empresa, Pedro Vaquer Brunet.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Conciliação entre metas do Acordo de Paris e estratégias nacionais é tema de artigo da Nature assinado por pesquisadores da Coppe






Estudo realizado por pesquisadores de 16 países que respondem por 74% das emissões mundiais de gases de efeito estufa concilia as estratégias desses países com as metas do Acordo de Paris, o qual limita o aquecimento global a 2ºC acima dos níveis pré-industriais. Os resultados desse trabalho foram publicados em artigo, na Nature Climate Change, dia 25 de março, que tem entre seus autores o professor Emilio La Rovere, e o pesquisador Cláudio Gesteira, ambos do Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ, sob o título “A pathway design framework for national low greenhouse gas emission development strategies”.
Os pesquisadores desenvolveram caminhos para que 16 países cheguem à metade do século com baixas emissões de CO2 e equivalentes. Esse trabalho é fruto de uma colaboração entre pesquisadores de diferentes países, reunidos no “Deep Decarbonization Pathways Project (DDPP)”. No artigo, os autores descrevem como o framework inovador pode apoiar o desenvolvimento de estratégias setoriais e tecnológicas em cada país consistentes com as metas climáticas do Acordo de Paris.
O projeto é coordenado pelo Instituto pelo Desenvolvimento Sustentável e Relações Internacionais (IDDRI) e pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável (SDSN).
A proposta do DDPP é estabelecer uma abordagem metodológica que combine elementos-chave dos Modelos de Avaliação Integrada (IAM) globais e a literatura de estudos das economias nacionais, setor a setor, “de baixo pra cima”. Isso permite a formulação de estratégias nacionais consistentes com as circunstâncias locais e as prioridades políticas de cada país.

Novos métodos para reduzir as incertezas


De acordo com os pesquisadores, a evolução das tecnologias, condições socioeconômicas e políticas levam a uma grande incerteza a previsões e mesmo a cenários exploratórios. Neste contexto, métodos tradicionais para análise de risco e tomada de decisão não seriam apropriados. A identificação de diferentes estratégias em resposta aos vários futuros plausíveis apoia um processo de tomada de decisão adaptativo, que permite aos agentes políticos aprenderem e se ajustarem a esta evolução.
As projeções dos IAMs ajudaram a demonstrar que o cenário global de baixa emissão é possível, esclarecendo que a meta de restringir o aquecimento global a 1,5ºC requer que o “resultado líquido” (diferença entre emissão e captura de CO²) seja zero ou mesmo negativo até 2050-2075.
A meta climática do Acordo de Paris é segurar o aumento da temperatura média global no limite de 2ºC acima dos níveis pré-industriais e envidar esforços para que esse aumento, na verdade, seja limitado a 1,5ºC. Isso requer emissões zero (cada emissão “positiva” seria compensada por captura de carbono) de gases causadores de efeito estufa (GEE), na segunda metade do século XXI, como forma de respeitar o limite (“budget”) de até 1.200 gigatoneladas de equivalentes de CO2 remanescentes a serem emitidas.
Segundo o professor Emílio La Rovere, o estudo foi calibrado tendo como meta limitar o aquecimento global em 2ºC. “O cenário de 1,5ºC é o cenário tido como ótimo, mas fica cada vez mais improvável devido à demora dos países em caminharem nesse sentido”, avalia La Rovere, ressaltando que para que as metas globais sejam viabilizadas, as políticas devem ser efetivas em nível nacional.
O Acordo requer que as Partes submetam Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs na sigla em inglês), representando o compromisso voluntário de cada país, no horizonte de 10 a 15 anos, à luz dos objetivos acordados coletivamente. As NDCs devem ser relacionadas a outras metas de desenvolvimento, como as Metas de Desenvolvimento Sustentável (SDGs), que incluem mitigação da pobreza, geração de empregos e acesso à energia. Devido à notória falta de ambição da primeira rodada de NDCs, o Acordo de Paris requer que as Partes submetam novas metas a cada cinco anos.

segunda-feira, 22 de abril de 2019

Toyota produzirá no Brasil 1º híbrido flex do mundo










TOYOTA APRESENTA NO BRASIL PRIMEIRO VEÍCULO HÍBRIDO FLEX DO MUNDO
 (FOTO: DIVULGAÇÃO)


O presidente da Toyota Brasil, Rafael Chang, anunciou na última quarta-feira, 17, que o novo Corolla brasileiro será o primeiro veículo do mundo a ser equipado com propulsão híbrida flex. O anúncio foi feito em encontro com o governador de São Paulo, João Dória, no Palácio dos Bandeirantes, reunião que também contou com a participação de outros executivos da multinacional japonesa.
A fábrica da Toyota em Indaiatuba (SP) será encarregada da produção do novo modelo, que deverá começar a partir do mês de outubro. O projeto receberá investimento de R$ 1,6 bilhão e deverá gerar 900 empregos diretos. A planta de Indaiatuba também vem sendo modernizada desde setembro do ano passado, quando foi anunciado investimento de R$ 1 bilhão na unidade.
Pioneiro no mundo, o modelo hibrido flex do Corolla teve grande parte do seu desenvolvimento tecnológico realizado no Brasil, por engenheiros japoneses e brasileiros. “O mais importante deste projeto é que estamos juntando duas tecnologias muito limpas, a tecnologia hibrida e a do etanol”, comentou Rafael Chang.
Conforme a montadora, o Novo Corolla será o único veículo a contar com um motor elétrico e outro de tecnologia flexfuel. “Com essa motorização, será o automóvel movido a etanol mais eficiente do Brasil e o híbrido mais limpo do mundo”.
De acordo com o presidente da Toyota Brasil, o modelo, que comporá a 12ª geração do Corolla, pode impulsionar um novo ciclo de evolução tecnológica no país, estando perfeitamente alinhado com os propósitos do Programa Rota 2030, que busca, entre outros objetivos, estimular a produção de veículos mais eficientes.
A nova geração do automóvel tem previsão de chegada às concessionárias brasileiras no último trimestre de 2019. Para os mercados latino-americanos onde o veículo é exportado – Argentina, Paraguai, Uruguai, Chile, Peru e Colômbia – a Toyota planeja sua comercialização a partir do primeiro semestre de 2020.
De acordo com o governador João Dória, com o investimento anunciado pela Toyota, a montadora poderá se enquadrar no Programa IncentivAuto, que tem como objetivo modernizar e aumentar a produção automotiva no estado, gerar novos empregos e aumentar a receita a partir da oferta de descontos progressivos, de até 25%, do ICMS devido nos produtos fabricados localmente.

sábado, 20 de abril de 2019

Relatório da ONU revela ação urgente necessária para combater a poluição química



De acordo com um relatório da ONU, os países não cumprirão o objetivo acordado internacionalmente de minimizar os impactos adversos de produtos químicos e resíduos até 2020.

















De acordo com um relatório da ONU divulgado na segunda-feira, os países não cumprirão o objetivo acordado internacionalmente de minimizar os impactos adversos de produtos químicos e resíduos até 2020.
O segundo Global Chemicals Outlook, apresentado na Assembléia do Meio Ambiente da ONU em Nairobi, revelou que a atual capacidade de produção química de 2,3 bilhões de toneladas, avaliada em US $ 5 trilhões por ano, deve dobrar até 2030.
As Nações Unidas reconhecem a importância das substâncias químicas no século XXI, sendo encontradas em uma ampla gama de indústrias. No entanto, a menos que a gestão sólida de produtos químicos e resíduos seja alcançada em todo o mundo, o aumento previsto na produção química terá efeitos negativos sobre a saúde humana e as economias.
A prevalência da indústria em nossa sociedade não pode ser subestimada; a produção química é atualmente a segunda maior indústria de manufatura do mundo e não mostra sinais de desaceleração. Desde 2000, a capacidade de produção da indústria química mundial praticamente dobrou, de 1,2 para 2,3 bilhões de toneladas. Se os produtos farmacêuticos fossem incluídos, as vendas globais totalizariam US $ 5,68 trilhões. Em 2030, esses números devem dobrar novamente.
Em 2018, a Agência Europeia do Ambiente divulgou dados que revelaram que cerca de 62% do volume total de produtos químicos consumidos na Europa em 2016 eram perigosos para a saúde. Apesar dos compromissos de maximizar os benefícios e minimizar os impactos dessa indústria, os produtos químicos perigosos continuam a ser liberados no meio ambiente em grandes quantidades.
Embora a produção de alguns desses produtos químicos possa ser essencial, o uso ineficiente de recursos durante a produção é tudo menos isso. Os produtos farmacêuticos geram pelo menos 25 kg de emissões nocivas e resíduos para cada quilo de produto.
"Se o crescimento em produtos químicos se torna um resultado positivo líquido ou negativo para a humanidade depende de como lidamos com o desafio dos produtos químicos", disse Joyce Msuya, Diretora Executiva Interina da ONU para o Meio Ambiente. "O que está claro é que devemos fazer muito mais juntos."
Sem uma implementação mundial adequada da gestão de produtos químicos e resíduos, os riscos impostos à saúde humana e ao meio ambiente são altos.
Em 2017, a OMS informou que cerca de 1,6 milhão de mortes ocorreram devido a cânceres e doenças cardiovasculares podem ter sido evitáveis ​​por meio de um bom gerenciamento e redução de substâncias químicas no meio ambiente, embora isso seja provavelmente subestimado. Evidências sugerem que a poluição química não é apenas perigosa para os seres humanos, mas ameaça uma ampla gama de serviços ecossistêmicos.
O relatório conclui que muitos tratados internacionais, que foram elaborados para abordar questões e produtos químicos específicos, tiveram enorme sucesso na redução da exposição a substâncias químicas específicas, outros não conseguiram causar um impacto significativo na comunidade internacional.
Os benefícios de agir antes que seja tarde demais foram estimados em dezenas de bilhões de dólares por ano. Esses custos estão relacionados a perdas de produtividade, custos de assistência médica, danos aos ecossistemas e custos de litígios.
"As descobertas do segundo Global Chemicals Outlook são muito importantes para os países em desenvolvimento", disse David Kapindula, membro do comitê diretor do relatório, da Agência de Gestão Ambiental da Zâmbia. "Eles destacam a implementação desigual de produtos químicos e gestão de resíduos e apontam para oportunidades para maior compartilhamento de conhecimento, desenvolvimento de capacidade e financiamento inovador."
Apesar disso, soluções existem se a ação for levada a sério e rapidamente. Muitos governos estão tomando medidas regulatórias. Os consumidores estão exigindo produtos e produção mais seguros. Abordagens de gestão - da avaliação de perigos químicos à gestão de risco e análise do ciclo de vida - estão avançando.
No relatório, a ONU pede que a comunidade internacional compartilhe conhecimento e permita uma maior harmonização das abordagens de gestão de produtos químicos. Governos, organizações intergovernamentais, indústria e outras partes interessadas desenvolveram seus próprios métodos de avaliação de riscos químicos. Embora informações valiosas tenham sido aprendidas com esse processo, a ONU declara que “a experiência mostra que os recursos podem ser salvos através da colaboração internacional, como compartilhar e aceitar mutuamente dados, avaliações e classificações de perigos químicos”.
A implementação do Sistema Globalmente Harmonizado de Classificação e Rotulagem de Produtos Químicos seria particularmente útil para países em desenvolvimento e economias em transição, no entanto, a partir de 2018, mais de 120 países não conseguiram fazê-lo.

sexta-feira, 12 de abril de 2019

Madeira gera eletricidade a partir do calor - sem queimar

Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br


Não é preciso queimar a madeira para gerar eletricidade. [
Imagem: Tian Li et al. - 10.1038/s41563-019-0315-6]

Membrana de madeira
A mesma equipe da Universidade de Maryland, nos EUA, que criou uma madeira à prova de balas, uma madeira antichama e uma esponja de madeira, acaba de mostrar que esse material natural e renovável pode ser usado para gerar energia por meios não poluentes.
Tian Li e seus colegas criaram um dispositivo que transforma calor em eletricidade com base em íons.
Como as correntes iônicas são o princípio da bioeletricidade que permeia os seres vivos, a equipe espera estar abrindo caminho para aproveitar o calor do corpo humano para fornecer energia para aparelhos eletrônicos e implantes médicos.
Membrana iônica
Li transformou um pedaço de madeira em uma membrana flexível que mantém as nanoestruturas naturais da madeira, usadas pela planta para movimentar a água entre as raízes e as folhas. São canais com estrutura fractal que descem até a dimensão de uma única célula.
A membrana foi era envolta por eletrodos de platina e recebeu um eletrólito à base de sódio, que se infiltrou na celulose. Os íons de sódio do eletrólito adentram pelos micro e nano-canais, que então regulam o fluxo de íons do eletrólito e geram o sinal elétrico.
"As paredes dos canais carregados [eletricamente] podem estabelecer um campo elétrico que aparece nas nanofibras e, assim, ajudam a regular efetivamente o movimento de íons sob um gradiente térmico," explicou Li.
"Nós somos os primeiros a mostrar que este tipo de membrana, com suas matrizes expansivas de celulose alinhada, pode ser usada como uma membrana seletiva iônica de alto desempenho pela nanofluídica e para a transmissão molecular e estende enormemente as aplicações da celulose sustentável em nanoiônicos," finalizou ele.
Bibliografia:

Cellulose ionic conductors with high differential thermal voltage for low-grade heat harvesting
Tian Li, Xin Zhang, Steven D. Lacey, Ruiyu Mi, Xinpeng Zhao, Feng Jiang, Jianwei Song, Zhongqi Liu, Guang Chen, Jiaqi Dai, Yonggang Yao, Siddhartha Das, Ronggui Yang, Robert M. Briber, Liangbing Hu
Nature Materials
DOI: 10.1038/s41563-019-0315-6

quinta-feira, 11 de abril de 2019

Transformação global de energia, com implementação da eletrificação e utilização de renováveis. Aponta Irena como roteiro seguro para 2050

Transição energética acelerada levaria à economia global em até US$ 160 trilhões nos próximos 30 anos, evitando custos de saúde, subsídios de energia e danos climáticos

Fonte: www.irena.org





O aumento do uso de energia renovável, combinado com a eletrificação intensificada, pode ser decisivo para o mundo atingir as principais metas climáticas até 2050. Este estudo da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) destaca opções prontamente implementáveis ​​e econômicas para que os países cumpram compromissos climáticos. e limitar o aumento das temperaturas globais. A transformação de energia prevista também reduziria os custos líquidos e traria benefícios socioeconômicos significativos, como aumento do crescimento econômico, criação de empregos e ganhos gerais de bem-estar.
O relatório - o segundo sob a bandeira da Global Energy Transformation - expande o roteiro abrangente da IRENA, que examina os caminhos tecnológicos e as implicações políticas para garantir um futuro de energia sustentável. Aumentar a eletricidade para mais da metade do mix global de energia (em um quinto atualmente) em combinação com as energias renováveis ​​reduziria o uso de combustíveis fósseis, responsáveis ​​pela maioria das emissões de gases de efeito estufa.
Veja a história digital baseada neste relatório sobre  como transformar o sistema energético e reduzir as emissões de carbono
As energias renováveis ​​já representam mais da metade da capacidade de geração de energia recém-instalada. No entanto, sua participação geral no mix de energia (incluindo energia, calor e transporte) precisa crescer seis vezes mais rápido, mostra a análise da IRENA.
Os compromissos climáticos nacionais no âmbito do Acordo de Paris dependem em grande parte da descarbonização da energia. O histórico acordo climático de 2015, endossado quase em todo o mundo, exige que o aumento da temperatura média global "fique bem abaixo" de dois graus Celsius (2oC) durante o presente século, em comparação com os níveis pré-industriais.
Atingir um futuro seguro para o clima, no entanto, depende de uma ação global rápida. Planos e políticas atuais, incluindo Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs), ficam muito aquém. As emissões relacionadas à energia aumentaram cerca de 1% ao ano desde 2015, enquanto o “orçamento de carbono” do mundo parece prestes a se esgotar em uma década.
Com base na análise da IRENA, as reduções de emissão de dióxido de carbono (CO 2 ) relacionadas à energia teriam que diminuir 70% até 2050, em comparação com os níveis atuais, para atender às metas climáticas. Uma mudança em grande escala para a eletricidade proveniente de fontes renováveis ​​poderia gerar 60% dessas reduções; 75% se as energias renováveis ​​para aquecimento e transporte forem consideradas; e 90% com eficiência energética aumentada.
Com a eletricidade se tornando a principal fonte de energia, o fornecimento global de energia pode mais que dobrar, segundo o relatório. Fontes renováveis, incluindo solar e eólica, podem atender a 86% da demanda de energia.
A transformação da energia impulsionaria o produto interno bruto (PIB) em 2,5% e o emprego total em 0,2% globalmente em 2050. Também traria benefícios sociais e ambientais mais amplos. Economias relacionadas à saúde, subsídios e ao clima valeriam até US $ 160 trilhões acumulados ao longo de um período de 30 anos, segundo o relatório. Assim, cada dólar gasto na transformação do sistema global de energia oferece um pagamento de pelo menos US $ 3 e potencialmente mais de US $ 7, dependendo de como as externalidades são valorizadas.
As energias renováveis, enquanto isso, criariam mais empregos novos que os perdidos nas indústrias de combustível fóssil. Os insumos das políticas podem melhorar ainda mais a pegada socioeconômica da transformação.

quarta-feira, 10 de abril de 2019

Toyota libera gratuitamente patentes de veículos elétricos

Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br



Foram liberadas inclusive as tecnologias usadas no Prius, 
         o primeiro carro híbrido produzido em escala industrial no mundo 
e que já vendeu mais de 13 milhões de unidades.[Imagem: 
Toyota/Divulgação]

Patentes de veículos híbridos e elétricos
A fabricante japonesa de automóveis Toyota anunciou a liberação, sem custos e sem pagamento de royalties, de milhares de patentes de tecnologias envolvendo a fabricação de veículos híbridos e elétricos.
E não são tecnologias quaisquer: São as mesmas por trás do Prius, o primeiro carro híbrido produzido em escala industrial no mundo e que já vendeu mais de 13 milhões de unidades.
A liberação gratuita valerá até 2030.
"Tendo em consideração a quantidade de tempo, dinheiro e recursos necessários para desenvolver uma mobilidade sustentável para ajudar a combater as emissões crescentes e continuar a utilizar a tecnologia atualmente disponível, a Toyota Motor Corporation anuncia hoje duas medidas relacionadas às suas patentes e conhecimento técnico para promover ainda mais a uso generalizado de veículos eletrificados," diz o comunicado da empresa.
A primeira medida envolve a concessão de licenças isentas de royalties sobre quase 24.000 patentes, incluindo alguns pedidos pendentes, de tecnologias relacionadas à eletrificação de veículos.
A segunda medida envolve o fornecimento, mediante pagamento, de suporte técnico para outros fabricantes de automóveis desenvolverem veículos híbridos e elétricos, incluindo motores, baterias, unidades de controle de potência (PCUs), unidades de controle eletrônico (ECUs) e outras.
"A Toyota pretende ajudar a promover o uso disseminado de veículos eletrificados e, ao fazê-lo, ajudar governos, montadoras e a sociedade em geral a alcançar metas relacionadas às mudanças climáticas," afirmou a empresa.

Patentes liberadas pela Toyota
A Toyota já disponibiliza 5.680 patentes relacionadas aos veículos elétricos alimentados por células de combustível desde 2015.
Agora, serão liberadas 2.590 patentes relacionadas a motores elétricos, 2.020 patentes relacionadas a PCUs, 7.550 patentes relacionadas a ECUs, 1.320 patentes de eixos integrais, 2.200 patentes de carregadores elétricos e 2.380 patentes de células a combustível (o total de patentes relacionadas a células de combustível chegará a 8.060).

"Com base no grande volume de consultas que recebemos sobre nossos sistemas de eletrificação de veículos de empresas que reconhecem a necessidade de popularizar tecnologias híbridas e outras tecnologias de veículos elétricos, acreditamos que agora é o momento para cooperação. Se o número de veículos eletrificados aumentar significativamente nos próximos 10 anos, eles se tornarão padrão e esperamos desempenhar um papel no apoio a esse processo," disse Shigeki Terashi, vice-presidente executivo da Toyota.

segunda-feira, 8 de abril de 2019


Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 7

Garantir o acesso a energia acessível, confiável, sustentável e moderna para todos




A Agência Internacional de Energia está na vanguarda dos esforços globais para avaliar e analisar o déficit persistente de acesso à energia, fornecendo dados anuais por país sobre o acesso à eletricidade e ao cozimento limpo (ODS 7.1) e a principal fonte de dados para acompanhar o progresso oficial em direção à ODS. metas sobre energias renováveis ​​(ODS 7.2) e eficiência energética (SDG 7.3).

Energia renovável


O crescimento das energias renováveis ​​modernas, que exclui o uso tradicional da biomassa, ultrapassou o aumento do consumo de energia nos últimos anos. Isso resultou em um aumento na participação de energias renováveis ​​modernas no consumo final total de energia, atingindo mais de 10% em 2017. No cenário Novas Políticas , essa participação deverá crescer para 15% até 2030, um número que está bem abaixo do 22% no cenário de desenvolvimento sustentável da IEA .

Comentário CO2energia: O Brasil se destaca nesse contexto com uma matriz 42,4 % renovável


A quota de energias renováveis ​​modernas no consumo final total de energia tem crescido desde a década de 2000 e atingiu mais de 10% em 2017. A geração de eletricidade baseada em energias renováveis ​​(agora um quarto da geração total) representou pouco mais de 55% do aumento da energia renovável. uso desde 2000, a maioria dos quais foi impulsionada pela energia eólica, hídrica e bioenergia. Enquanto isso, a energia solar contribuiu com um quarto do crescimento da geração de eletricidade a partir de fontes renováveis ​​nos últimos três anos. Finalmente, a bioenergia moderna é responsável por 50% do consumo total de energia final proveniente de fontes renováveis ​​devido ao uso no calor e no transporte.
Todos estes números excluem o uso tradicional de biomassa - lenha, carvão e resíduos orgânicos para cozinhar. O uso de biomassa sólida, que está concentrada na Ásia e na África subsaariana, é tipicamente associada a fogões ineficientes e mal ventilados em países em desenvolvimento, e é um dos principais contribuintes para a poluição do ar doméstica e mortes prematuras relacionadas. Embora o uso tradicional de biomassa tenha crescido em termos absolutos, o seu crescimento foi mais lento do que o das energias renováveis ​​modernas e representa agora 7% do consumo final total, contra 9% em 2000.
Pernambuco pode abrigar novas usinas nucleares no Brasil

Fonte: http://www.eletronuclear.gov.br/Canais-de-Negocios/Paginas/Novos-Empreendimentos.aspx



Simulação de central nuclear com seis reatores que poderá ser construída 
depois de Angra 3


O Plano Nacional de Energia 2030 (PNE 2030) estabeleceu que o Brasil precisará expandir a oferta de energia nuclear em mais 4 mil megawatts (MW) até o final do período. Desse total, 2 mil MW estão previstos para o Nordeste e mais 2 mil MW, para o Sudeste. Com base nesse planejamento, a Eletrobras Eletronuclear deu início à seleção de locais candidatos para abrigar as futuras centrais nucleares nacionais. 
Como o documento aponta o Nordeste como prioridade na construção das novas usinas, a empresa começou sua prospecção por essa região. Inicialmente o foco foi colocado na região compreendida pelo litoral entre Recife e Salvador, dois maiores centros de carga do Nordeste, e o vale dos grandes rios que desembocam nesse litoral. A seleção de local é feita em três etapas, sendo que a primeira – já concluída – consiste na identificação de áreas candidatas, que precisam passar por critérios de eliminação. 
Por solicitação do Ministério de Minas e Energia (MME), esse trabalho foi estendido a todo o território nacional, de forma a subsidiar a elaboração do Plano Nacional de Energia 2035 (PNE 2035), que está sendo elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e deve ser publicado em 2012. Para tanto, a Eletrobras Eeltronuclear investiu cerca de R$ 4 milhões. 
Identificação de áreas adequadas
O estudo geográfico de todo o território nacional, a partir de aproximadamente 20 critérios de exclusão e de evitação, resultou na eliminação de vastas regiões e na identificação de micro-áreas, a princípio, adequadas ao assentamento de centrais nucleares. A tarefa contou com auxílio da EPE e da Coppe/UFRJ.  
Para alcançar esse objetivo, a empresa utilizou técnicas de sistemas de informação geográfica, mapeou as regiões a partir de imagens de satélites e utilizou dados sobre meteorologia, sísmica, população e possíveis fontes de água existentes nos locais pesquisados que poderiam ser usadas para refrigeração do reator. 
A Eletrobras Eletronuclear já entregou ao MME os resultados iniciais das averiguações feitas nas regiões Nordeste, Sul e Sudeste. Agora, cabe ao ministério decidir em que áreas a empresa deve aprofundar os estudos, processo que vai resultar na elaboração do Estudo de Impacto Ambiental/Relatório de Impacto no Meio Ambiente (Eia/Rima) dos sítios em questão.


"O Estado de Pernambuco pode abrigar as próximas usinas nucleares brasileiras depois de Angra 3. A Eletronuclear concluiu estudo de localização de futuras usinas do tipo no país e definiu o município de Itacuruba, no interior do Estado e na margem do rio São Francisco como um local ideal para novos empreendimentos. Segundo o secretário de Planejameto e Desenvolvimento Energético do Ministério de Minas e Energia (MME), Reive Barros, o local pode abrigar usinas com um total de 6.600 megawatts (MW) e demandar investimentos de R$ 30 bilhões."



"A conclusão de Angra 3 é uma das propostas presentes no Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro 2016-2025, um compromisso da Firjan com o desenvolvimento econômico e social do estado do Rio de Janeiro e do país. Nesse sentido, a partir dos argumentos acima expostos, a Firjan defende que o governo priorize o projeto e assim garanta a segurança energética nacional e o desenvolvimento do Rio de Janeiro e do Brasil. "

Como funciona uma usina nuclear?
A fissão dos átomos de urânio dentro das varetas do elemento combustível aquece a água que passa pelo reator a uma temperatura de 320 graus Celsius. Para que não entre em ebulição – o que ocorreria normalmente aos 100 graus Celsius -, esta água é mantida sob uma pressão 157 vezes maior que a pressão atmosférica. 
O gerador de vapor realiza uma troca de calor entre as águas deste primeiro circuito e a do circuito secundário, que são independentes entre si. Com essa troca de calor, a água do circuito secundário se transforma em vapor e movimenta a turbina - a uma velocidade de 1.800 rpm - que, por sua vez, aciona o gerador elétrico. Esse vapor, depois de mover a turbina, passa por um condensador, onde é refrigerado pela água do mar, trazida por um terceiro circuito independente. A existência desses três circuitos impede o contato da água que passa pelo reator com as demais. 

Uma usina nuclear oferece elevado grau de proteção, pois funciona com sistemas de segurança redundantes e independentes (quando somente um é necessário).






quinta-feira, 4 de abril de 2019

Células solares que dispensam o Sol para gerar eletricidade


Fonte: www.inovacaotecnologica.com.br




Que tal produzir energia solar sem Sol?[Imagem: Ryota Arai et al. - 11 (9), pp 9259-9264]


Célula solar sem Sol
O Sol não brilha o tempo todo, mas esse não parece ser um problema para uma nova geração de células solares orgânicas.
São células solares que sequer precisam ficar expostas às luz solar - a claridade natural do ambiente, mesmo de ambientes internos, é suficiente para fazê-las produzir eletricidade.
Isso significa que os aparelhos alimentados por painéis "solares" equipados com essas células poderão funcionar continuamente, aproveitando a iluminação pública, por exemplo, ou a iluminação interna das casas.
Um avanço importante na viabilização dessa tecnologia acaba de ser apresentado por Ryota Arai e colegas da Universidade Kyushu e da empresa Ricoh, no Japão.
O trabalho de Arai consistiu em selecionar os melhores materiais para compor células solares orgânicas capazes de gerar eletricidade de forma eficiente em ambientes de baixa iluminação.



Foto dos protótipos e esquema da célula solar orgânica. [Imagem: Ryota Arai et al. - 11 (9), pp 9259-9264]


Células solares internas
A equipe testou uma série de semicondutores orgânicos de moléculas pequenas que pareciam ter características promissoras para a coleta de luz ambiente.
As células solares feitas com uma pequena molécula chamada BDT-2T-ID superaram todos os outros dispositivos similares, mesmo um baseado na tecnologia solar de silício - as células solares orgânicas típicas são flexíveis e baratas, mas ainda estão correndo atrás do silício em termos de eficiência.
BDT-2T-ID é uma sigla para uma classe de oligômeros que incluem benzoditiofeno (BDT), um número variável de tiofenos (neste caso 2T) e indandiona (ID).
Um conjunto de seis dessas células solares conectadas em série produziu cerca de 4 volts e 65,3 μW/cm2 sob iluminação fraca, o que é mais do que suficiente para alimentar microssensores e dispositivos da internet das coisas.
A equipe adverte que ainda falta escalonar a tecnologia para uma fabricação industrial, mas que o trabalho aponta para a viabilidade de alimentar dispositivos sem fio por toda a casa, sem nenhuma preocupação com o Sol.