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quarta-feira, 27 de maio de 2020




O aquecimento global vai te deixar "burro"


Concentrações elevadas de CO2 no ar previstas para este século prejudicam a cognição, sugere estudo











               No pior cenário de poluição atmosférica por dióxido de carbono,nossa capacidade de elaborar raciocínios complexos para tomar decisões cairia até 50% no fim do século. Crédito: Piqsels
As concentrações elevadas de gás carbônico na atmosfera poderão causar declínios cognitivos importantes nos seres humanos caso nada seja feito para cortar emissões. A análise é de um trio de pesquisadores americanos e é um dos primeiros estudos a apontar um efeito direto dos gases de efeito estufa sobre a saúde.
O grupo liderado por Kristopher Karnauskas, da Universidade do Colorado em Boulder, afirma que, no pior cenário de emissões, os níveis de CO2 na atmosfera estarão tão altos no final do século que a capacidade das pessoas de desenvolver raciocínios simples para tomada de decisões pode cair 25%. Para raciocínios complexos, que envolvam estratégia, o declínio é ainda mais acentuado: 50%.
O estudo, publicado no periódico GeoHealth, lembra que em toda a história do Homo sapiens as concentrações de CO2 no ar jamais alcançaram valores sequer próximos dos que existem hoje.
Nossa espécie tem cerca de 300 mil anos de existência e, segundo registros paleoantropológicos, passou por uma explosão cognitiva cerca de 100 mil anos atrás. Em todo esse período, as concentrações de gás carbônico na atmosfera jamais ultrapassaram 300 partes por milhão (ou seja, 300 moléculas de CO2 por milhão de moléculas de ar).
Desde a Revolução Industrial, as concentrações de CO2 na atmosfera ultrapassaram 411 partes por milhão. Hoje elas estão ao redor de 415 ppm – em áreas urbanas ela chega perto das 500 ppm. É a maior concentração em pelo menos 800 mil anos e, provavelmente, em 3,5 milhões de anos.
O CO2 é tóxico para seres humanos. Em concentrações altas, causa asfixia e morte, mas também tem efeitos nocivos sobre o cérebro em concentrações menores. O gás atravessa a barreira sangue-cérebro e causa perda de oxigênio nos neurônios. Isso causa tontura, sonolência, confusão mental, ansiedade e declínio da percepção visual.
Karnauskas e seus colegas fizeram uma revisão extensa da literatura existente sobre efeitos do CO2 na saúde e encontraram vários estudos mostrando que, em ambientes fechados, como escolas e escritórios, as concentrações e CO2 chegam a ficar 400 ppm mais altas do que em lugares abertos. Vários trabalhos realizados desde a década de 1990 mostraram que essa overdose de gás carbônico por longos períodos tem impactos significativos na concentração, na capacidade de tomada de decisão e na habilidade de pensar estrategicamente – que envolve analisar diversas consequências de longo prazo possíveis de uma determinada ação.
Os declínios mais significativos foram notados com concentrações mais altas – de 945 a 1.400 ppm. Coincidentemente, afirmam os pesquisadores, 930 ppm é o que os modelos do IPCC (o painel do clima da ONU) estimam que será a concentração de CO2 no planeta inteiro em ambientes abertos no fim deste século caso nada seja feito para reduzir emissões.
O grupo então modelou o que aconteceria em ambientes fechados em vários cenários de emissão, com base nas concentrações futuras de ambientes abertos. O declínio da capacidade de decisão é linear com o aumento do CO2 , ou seja, a queda é gradativa. Mas o do pensamento estratégico se mostrou não-linear. Daí a primeira cair 25% no pior cenário, mas o segundo despencar pela metade. O efeito quase some em concentrações compatíveis com o cumprimento do Acordo de Paris.
“Assim como a acidificação do oceano, a redução na função cognitiva é um dos impactos ocultos da mudança climática, na qual o aquecimento não é apenas um intermediário, e ela se manifestará especialmente em salas de aula, escritórios, hospitais e no setor de transportes”, escrevem Karnauskas e colegas.
Os autores reconhecem que em alguma medida os humanos são capazes de se adaptar. Comandantes de submarinos, por exemplo, passam grandes períodos sob concentrações elevadíssimas de CO2 e mantêm o foco. E a elevação nos níveis desse gás na atmosfera até hoje já teria bastado para produzir declínios de 8% a 13% na cognição humana, mas a tendência verificada desde o século passado é de aumento no QI, devido a fatores como nutrição e aumento do acesso à educação.
O que ocorrerá quando 10 bilhões de pessoas passarem 365 dias por ano expostas a alto CO2 , porém, é algo que demanda – urgentemente – investigação. “O melhor jeito de evitar que os níveis de CO2 em ambientes fechados atinjam patamares prejudiciais à cognição humana é reduzindo emissões de gases de efeito estufa”, escrevem os autores.

quinta-feira, 21 de maio de 2020



                                                  COVID-19: 


SETOR ELÉTRICO BRASILEIRO
Confira os esclarecimentos às principais dúvidas sobre a Conta-covid
(Perguntas mais frequentes)

A ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica) apresenta respostas às principais dúvidas sobre a criação da Conta-covid no setor elétrico. 

O governo federal publicou na segunda-feira (18/5), o Decreto 10.350 / 2020 que trata da criação da Conta destinada ao enfrentamento dos efeitos da pandemia do novo Coronavírus no setor elétrico (Conta-covid), em regulamentação ao previsto na Medida Provisória nº 950, de 8 de abril de 2020.
A chamada Conta-covid consistirá em empréstimo obtido junto a pool de bancos públicos e privados, destinado a preservar a liquidez das empresas do setor e, ao mesmo tempo, aliviar os impactos da crise nas contas de luz pagas pelos consumidores neste momento de pandemia.


Confira, a seguir, lista dos esclarecimentos às principais dúvidas sobre a conta:


1) A operação anunciada para injetar liquidez no setor elétrico vai envolver dinheiro público?

Não. E queremos salientar que o setor elétrico é o primeiro, nesta pandemia, a estruturar operação de mercado para superar a crise, sem dinheiro do Tesouro. Os recursos serão provenientes de um pool de bancos públicos e privados, liderados pelo BNDES.

2) Qual será o efeito da Conta-covid nas tarifas dos consumidores?

A Conta-covid foi desenhada pelos ministérios de Minas e Energia, Economia e pela ANEEL para aliviar o bolso dos consumidores neste momento de crise, além de garantir liquidez para que as empresas do setor possam superar os efeitos da pandemia.

A operação de financiamento foi organizada pelo governo para evitar reajuste maior das tarifas de energia elétrica ainda este ano, por conta do aumento da energia de Itaipu (que acompanha a variação do dólar), da cota de CDE e da remuneração de novas instalações de transmissão, que seriam incluídos agora na tarifa para serem pagas em 12 meses. Com a Conta-covid, esses valores serão diluídos em 60 meses, reduzindo os índices dos reajustes a serem aprovados em 2020, em um momento de perda de renda de boa parte da população.

3) Isso significa que não haverá reajuste de tarifa em 2020?

Não houve alteração no calendário dos reajustes de 2020. Os reajustes aprovados do início da pandemia até agora tiveram sua aplicação postergada até 30 de junho. A partir de 1º de julho entram em vigor as novas tarifas. No caso dos reajustes cujos aniversários ocorrem daqui para frente, eles incidirão normalmente, mas terão seus efeitos diluídos pela Conta-covid.

4) Por que foi necessário fazer operação de empréstimo para o setor elétrico?

A operação se fez necessária porque a arrecadação das distribuidoras de energia está sendo afetada devido à redução do mercado e ao aumento da inadimplência, desde o dia 18 de março, quando foram iniciadas as medidas de Isolamento social.

O Consumo de energia diminuiu aproximadamente 14% no país (em relação ao mesmo período de 2019). Com o Isolamento social por causa da pandemia do Coronavírus, muitas indústrias, comércios e prestadores de serviços diminuíram ou paralisaram suas atividades.

Além disso, houve aumento da inadimplência. Apenas pelo efeito Covid, a inadimplência já está em torno de 10%.

5) Como vai funcionar o empréstimo?

Os recursos serão provenientes de um pool de bancos públicos e privados, liderados pelo BNDES. As discussões agora envolvem a definição de um teto para o empréstimo a ser tomado pela CCEE, e não necessariamente um valor fechado exato. Ainda será definido o custo do empréstimo, que deverá ser a taxa de Certificado de Depósito Interbancário (CDI) mais um % ao ano (Spread). A Conta-covid considerará ativos regulatórios que já constam nos processos tarifários ordinários, não sendo alocado nenhum ativo adicional na operação.

O empréstimo será contratado pela CCEE, que assegurará o repasse à Conta de Desenvolvimento Energético – CDE, conta já existente na tarifa de todos os brasileiros.

A ANEEL homologará os valores a serem recebidos pelas empresas a partir:  (i) da melhor estimativa entre o que foi dado na tarifa (cobertura tarifária) e as despesas validadas; (ii) das solicitações das empresas para os ativos financeiros que necessitam de aporte mensal e (iii) do limite total de captação, a partir das estimativas de necessidade decorrentes dos efeitos da Pandemia.

6) Por que os recursos serão disponibilizados para o segmento de distribuição?

A arrecadação das distribuidoras está sendo afetada devido à redução do mercado e ao aumento da inadimplência, desde o dia 18 de março, quando iniciaram as medidas de Isolamento social. Os recursos serão destinados ao segmento de distribuição porque ele é o grande arrecadador do Setor, é a porta de entrada dos recursos, e fica com apenas 18% do que arrecada. Assim, com o empréstimo, os pagamentos dos contratos de toda a cadeia do Setor serão respeitados.

7) Quais são os próximos passos após o decreto?

O processo de regulamentação do decreto é atribuição da ANEEL. Em reunião pública de diretoria da Agência, ainda a ser realizada, será aprovada a abertura de consulta pública para discutir o tema com a sociedade, em observação ao princípio da transparência. Após a análise das contribuições da consulta, o assunto retorna para a reunião pública para que seja aprovada a regulamentação determinada no decreto. A Agência pretende realizar essas ações no menor prazo possível, em razão da crise no Setor causada pela pandemia.

8) Será exigida alguma contrapartida das distribuidoras?

As distribuidoras deverão manifestar expressamente que respeitarão seus contratos de energia elétrica (não poderão pedir suspensão ou redução dos volumes contratados) e que em caso de inadimplência setorial não poderão distribuir dividendos acima do mínimo legal. Além disso, renunciam a discutir as condições estabelecidas no decreto no âmbito judicial ou arbitral. Elas poderão, entretanto, discutir administrativamente as questões referentes a pedido de revisão extraordinária de tarifas.




terça-feira, 19 de maio de 2020


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quarta-feira, 13 de maio de 2020

COVID-19: 


Crise do COVID-19 deve erradicar a demanda por combustíveis fósseis, diz AIE


No maior choque que o mundo da energia sofreu em 70 anos, a AIE anuncia que a energia renovável pode ser a única fonte que deve crescer, como resultado da pandemia de coronavírus.

Fonte:IEA








No maior choque que o mundo da energia sofreu em 70 anos, a AIE anuncia que a energia renovável pode ser a única fonte que deve crescer, como resultado da pandemia de coronavírus.
O surto de coronavírus levou a um bloqueio global, com a maioria da população mundial forçada a ficar em casa por sua própria segurança. Em resposta a isso, um novo relatório da Agência Internacional de Energia prevê que a demanda global de energia cairá 6% este ano. Em termos absolutos, essa é a maior queda registrada e o maior declínio em 70 anos. 
“Este é um choque histórico para todo o mundo energético. Em meio às crises econômicas e de saúde incomparáveis ​​de hoje, a queda na demanda por quase todos os principais combustíveis é impressionante, especialmente para carvão, petróleo e gás ”, Fatih Birol, diretor executivo da AIE.

Espera-se que o surto de Covid-19 indique um colapso na demanda de energia, sete vezes maior que o declínio causado pela crise financeira global em 2008. Isso pode acabar com a demanda por combustíveis fósseis. 
O relatório da AIE afirma que "em termos absolutos, o declínio é sem precedentes - o equivalente a perder toda a demanda de energia da Índia, o terceiro maior consumidor de energia do mundo". 
As projeções dos relatórios baseiam-se no pressuposto de que as medidas de distanciamento social diminuirão gradualmente nos próximos meses, seguidas de lenta recuperação econômica. Se os países adotarem um retorno mais rápido aos negócios como de costume, a AIE prevê que a perda na demanda possa ser limitada a 3,8%. No entanto, uma segunda onda do vírus pode levar a um declínio maior de mais de 6%. 
Já vimos o impacto imediato da crise do coronavírus nas commodities de combustíveis fósseis com o colapso dos preços do mercado de petróleo, no início deste mês. As baixas de várias décadas para o consumo mundial de petróleo tornaram os preços do mercado de petróleo negativos nos EUA pela primeira vez. 
A energia renovável, por outro lado, deve crescer 5% este ano, compensando parte da demanda mundial de eletricidade em retirada. Esse crescimento de energias renováveis ​​pode estimular muitas empresas de combustíveis fósseis a buscar energia limpa. O setor de energias renováveis ​​deve sofrer algum tipo de crescimento, independentemente da forma de recuperação econômica e, portanto, o mais resiliente à crise do COVID-19.  
A AIE acredita que os governos devem usar pacotes de estímulo econômico como uma janela de oportunidade para garantir uma recuperação verdeEles argumentam que um pacote bem projetado deve ter energia limpa no coração, para oferecer benefícios econômicos e facilitar a transferência de capital energético para a transição de energia limpa. 
“Ainda é muito cedo para determinar os impactos a longo prazo, mas o setor de energia que emerge dessa crise será significativamente diferente daquele que veio antes”, Fath Birol





Os impactos da crise do COVID-19 na demanda global de energia e nas emissões de CO2



Em resposta às circunstâncias excepcionais decorrentes da pandemia de coronavírus, a IEA Global Energy Review anual expandiu sua cobertura para incluir análises em tempo real dos desenvolvimentos até agora em 2020 e possíveis orientações para o resto do ano.


Além de revisar os dados de 2019 de energia e emissões de CO2 por combustível e país, nesta seção da Global Energy Review, rastreamos o uso de energia por país e combustível nos últimos três meses e, em alguns casos - como eletricidade - em tempo real. Algum rastreamento continuará semanalmente.



A incerteza em torno da saúde pública, da economia e, portanto, da energia durante o resto de 2020 é sem precedentes. Portanto, essa análise não apenas traça um caminho possível para o uso de energia e as emissões de CO2 em 2020, mas também destaca os muitos fatores que podem levar a resultados diferentes. Tiramos lições importantes sobre como lidar com essa crise que ocorre uma vez no século.





"As políticas de energia do Brasil se comparam bem aos desafios energéticos mais urgentes do mundo. O acesso à eletricidade em todo o país é quase universal e as energias renováveis ​​atendem a quase 45% da demanda de energia primária, tornando o setor de energia do Brasil um dos menos intensivos em carbono do mundo." 






Crescimento anual (mundo) da geração de eletricidade renovável por fonte, 2018-2020 



  Estimativas IEA para 2020

Em nossa estimativa para 2020, a demanda por energia renovável aumenta cerca de 1% em relação aos níveis de 2019, em contraste com todas as outras fontes de energia. A geração de eletricidade renovável cresce quase 5%, apesar dos atrasos na cadeia de suprimentos e na construção causados ​​pela crise do Covid-19. Ao fazer isso, as energias renováveis ​​quase atingem 30% do suprimento de eletricidade em todo o mundo, reduzindo pela metade a diferença com o carvão (de 10 pontos percentuais em 2019). No geral, o crescimento das energias renováveis ​​é mais lento do que no ano passado, mas está de acordo com a tendência geral de desaceleração desde 2016. A produção de energia hidrelétrica continua sendo a maior incerteza em 2020, já que responde por quase 60% de toda a geração renovável globalmente e depende de chuvas e padrões de temperatura.
O ritmo das adições de capacidade de energia renovável pode diminuir em 2020, uma vez que as interrupções na cadeia de suprimentos e as restrições trabalhistas atrasam a construção. A duração e extensão das restrições e medidas de distanciamento social em diferentes países influenciarão o total para o ano, juntamente com o escopo e o cronograma dos pacotes de estímulo econômico em resposta à crise econômica.
A energia solar fotovoltaica deve aumentar a mais rápida de todas as fontes de energia renovável em 2020. No entanto, a incerteza permanece sobre o crescimento da capacidade em 2020, especialmente para aplicações fotovoltaicas solares distribuídas. No ano passado, um quinto de toda a capacidade renovável implantada globalmente consistia em indivíduos e pequenas e médias empresas instalando painéis fotovoltaicos solares em seus telhados ou locais comerciais. Atualmente, a instalação de energia solar fotovoltaica distribuída parou ou diminuiu drasticamente em muitos países, pois as medidas de bloqueio impedem o acesso aos edifícios. 


quinta-feira, 7 de maio de 2020


                                          COVID-19: 


Energia Elétrica 
como fica a conta de energia com o impacto do novo coronavírus 




Pesquisa recente do Sebrae em Mato Grosso comprovou que entre os custos mais pesados das empresas, estão o pagamento de pessoal (34,28%), matéria-prima (16,57%) e a energia elétrica (15,44%).

A Gerência de Sustentabilidade nos Pequenos Negócio (GSPN) do Sebrae em Mato Grosso atua disponibilizando soluções inovadoras nas áreas de energia, gestão de resíduos, certificações e construções sustentáveis, visando tornar os empreendimentos mais competitivos, mais sustentáveis e contribuindo com o desenvolvimento do Estado.

Nesse momento de pandemia da Codiv-19 não tem sido diferente. A instituição produziu o E-book “Energia Elétrica - como fica a conta de energia com o impacto do novo coronavírus”